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Volante-artilheiro, Juninho recusou o Inter e completa 100 jogos no Bahia

Juninho marcou 16 gols em 99 jogos pelo Bahia - ArquivoPessoal
Juninho marcou 16 gols em 99 jogos pelo Bahia Imagem: ArquivoPessoal

Roberto Oliveira

Colaboração para o UOL, em Recife

12/10/2017 04h00

O volante Juninho completará nesta quinta-feira (12), contra o Palmeiras, às 21h no Pacaembu, seu jogo número 100 com a camisa do Bahia. Em Salvador desde o ano passado, o carioca de 31 anos atingiu o ápice da carreira e caiu nas graças dos tricolores pela qualidade nas cobranças de falta e chutes de longa distância. Além de bom marcador e passador, transformou-se em volante-artilheiro. 

Nos 99 jogos que disputou pelo Bahia, Juninho marcou 16 gols, além das mais de 15 assistências - que contribuem para que ele participe de um gol da equipe a cada quase três jogos que participa. Foi a qualidade com a bola nos pés que chamou a atenção do Internacional no fim do ano passado.

 

“É verdade, houve interesse e proposta do Inter, mas não só Inter, outros clubes grandes também, inclusive que disputaram Libertadores. O Inter tinha chegado a oferecer quatro ou cinco jogadores mais valores, mas antes mesmo de tudo isso eu tinha dito que meu interesse era ficar. Vivia um momento muito bom, procurava isso na minha carreira, precisava de um time de massa, com uma torcida como a do Bahia. Dentro de campo as coisas se encaixaram, consegui dar a resposta e preferi renovar aqui, tanto que meu contrato vai até o fim de 2018”, conta em entrevista ao UOL Esporte

 

No quesito bola parada e finalização de média e longa distância, Juninho diz que admira especialistas como Marcos Assunção e Marcelinho Carioca, mas se inspira mesmo no xará pernambucano. 

 

"Eu procuro sempre treinar muito bola parada e o chute de media distância. Não tenho medo de arriscar, sempre que posso eu arrisco. Sempre gostei do Marcos Assunção, do Marcelinho Carioca, mas um cara que me espelhava muito era o Juninho Pernambucano, até por jogar no Rio. Hoje em dia esse cara [cobrador de falta] está um pouco instinto. Sempre procuro aprimorar, muito jogos são decididos na bola parada hoje, bolas na área, não vai ser em todos os jogos, mas muitos jogos são decididos assim.”

 

Neste ano, Juninho viu seu número de bolas na rede diminuir - embora tenha feito um gol olímpico. Para ele, o interrupção na sequência de jogos e a mudança temporária de posição foram decisivos para a queda de rendimento como artilheiro.  

 

"No ano passado eu fiz 11, esse ano só fiz cinco até agora, mas o ano passado fiquei o ano todo de titular como volante, e esse ano não tive uma sequência muito grande na minha posição. Esse será o quarto jogo seguido na minha posição”, explica Juninho, que atuou parte da temporada como meia devido aos desfalques na equipe e à sua qualidade com a bola. Ele prefere, no entanto, atuar como volante e jogar de frente para a defesa adversária. 

 

Revelado no Serrano de Petrópolis (RJ), o jogador passou sete anos no Duque de Caxias e rodou ainda por outros clubes de menor expressão no futebol nacional. Contratado em 2016 pelo Bahia, Juninho agarrou a oportunidade no clube bicampeão brasileiro e chega à marca de 100 jogos tendo se destacado em quase todas as competições que disputou.

 

"Nesse 100 jogos, entrei na seleção do Baiano, da Copa do Nordeste e da Série B em 2016 e conseguimos o acesso. Voltei à seleção do Baiano neste ano, fomos campeões do Nordeste [com gol dele no jogo de ida contra o Sport] e agora chego a esta marca. Hoje com a concorrência, e a troca de treinador e diretoria, acaba sendo muito difícil o jogador permanecer muito tempo num clube. E em pouco tempo eu ter chegado a 100 jogos aqui no Bahia é muito importante. Acontece no meu melhor momento no ano. É um presente”, comemora Juninho, que recebeu uma camisa do Tricolor de Aço com o número 100.