Botafogo busca solução para não precisar começar elenco do zero todo ano
Já virou rotina no Botafogo. Após uma boa temporada, o clube encontra dificuldades para segurar os principais destaques. Foi assim com Willian Arão, Diego Barbosa, Sidão, Neílton, Camilo, Emerson Santos e Sassá. Com 2017 chegando ao fim, o Alvinegro passa a entrar na mira de clubes com dinheiro em busca de reforços. Diferentemente do que ocorreu em outros anos, a diretoria de General Severiano ao menos tentou mudar a estratégia e tentará segurar os personagens que brilharam.
Dois nomes são vistos como fundamentais para o sucesso do Botafogo em 2018: Jair Ventura e Bruno Silva. Ambos têm contrato com o clube até o fim do ano que vem. Em teoria, o Alvinegro está seguro, pois há um documento que assegura a permanência de ambos.
O Botafogo, porém, vive um dilema. Ao trazer uma aposta para o clube, a diretoria precisa optar por um contrato longo, já projetando o sucesso do atleta no clube. Nesse cenário, caso o contratado não renda, o clube fica com um pepino nas mãos – Renan Fonseca, por exemplo. A alternativa é fazer contratos curtos, o que dificulta a renovação quando determinado jogador já está em alta. Foi o que ocorreu com Willian Arão, Diogo Barbosa, Emerson Santos e Sassá.
“Não vejo dilema, é uma questão de respeitar o orçamento e fazer aquilo que é possível, o que está ao seu alcance. Tem horas que pode arriscar e fazer um contrato mais longo, mas tem outras horas que não pode e arrisca de outra maneira. Faz contrato curto e corre esse risco caso o jogador tenha sucesso e se valorize. Isso é uma consequência, um risco. Se o jogador se valorizou é porque me serviu bem e isso é o que buscamos. Não adianta buscar jogador que não vai render. Se tem contrato curto e teve visibilidade, paciência. Na outra temporada vamos buscar outro para substituir. Absolutamente normal”, disse o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, ao UOL Esporte.
“A nossa realidade é muito limitada. Botafogo não tem condições de fazer grandes investimentos e nem vai ter tão cedo. O que temos que fazer é saber administrar e conduzir, adequando ás nossas possibilidades. Não vamos fazer maluquices. O Gatito veio do Figueirense, Arnaldo do Ituano... Vamos errar em alguns momentos, mas faz parte. O produto final do ano, o que a equipe rende, isso é o que queremos”, completou o mandatário alvinegro.
O problema é que o tempo de contrato é curto (Bruno Silva) ou conta com uma multa rescisória muito baixa, caso de Jair Ventura. O caso do treinador é bem simples. Qualquer clube que queira tirá-lo do Alvinegro precisa apenas convencer o profissional e pagar R$ 860 mil ao Botafogo.
“Jair tem contrato até o fim de 2018. Claro que tem a possibilidade de um clube querer contratá-lo e vir disposto a pagar a multa. Faz parte do mercado. Jair é um profissional de qualidade e já manifestou que quer ficar. Botafogo também quer que ele fique. Então tem tudo para seguir conosco na próxima temporada”, afirmou Pereira.
A situação de Bruno Silva também não é simples. Ele tem multa rescisória de R$ 20 milhões, mas o Botafogo conta com apenas 40% dos direitos econômicos, o que representa um poder de barganha de R$ 8 milhões. O Cruzeiro está muito interessado e tem até acordo com o jogador, mas ainda precisa se resolver com o Alvinegro.
Outros jogadores vivem situação semelhante. Gatito Fernandez é exemplo claro. Um dos principais destaques, o goleiro está muito valorizado no mercado. O Botafogo ainda conta com Jefferson e não veria uma transferência envolvendo um bom dinheiro com maus olhos.
Para a próxima temporada, o Botafogo já sabe que não poderá contar com Victor Luis e Guilherme. Eles voltarão a Palmeiras e Grêmio, donos de seus direitos econômicos, após empréstimo. Por outro lado, uma barca cheia deverá deixar o Alvinegro no fim do ano, liderados por Renan Fonseca, Emerson Silva e Dudu Cearense. A permanência de Airton dependerá de algumas conversas.
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