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Pagode e amor ao Brasil. Como Cavani tenta superar briga com Neymar no PSG

 AFP PHOTO / FRANCK FIFE
Imagem: AFP PHOTO / FRANCK FIFE

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris

13/10/2017 04h00

No primeiro dia de Neymar no Paris Saint-Germain, lá está Edinson Cavani comandando o trote no camisa 10 na concentração do time em um hotel de Paris. O uruguaio brinca com o pedido para o brasileiro subir na mesa e cantar um pagode. Neymar é surpreendido. Sim, Cavani é um fã do gênero musical.

Raça Negra e Só Pra Contrariar são apontados por Cavani como os grupos prediletos. O conhecimento é grande e ainda passa pelo apreço ao axé e  ao sertanejo. Em 2015, o PSG divulgou a playlist do uruguaio em dias de jogos. O pagode era predominante.

Foi com músicas brasileiras e brincadeiras no vestiário que Cavani manteve bom relacionamento com Thiago Silva, Lucas Moura, Thiago Mota e Marquinhos em temporadas passadas. A relação estremeceu com a briga com Neymar por cobranças de pênaltis do time. Aos poucos, o distanciamento é superado.

“O “Ed” é ótima pessoa, um amigo. Uma briga de vestiário é comum quando se trata de duas pessoas vencedoras, com os mesmos objetivos. Isso o tempo resolve entre eles. Digo por mim, sou bem amigo dos dois”, comentou Thiago Silva dias após a discussão de Neymar e Cavani no vestiário – dia 17 de setembro apos vitória do PSG por 2 a 0 contra o Lyon, no Parque dos Príncipes, em Paris.

A missão do zagueiro e capitão do PSG foi a de passar para Neymar a versão positiva de Cavani. O pagode, um amor pelo Brasil e a entrega pela equipe foram citados.

O apreço de Cavani ao Brasil ainda é marcado pelo fanatismo por paçoca, um doce tradicional brasileiro à base de amendoim. E, claro, o futebol. O uruguaio já comentou que assiste jogos do Campeonato Brasileiro por ser fã da técnica demonstrada pelos jogadores.

Para a vinda de Neymar ao PSG, Cavani se posicionou de forma favorável aos dirigentes. Só que a imaginação era de que ao menos a liderança na cobrança de pênaltis não fosse abalada. Pura ilusão. Nervoso, o camisa 10 demorou a se reconciliar com o uruguaio.

O clima de paz entre eles só foi possível por conta dos excelentes resultados e performances após a discussão no vestiário. Na vitória contra o Bayern de Munique por 3 a 0, pela fase de grupos da Liga dos Campeões, foi um gol para cada um, com troca de cumprimentos e abraços. Os carinhos ainda foram intensificados na goleada de 6 a 2 diante do Bordeaux, mesmo Neymar tendo cobrado um pênalti. Na celebração, pagode em alto som no vestiário.

“São homens maduros. Os conflitos internos, discussões, podem ser tratados como normais pelas características dos jogadores (Neymar e Cavani). Mas o que posso dizer é que temos um clima bom por aqui”, destacou o treinador do PSG, Unai Emery.