Série contra desesperados pode fazer Santos rever "fantasma" no Brasileirão
O Santos que passou a postular o título do Campeonato Brasileiro, mesmo a oito pontos de distância do líder Corinthians, precisará exorcizar os seus fantasmas se quiser reconquistar o título levantado pela última vez em 2004, ainda na primeira passagem de Robinho.
A equipe inicia na próxima quinta-feira (12), diante da Ponte Preta, em Campinas, uma série de jogos contra adversários desesperados na luta contra o rebaixamento, justamente o calcanhar de Aquiles da equipe nos últimos anos.
Em 2016, a equipe dirigida pelo técnico Dorival Júnior lamentou os pontos perdidos para os quatro rebaixados: Internacional, Figueirense, Santa Cruz e América-MG. Foram só dez pontos conquistados dos 21 disputados, sendo que o último jogo da competição foi diante do América-MG já totalmente desfigurado.
"Nos tirou a possibilidade de estar ainda melhor no campeonato e colocar mais pressão no líder do campeonato, que naturalmente fazendo seu resultado nós acabamos ficando mais distantes das nossas pretensões", lamentou à época o então técnico Dorival Júnior, que hoje dirige o rival São Paulo.
O Santos terminou essa edição da competição como segundo colocado, com 71 pontos, a nove do campeão Palmeiras, que teve 100% de aproveitamento contra os mesmos rivais. Um bom desempenho teria conduzido os santistas ao título.
O problema é que o fato se repete ano a ano na Vila. Em 2015, custou não o título, mas a classificação para a Copa Libertadores da América do ano seguinte.
Na ocasião, preocupado com as finais da Copa do Brasil, a equipe jogou com formações alternativas e acabou tropeçando diante de dois rivais que lutavam contra o rebaixamento: derrotas por 1 a 0 para Vasco e Coritiba, fora de casa. Os cruzmaltinos acabaram caindo para a Série B.
A série do Santos é difícil. A Ponte, primeiro adversário, é atual 15ª colocada, apenas um ponto acima de dois times que ocupam o Z4. Na sequência, vem o Vitória (16), no Pacaembu; Sport (19), na Ilha do Retiro; Atlético-GO (22), na Vila Belmiro, e o clássico com o São Paulo (29), no Pacaembu.
O alento é que dois jogos são como mandante, na Vila Belmiro, e o clássico será em “campo neutro”, apesar do mando são-paulino, que contará com o apoio de sua torcida. Vale lembrar que o time sofreu revezes importantes em seu estádio na atual temporada, o pior deles a eliminação para o Barcelona de Guayaquil, pela Libertadores.
“Não é impossível chegar a essa meta traçada [pelo técnico Levir Culpi] de não perder mais, mas vamos jogo a jogo fazendo o melhor. Cada jogo é como uma final e esperamos que as coisas andem bem”, explicou o atacante colombiano Jonathan Copete.
Copete, por sinal, foi um herói na tentativa de arrancada dos santistas no último ano, enquanto perseguia o Palmeiras. O atacante que enfrenta um pequeno jejum, não marca há dois meses, foi o autor de gols decisivos nos duelos contra Vitória, Ponte Preta, Palmeiras e São Paulo, todos em sequência.
A sequência ainda pode aumentar dependendo de resultados. Após o San-São, os comandados de Levir Culpi recebem o Atlético-MG, em 5 de novembro, na Vila Belmiro. Com 34 pontos, os mineiros se afastaram um pouco da zona da degola, mas ficaram próximos boa parte do campeonato. Depois, o Santos tem o Vasco, no dia 8 do mesmo mês, a Chapecoense (12) e o Bahia (15).
O Santos corre para recuperar os seus principais jogadores e dar a possibilidade para Levir Culpi escalar o que tem de melhor na reta final. Para as próximas partidas, a equipe deve contar com os retornos do meia Lucas Lima e do volante Renato. O lateral direito Victor Ferraz ainda se recupera de uma lesão nas costas.
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