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Torcida usa vítima do Holocausto em provocação e causa polêmica na Itália

Torcida lota a área reservada para a Lazio no clássico contra a Roma em 2014 - MAURIZIO BRAMBATTI/EFE
Torcida lota a área reservada para a Lazio no clássico contra a Roma em 2014 Imagem: MAURIZIO BRAMBATTI/EFE

Do UOL, em São Paulo

24/10/2017 11h24

De acordo com reportagem do jornal italiano "La Repubblica", um insulto racista tem causado polêmica na Europa. Torcedores da Lazio espalharam adesivos de Anne Frank, adolescente alemã de origem judaica vítima do Holocausto na década de 1940, com a camisa da Roma no Estádio Olímpico da capital italiana, utilizado pelos dois clubes.

Depois que as fotos vieram à tona, Claudio Lotito, presidente da Lazio, visitou comunidade judaica em Sinagoga romana na manhã desta terça-feira (24). O dirigente quer separar a imagem do clube da polêmica para deixar claro que os insultos racistas não são institucionais. Vale lembrar que uma das organizadas ligadas à equipe tem histórico de atitudes fascistas.

"A Lazio sempre se colocou em ações e iniciativas contra todas as formas de racismo, então nos separamos de tudo isso", disse Lotito.

O presidente depositou uma coroa de flores em frente à Sinagoga e disse que a equipe vai usar uma camisa comemorativa com homenagem a Anne Frank na entrada em campo antes do próximo jogo. Jogadores do elenco, como os brasileiros Walace e Felipe Anderson também participaram da ação.

Para combater a atitude racista, a Lazio pretende enviar 200 pessoas por ano para Aushwitz para educar sua torcida sobre o Holocausto.

Presidente da Itália, Sergio Mattarella também se pronunciou sobre o ocorrido e se mostrou preocupado com o impacto do racismo na nação.

"O rosto e as páginas do diário de Anne Frank e sua história de sofrimento e morte por bárbaros nazistas mudaram o mundo. Usar sua imagem como sinal de insulto e ameaça, além de ser desumano, é alarmante para nosso país e contagioso", declarou.