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Com Nuzman preso, Galvão cobra: hora de passar a limpo o esporte brasileiro

Galvão Bueno - Reprodução
Galvão Bueno Imagem: Reprodução

Demétrio Vecchioli e Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

19/10/2017 04h00

Principal cara do jornalismo esportivo da Globo, Galvão Bueno defendeu que o governo federal tome uma atitude em relação aos cartolas brasileiros. As declarações ocorrem na sequência de o Ministério Publico Federal pedir a abertura de processo criminal em relação ao ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. Ele foi denunciado por corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-dirigente é acusado de comprar votos para o Rio de Janeiro ser eleito sede das Olimpíadas de 2016. 

“Não seria o caso do Ministério do Esporte, eu nem sei se realmente pode, exigir que seja feita uma avaliação de todas as confederações nacionais dentro deste critério de ética, de finança. Fazer uma auditoria em todas essas confederações e federações. Eu acho que seria a hora disso, hora passar a limpo o esporte brasileiro”, disse.

Galvão Bueno não limitou as críticas a Nuzman. Elencou os vários casos de cartolas enrolados com a Justiça e falou que falta ética à categoria. “A gente tem um ex-presidente da CBF preso (José Maria Marin). O atual presidente (Marco Polo Del Nero) não pode sair do país. Um ex-presidente da CBF (Ricardo Teixeira) não pode sair do país. O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (Carlos Arthur Nuzman) está preso”, completou.

Apesar dos indicativos de corrupção nas Olimpíadas, Galvão afirma que não mudaria a forma como narrou a cerimônia de abertura e o restante dos Jogos. Ele justifica que é uma postura de respeito aos atletas e o sacrifício feito por eles para participarem da competição. “Jogos Olímpicos são uma grande celebração da humanidade. Naquele momento, estão presentes atletas do mundo inteiro que dedicaram uma vida para estarem ali. Chegar a uma Olimpíada é uma façanha.

Galvão defende que ex-atletas assumam o esporte

Mas o jornalista lamenta que o próprio Ministério do Esporte não serve como exemplo de espaço livre de influências políticas. Galvão ressalta que historicamente o cargo é usado para acomodar acordos entre governantes em detrimento a pessoas especializadas ou com passagem por quadras, pistas de atletismo, ou piscinas.

“Por que o Ministério do Esporte teve de ser moeda de troca e de pagamento político durante tanto tempo? Por que que tinha de ser sempre do mesmo partido? Porque este partido fazia parte da base governamental”.

Ele tem uma sugestão para afastar pessoas interessadas em enriquecimento e colocar no lugar delas quem procure ajudar o esporte. “Eu acho que está na hora dos atletas, os ex-atletas entrarem no processo. O Luiz Lima (natação) tentou pelo menos, a (Joanna) Maranhão também estava junto. Você tem este movimento no basquete, que tem o Guy (Peixoto, ex-atleta) como presidente".