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Feliz no Vasco, Wellington lembra 'gelo' de Ceni: 'Fiquei sem entender'

Wellington se tornou titular absoluto do Vasco com o técnico Zé Ricardo Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/11/2017 04h00

As nuvens negras já se foram para Wellington. De criticado em sua chegada ao Vasco, passou a ser elogiado e se tornou titular absoluto. A ascensão e o bom momento no clube carioca são creditados, em boa parte, ao técnico Zé Ricardo, que o escalou entre os 11 desde que assumiu a equipe. A gratidão demonstrada ao treinador contrasta com a análise que faz do período em que foi comandado por Rogério Ceni no São Paulo.

Cria do Tricolor paulista, onde atuou por sete anos, ele se viu relegado pelo ídolo são-paulino no período em que o ex-goleiro foi técnico por lá. Embora diga não guardar mágoa, admite que ficou triste e surpreso com a falta de oportunidade, fator que o motivou a procurar Ceni para uma conversa em particular onde solicitou sua liberação para se transferir.

Wellington e Ceni jogaram juntos no São Paulo antes do goleiro virar técnico Imagem: Site oficial do São Paulo

“Não, de forma alguma (sobre ter mágoa dele). O Rogério é um ídolo dentro de campo. Eu tenho 14 anos de São Paulo. Quando eu era da base, treinava com os profissionais e o via. Depois, quando subi com 17 anos, ele já era goleiro-artilheiro. Minha admiração é muito grande com ele enquanto atleta, mas como técnico eu não tive nenhuma oportunidade de mostrar meu trabalho para ele. Apesar de estar treinando em alto nível, ele teve outras escolhas, mas isso acontece com qualquer treinador e grupo. Então, por isso, optei por sair. Quando tive a oportunidade, eu procurei conversar sinceramente com ele para ter oportunidade de jogar no Vasco e fazer meu trabalho”, declarou ao UOL Esporte.

Antes de ser cedido por empréstimo ao Vasco até o fim desta temporada, Wellington havia recebido propostas de Fluminense e Sport e demonstrou vontade de se transferir. Segundo o volante, porém, Rogério Ceni não o liberou. Com a permanência definida, o jogador acreditava num maior aproveitamento, mas não foi o que aconteceu. Ele disputou apenas quatro partidas, sendo que apenas uma como titular.

“Eu sou um atleta que quero competir, sou muito competitivo, então quero sempre estar no bolo. Não vou pedir para me colocar de titular, isso vou brigar no dia a dia mostrando minha qualidade, mas quando você vê que não tem oportunidade, tem que procurar novos ares, e foi o que fiz. Em janeiro o Fluminense veio muito forte, me queria, e o próprio Ceni não me liberou. Depois de mais ou menos quatro meses, pude ver que não ia ganhar oportunidade e pedi para me liberar. Os dois tiveram muito interesse de me contratar (Flu e Sport), mas o São Paulo não liberou e, ao mesmo tempo, também não me deu oportunidade. Então, fiquei meio sem entender pela história que eu tinha no clube, pelo que o Rogério já me conhecia... Por isso pedi para sair, porque não queria atrapalhar ninguém e nem o grupo. Quando o jogador não está jogando fica triste, e eu ficava muito porque queria ajudar”, se recordou.

Wellington foi pego no doping quando atuou pelo Internacional Imagem: Alexandre Lops/Inter

Visto como promessa da base do São Paulo ao lado de Casemiro, hoje no Real Madrid (ESP), Wellington diz não ter dúvidas de que algumas lesões sérias na carreira e o doping no Internacional, em 2015, o atrapalharam na busca por voos mais altos.

“Quando você tem uma sequência boa, está crescendo como atleta, o time crescendo também e você se destaca, aí é o momento de continuar, mas tive que parar em razão das lesões, do doping. Isso atrapalha, com certeza. Se pegar todo esse período parado e colocar no montante, são dois anos e meio. Com certeza essa parada prejudica minha forma física, técnica, confiança... Aí quando você volta o time pode não estar encaixado ou já fechado. Tem mudança de técnico, de diretoria... Isso tudo acaba fazendo com que você não tenha o rendimento esperado”, avaliou.

Com a tão esperada sequência de jogos, vieram os elogios. Na internet, a torcida do Vasco costuma brincar chamando o volante de “Wellington Kroos”, numa comparação com o meia alemão do Real Madrid. Sempre sorridente, ele mantém os pés no chão:

“Eu estou feliz porque o jogador é cobrado quando se vê algo a mais nele. A torcida do Vasco está ansiosa porque teve anos difíceis e quem chega ela quer que já chegue resolvendo. Quando cheguei, estava sem ritmo de jogo e precisava ter uma sequência, entender o que o treinador queria, conhecer os companheiros direito, e isso, às vezes, demora um tempo. Eu fico feliz com o reconhecimento porque ninguém quer ouvir crítica, ser xingado, mas também, com pés no chão, não me empolgo com questão de aplaudir ou vaiar. Estou acostumado. Foi isso que escolhi para minha vida”.

Futuro e torcida para São Paulo não cair

Wellington diz que ainda não foi procurado pelas diretorias para falar sobre o futuro após o encerramento de seu empréstimo, em dezembro deste ano. Sabe-se, porém, que o Vasco tem uma opção de compra.

Identificado com o São Paulo, ele está na torcida para o clube se livrar de vez do rebaixamento, mas ressalta que fará o seu melhor na partida entre as equipes, dia 12 de novembro.

“É uma situação ruim. O São Paulo não merece cair de forma alguma. É um clube que sempre está disposto a fazer o melhor para o atleta, cumpre com seus compromissos, tem uma história gigante. Torço para que não aconteça o pior, que o clube saia desta situação, mas que o Vasco, quando for jogar, possa fazer o melhor para entrar na Libertadores”, destacou.
 

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