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Sócios do Atlético protocolam pedido por mudanças e ameaçam ir à Justiça

Torcedores do Atlético reclamam das decisões de Petraglia: caso pode ir à Justiça - Facebook "Os Fanáticos"
Torcedores do Atlético reclamam das decisões de Petraglia: caso pode ir à Justiça Imagem: Facebook "Os Fanáticos"

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

27/10/2017 04h00Atualizada em 27/10/2017 15h20

Mais de três mil sócios-torcedores do Atlético Paranaense protocolaram  (veja o documento ao lado) às 14h desta sexta-feira (27) um caderno com assinaturas pedindo por mudanças na gestão do clube, desde a política de relacionamento com o torcedor até a abertura de contas da CAP S/A, empresa que gerencia a Arena da Baixada, entre outros temas. “Nós atingimos esse número de assinaturas e vamos protocolar o pedido amanhã. Pelo estatuto, o presidente do Conselho Administrativo tem 10 dias para responder”, disse o advogado Fernando Munhoz Ribeiro, um dos articuladores da ação.

Documento Atlético-PR sócios - Assessoria de Comunicação - Assessoria de Comunicação
Documento protocolado pelos sócios do Atlético, pedindo assembleia
Imagem: Assessoria de Comunicação

O grupo conta com apoio de membros da chapa de oposição "Atlético de Novo", de Henrique Gaede, que enfrentou Mario Celso Petraglia na última eleição do clube e também das torcidas organizadas “Os Fanáticos” e “Ultras”. Petraglia reassumiu suas funções no Atlético na última semana, após três meses de licença. No primeiro final de semana da volta, reuniu conselheiros e falou em projetos para o clube, entre eles a mudança do escudo do clube.

Entre os pedidos do grupo, enumerados por Munhoz, estão a mudança nos preços dos ingressos, majorados recentemente em todos os setores para R$ 150 (antes, o bilhete poderia sair a R$ 100 conforme o setor), uma proposta de novo plano de sócios, a mudança na estética do estádio, hoje todo acinzentado, a abertura das contas da CAP S/A e pedidos por explicações das participações dos familiares de Petraglia nos negócios do clube, além de cobranças sobre as atuações do conselho de ética do Atlético, que tem expulsado sócios sob as mais diversas alegações.

Petraglia, porém, pode indeferir o pedido, apesar do que consta em estatuto. “Se indeferirem o pedido, vamos analisar e procurar na Justiça que sejam obrigados a convocar”, projeta Munhoz, analisando as possibilidades. Por conta do atrito com torcedores, o Atlético perdeu cerca de 2 mil associados nos últimos meses. O número de sócios divulgado pela diretoria é de 23 mil, em apuração feita antes do jogo contra o Flamengo pela Copa Libertadores, em abril. "Nós imaginamos que a vontade da maioria dos sócios irá prevalecer", argumenta Munhoz. 

Confira as propostas que estarão na pauta dos reclamantes:

Retomada do plano de sócios mais popular, com valores de até R$100,00, e carga proporcional de ingressos acessível de até R$50,00.  “A Arena da Baixada apresenta uma média de ocupação de apenas 37% nos jogos do Campeonato Brasileiro, sem qualquer perspectiva de prospectar torcedores mediante a venda de ingressos a preços mais acessíveis para setores abandonados”, retratou Munhoz.

“Que os sócios possam dispor livremente de seus assentos, afastando-se toda e qualquer limitação, impondo-se como condição para acesso ao Estádio que o torcedor esteja cadastrado no sistema biométrico do Clube – o que poderá ser feito por qualquer cidadão, sócio ou não, até momentos antes da partida, e que esteja munido de um smartcard ou ingresso avulso”, prosseguiu.

“Liberação de todos os adereços e instrumentos das torcidas organizadas (bandeiras, faixas e bateria), para que o Estádio volte a ter os traços que tornaram o Atlético Paranaense temido pelos seus adversários”, enumerou.

“As dívidas contraídas para construção do estádio são imensas e desconhecidas dos torcedores”, comentou, para pedir “que o Clube torne público em até 10 dias a real situação das contas pós Copa do Mundo, e indique (a) quais os planos para quitação das dívidas com o poder público e (b) a real situação dos bens do clube que foram dados como garantia para a construção da Arena da Baixada – e, se constritos, qual a perspectiva de sua regularização.”