MP investiga cambismo no Palmeiras, e culpados podem ficar 6 anos na cadeia
O Ministério Público vai investigar um possível caso de cambismo no Palmeiras. O promotor Paulo Castilho pediu a abertura de um inquérito para ouvir os envolvidos e disse que, caso consiga provar o crime, os culpados poderão pegar de dois a seis anos de cadeia.
Na semana passada, o Conselho do clube começou a investigar um repasse de ingressos que acontecia da Crefisa para as mãos do ex-presidente Mustafá Contursi. Em tese, essas entradas eram repassadas a cambistas por meio de uma intermediária e cada tíquete era vendido por R$ 250, gerando uma receita de R$ 18.750 por partida.
Mustafá Contursi, Seraphim del Grande, Leila Pereira, presidente da Crefisa, e seu marido, José Roberto Lammachia, e a intermediária, que era associada do clube, serão os primeiros a dar os depoimentos.
"Eu requisitei a instauração de um inquérito que está agora com a delegacia do futebol. Precisamos apurar isso. Pelos fatos preliminares, a Crefisa, na boa fé, fornecia os ingressos gratuitamente para serem contemplados para pessoas ligadas ao clube, pessoas menos favorecidas ou conselheiros. E esses ingressos foram vendidos. Me passaram que vendiam 75 ingressos por R$ 250 cada, o que é um claro cambismo", disse Paulo Castilho ao UOL Esporte.
"O delegado vai ouvir as pessoas que eu indiquei e pode ouvir outros também. A gente precisa ver se vai conseguir unir as provas e provar a autoria. Caso isso aconteça, a pena é grave, de reclusão que começa em dois anos e pode ir a até seis", completou.
Castilho disse que sua investigação não impede que o Palmeiras siga a dele, mas explica que o clube só poderá tomar as medidas administrativas.
"A minha investigação é oficial, é da Lei, é com juizado do torcedor e delegacia especializada. O Palmeiras pode manter alguma coisa administrativa e eu posso requisitar a conclusão do clube para dar mais elementos ao inquérito".
O presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim del Grande, diz que o clube irá até o fim para achar os culpados e diz também está disposto a colaborar com o Ministério Público.
"Para nós, é ótimo que tenham instaurado o inquérito. Podemos usar as informações que eles conseguirem. Também estamos à disposição para ajudar com o que tivermos. Nós iríamos acionar as autoridades se a Elaine não aparecer para dar explicações. Agora eles já estão no caso".
Apesar disso, como já mostrou o UOL Esporte, o Conselho alviverde já se prepara para uma pizza, onde tudo será tratado como um incidente normal. A entrada do Ministério Público pode aumentar a pressão no clube para que algum culpado seja encontrado.
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