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Cigano, herói do Lanús virou algoz do time que o revelou e defendeu Vitória

José Sand comemora vitória do Lanús sobre o River Plate pela Libertadores - Juan Mambromata/AFP
José Sand comemora vitória do Lanús sobre o River Plate pela Libertadores Imagem: Juan Mambromata/AFP

Do UOL, em São Paulo

01/11/2017 11h50

Personagem da vitória de virada do Lanús sobre o River Plate por 4 a 2, nessa terça-feira (31), José “Pepe” Sand ganhou notoriedade em seu desabafo pós-jogo, quando disse que um jornalista argentino o chamou de “corno”. Aos 37 anos de idade, o centroavante, revelado pelo clube que eliminou, já vestiu 16 camisas diferentes na carreira – incluindo a do Vitória – e substituiu Carlos Tévez na seleção de seu país.

Sand começou sua carreira profissional no River, ainda em 1998. Sem chances na equipe, ele passou por Colón e Independiente Rivadavia antes de desembarcar na Bahia para defender as cores do Vitória entre 2001 e 2002. Pelo clube brasileiro, o argentino disputou 13 partidas oficiais e fez quatro gols.

Após deixar a Bahia, Sand passou pelo Defensores de Belgrano antes de retornar para o River Plate, tendo sua primeira chance na equipe profissional seis anos depois de ter sido promovido. Entre 2004 e 2005, disputou 42 partidas e marcou oito gols pelo clube.

Porém, como de costume em sua carreira, Sand deixou o River após ficar uma temporada no clube, passando depois por Banfield e Colón. Até que, em 2007, o centroavante fechou pela primeira vez com o Lanús, clube em que teve mais sucesso em sua carreira.

Sand assustou a torcida ao ser expulso em sua estreia. Depois, no entanto, fez dez gols em nove jogos e rapidamente se tornou um dos favoritos da torcida. Sua vocação para ídolo se confirmou quando ele foi protagonista do título do Apertura, o primeiro da primeira divisão conquistado pelo clube.

A conquista foi também a primeira de Sand como profissional. O jogador, ainda pelo clube, sagrou-se artilheiro do Apertura, em 2008, e do Clausura, em 2009, e foi o primeiro a conseguir o feito em anos consecutivos desde que Diego Maradona o fez em 1980.

O desempenho de Sand com a camisa do Lanús chamou a atenção de Alfio Basile, então treinador da seleção argentina. O centroavante foi convocado pela primeira vez em 2008 para jogo das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010 no lugar de Carlos Tévez, que acabara de ser suspenso. Depois, foi novamente chamado para amistoso contra o Panamá, em 2009.

Após dois anos bem-sucedidos pelo Lanús, Sand foi vendido para o Al Ain, clube dos Emirados Árabes Unidos, por US$ 10 milhões (cerca de R$ 32,8 milhões, na cotação atual). Teve apresentação pomposa em Valencia, na Espanha, e se destacou pela equipe, vencendo a Supercopa do Golfo Arábico em 2009.

Sand defendeu o Al Ain entre 2009 e 2011. Após deixar o clube árabe, reforçou seu nomadismo e passou por Deportivo la Coruña, Tijuana, Racing, Tigre, Argentinos Juniors, Boca Unidos e Aldosivi antes de retornar ao Lanús em 2016. Em sua apresentação, afirmou que estava “voltando para casa”.

Desde seu retorno, Sand tem 39 gols em 49 jogos pelo Lanús. Já venceu o Campeonato Argentino e a Copa Bicentenario de 2016. Agora, está a dois jogos de vencer a primeira Libertadores da história do clube. Clique aqui e assista aos melhores momentos da vitória da equipe sobre o River Plate.

Depois de 16 clubes e 19 anos de carreira profissional, é possível afirmar: o nômade tem casa.