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Presidente do Vasco não sai necessariamente dos sócios; Entenda a eleição

Eurico Miranda durante a última eleição do Vasco, em novembro de 2014 - Pedro Ivo Almeida/UOL
Eurico Miranda durante a última eleição do Vasco, em novembro de 2014 Imagem: Pedro Ivo Almeida/UOL

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/11/2017 04h00

O Vasco está a uma semana da eleição e os candidatos dão suas últimas cartadas, mas quem pensa que o futuro do clube será decidido no próximo dia 7 se engana. Feito de forma indireta, o agitado pleito cruzmaltino só se define mesmo na votação entre os conselheiros que acontece após o resultado das urnas. De olho neste cenário, os nomes que concorrem ao cargo máximo de São Januário disputam cada membro honorífico da maneira que podem.

Para se entender o cenário eleitoral vascaíno, se faz necessário primeiro conhecer as regras do estatuto do clube. Nelas, fica estabelecido que a chapa vencedora na próxima terça terá direito a indicar 120 conselheiros - a segunda escolhe 30. Estes 150 se juntam a outros 150 considerados “natos”. Os 300 condecorados, então, votam pela escolha do presidente no triênio 2018 a 2021.

Com a morte de alguns beneméritos e grandes beneméritos nos últimos anos, 29 nomes foram indicados pela atual diretoria para substituí-los entre os natos. O ato gerou suspeita por parte da oposição, que entendeu que a movimentação já era uma forma do atual mandatário, Eurico Miranda, se resguardar perante a eleição do conselho.

Ações foram ingressadas na Justiça na tentativa de impedir a efetivação destas nomeações, fato que gerou por duas vezes a anulação da medida. Porém, uma decisão favorável da juíza Virgínia Lúcia Lima da Silva, da 29ª Vara Cívil, na semana passada, permitiu uma nova convocação para a última segunda-feira, quando 28 dos nomes foram agraciados com as honrarias, sendo vetado somente o de Hélio Donim, que atualmente apoia a candidatura do oposicionista Fernando Horta.

Presidente do Conselho Fiscal, Otto de Carvalho, que rompeu com Eurico e também está apoiando Horta, não se deu por vencido, lembrando das ações ainda em curso e rebatendo uma nota oficial do Vasco em que se justifica as nomeações como uma forma de substituir os conselheiros falecidos.

“São informações erradas. A questão ainda está na Justiça e o Conselho de Beneméritos pode funcionar com menos de 150”, disse ao UOL Esporte.

Nunca um derrotado nas urnas venceu no conselho

A tarefa de se tornar presidente na eleição do conselho tendo ficado em segundo lugar nas urnas é considerada dificílima mesmo com as movimentações para angariar os condecorados nos bastidores. Nunca, na história do Vasco, um candidato conseguiu a virada entre os que ostentam o título honorífico.

Data da eleição no conselho ainda será definida

A convocação da eleição no conselho acontecerá após o resultado das urnas no dia 7 e será feita pelo presidente da Assembleia Geral, Itamar Ribeiro de Carvalho. Geralmente, o pleito reservado acontece na semana seguinte, mas opositores acreditam que caso Eurico Miranda seja derrotado na próxima terça, ele será realizado somente em janeiro, uma vez que seu mandato vai até o dia 18 de tal mês.

Chapas montam “call center” em busca de votos

Na busca por votos, as chapas têm adotado diversas medidas. Além de convenções, plenárias, “corpo a corpo” nos jogos e pesquisas com institutos - como foi feito pelos grupos de Julio Brant e Fernando Horta – elas montaram uma espécie de “call center”, onde têm feito ligações diárias para os sócios aptos a voto. Jantares com beneméritos e grandes beneméritos também foram realizados ao longo da campanha.