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Ex-agente de Dunga e Baggio vende clube após WO e ameaça de exclusão

Matthaus, Pelé, Baresi, Antonio Caliendo e Cantona em evento de 2012 - Tullio M. Puglia/Getty Images for Golden Foot
Matthaus, Pelé, Baresi, Antonio Caliendo e Cantona em evento de 2012 Imagem: Tullio M. Puglia/Getty Images for Golden Foot

Do UOL, em São Paulo

16/10/2017 04h00

Tradicional clube italiano, o Modena agora estampa manchetes que geralmente envolvem termos como “vergonha”, “crise” e “fase negra”. E o principal culpado pela atual fase da equipe que disputa a terceira divisão italiana, na visão dos torcedores, é de um empresário que já mandou no mercado europeu, teve jogadores como Dunga, Aldair e Baggio como clientes e acaba de deixar o clube: Antonio Caliendo.

Caliendo era o proprietário do Modena até alguns dias atrás. Por dívidas com a prefeitura local, por exemplo, o time foi proibido de atuar no estádio Braglia e perdeu os últimos dois jogos por WO como anfitrião (o último deles ainda está sob contestação, mas a derrota deve ser sacramentada).

Com isso, o Modena não só é o lanterna do grupo B, sem somar nenhum ponto, como vê a ameaça de exclusão do campeonato, algo que o regulamento prevê caso um clube perca quatro partidas por WO.

Caliendo, assim, deixou o clube pela porta dos fundos nos últimos dias, vendendo o controle da instituição. Ele, no entanto, está longe de ser um aventureiro desconhecido que havia se tornado presidente do Modena. Pelo contrário: o italiano que hoje tem 73 anos já foi considerado o maior empresário de jogadores da Europa.

Ele já representou mais de 140 jogadores, alguns do primeiro escalão mundial, como Roberto Baggio, Dunga, Aldair, David Trezeguet e Daniel Passarella. Na final da Copa do Mundo de 1990, por exemplo, entre Alemanha e Argentina, 12 dos 22 titulares eram seus clientes.

Ex-dono de uma editora, Caliendo entrou no mercado do futebol em 1979, quando passou a representar Giancarlo Antognoni, destaque da Fiorentina. É considerado por muitos como o primeiro agente de jogadores do mundo.

Sua influência era tanta, sobretudo na Itália, que é fácil encontrar fotos de Caliendo mostrando intimidade com estrelas como Pelé, Maradona e Ronaldo.

No Modena, porém, Caliendo é um nome a ser evitado. No dia em que a equipe não pôde enfrentar o Mestre por culpa das dívidas junto ao poder público, cerca de 400 torcedores simularam o funeral do Modena e responsabilizaram Caliendo, então presidente do clube.

Os jogadores também cobraram respeito e definiram a situação como “grotesca”. Agora, todos esperam que o novo proprietário, Aldo Taddeo, ajude a recuperar o Modena, um clube de 105 anos de história que não disputa a elite italiana desde 2004, mas no momento se contenta em ter um campo para jogar.