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Melhora do SP deve dar a Dorival a chance que ele não teve no Palmeiras

Dorival Júnior salvou Palmeiras e Galo do rebaixamento, mas foi dispensado - Rubens Chiri/saopaulofc.net
Dorival Júnior salvou Palmeiras e Galo do rebaixamento, mas foi dispensado Imagem: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo (SP)

03/11/2017 11h00

A diretoria do São Paulo está satisfeita com o trabalho de Dorival Júnior. Pesa, evidentemente, o fato dos resultados terem aparecido nas últimas rodadas, deixando o time mais seguro na luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro - são cinco pontos de vantagem sobre a zona da degola. Mas a análise vai além e, por isso, o técnico ganhou força para seguir à frente do Tricolor na próxima temporada.

O contrato do treinador já previa permanência até o fim de 2018, mas a instabilidade da equipe no Brasileirão criou incertezas, por mais que o trabalho diário no CT da Barra Funda tenha ganhado elogios desde o princípio. É só lembrar que Rogério Ceni foi demitido mesmo tendo elogios semelhantes aos métodos de treino e à aceitação dos jogadores.

A diferença entre os dois cenários, na visão dos dirigentes, está em como as comissões técnicas transportaram essas preparações consideradas qualificadas para jogos de bom desempenho e, principalmente, resultados. Os cartolas acreditam que Dorival tem conseguido consolidar esse processo e que isso o credencia a seguir no cargo, inclusive já iniciando o planejamento para o ano que vem.

Para o São Paulo, esse crescimento é usado como prova de que a mudança na comissão técnica foi acertada e que a reformulação do elenco, embora prejudicial por ser no meio da temporada, foi bem feita pelos reforços contratados. Para Dorival, significa uma redenção pessoal.

Em 2014, o Palmeiras apostou no técnico para evitar o rebaixamento no Brasileirão. Ao contrário do que acontece agora no Tricolor, Dorival não conseguiu fazer o time engrenar, o sofrimento persistiu até o fim e só na última rodada a permanência na Série A foi selada. A meta estava cumprida, a promessa era de dar tempo ao treinador para montar um time mais qualificado, mas os dirigentes alviverdes optaram por demiti-lo.

Agora, Dorival está cada vez mais seguro de que pode durar mais tempo como comandante são-paulino. Já trabalha com o departamento de futebol analisando reforços para 2018 e observa as categorias de base para pinçar novos talentos. O técnico se sente respaldado pelos dirigentes e, apesar das críticas da torcida a figuras como o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva e o diretor-executivo de futebol Vinicius Pinotti, avalia o trabalho como positivo.

Na análise do treinador, também entra o trabalho para repor as perdas da janela de transferências internacionais. Vieram daí peças fundamentais do time como Hernanes, Marcos Guilherme, Arboleda e Petros. Dorival vê importância ainda na remodelagem da comissão técnica, que ganhou novos profissionais de preparação física e fisiologia, além do coordenador científico Altamiro Bottino. A avaliação é que a equipe ganhou mais corpo e passou a ser melhor preparada quando passou a ter uma retaguarda maior e mais ativa, algo que a diretoria já planejava há tempos.