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Diretor do SP não vai à reunião para apurar mesada; Clube anuncia gerente

Abaixo-assinado contra o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, foi entregue  - Ricardo Moreira/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Abaixo-assinado contra o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, foi entregue Imagem: Ricardo Moreira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

José Eduardo Martins e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

01/11/2017 00h00

A reunião do Conselho Deliberativo desta terça-feira (31) tinha em sua pauta a discussão sobre a relação a relação do diretor executivo de futebol, Vinícius Pinotti, com o ex-gerente de marketing, Alan Cimerman, que será substituído por Edson Lapolla. No entanto, o responsável pelo departamento de futebol por não compareceu ao encontro, nem sequer as questões formuladas por conselheiros foram respondidas em um texto enviado ao órgão - mas o dirigente se predispôs a apresentar por escrito a versão dos fatos em até 15 dias.  

Afinal, um pedido de um grupo de oposição para questionar o dirigente em uma reunião extraordinária havia sido protocolado no dia 10 de outubro após o UOL Esporte publicar documentos que comprovavam que o dirigente pagou mesadas no valor de R$ 9.100,00 entre entre abril de 2016 e fevereiro de 2017 a Cimerman. Na reportagem, o diretor negou ter dado mesada e disse que tal verba foi dada para ajudar o ex-funcionário. Os conselheiros também pediram para que fosse instituída uma comissão para apurar o caso, mas tal pedido não foi apreciado pela maioria do conselho.

O ex-gerente é suspeito de comandar um esquema de venda irregular de ingressos e camarotes nos shows de U2 e Bruno Mars, no Morumbi em outubro e novembro. O caso é investigado pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e o São Paulo calcula que pelo menos R$ 2 milhões foram desviados.

Antes da reunião, um abaixo-assinado com a adesão de 10 mil torcedores para que o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, deixasse o cargo foi entregue para o Marcelo Pupo. De acordo com os torcedores, há 47 motivos para o dirigente deixar o seu posto.

Porém, vale ressaltar que para que um impeachment ser feito é necessário ter uma comprovação de que o mandatário infringiu o estatuto e que tal medida seja aprovada em uma reunião no conselho. No caso, também é preciso que dos 240 conselheiros, 180 estejam presentes em tal encontro e, no mínimo, 160 votem a favor do impeachment. 

Essa foi a segunda reunião extraordinária solicitada neste ano. A primeira foi por conta da demissão de Rogério Ceni e contou com a presença do presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e do diretor, Vinícius Pinotti.

Quórum baixo

Não foi apenas o diretor de futebol do São Paulo, Vinícius Pinotti, que não compareceu à reunião desta terça. O número de conselheiros presentes foi abaixo do esperado, apenas 122 pessoas assinaram a ata. No encontro, o Conselho Fiscal questionou a atual gestão por não apresentar documentos, por dificultar o seu trabalho e supostamente estourar o seu orçamento. Também foi anunciado que Edson Lapolla passará a ser o gerente de marketing remunerado do clube, no lugar de Cimerman.