Destaque do Flu superou morte do pai com ajuda do tio, ex-capitão do Fla
Driblar as adversidades e improvisar ante as dificuldades impostas pela vida não são novidade alguma para Matheus Alessandro, autor do gol da virada do Flu sobre o Botafogo no último fim de semana.
Muito antes de enfrentar os zagueiros adversários, o atacante teve de lidar com uma realidade muito mais dura. Ainda com dois anos de idade, o jogador perdeu o pai, Alessandro, assassinado em um confronto por disputa de territórios em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Sem a proteção paterna, Matheus teve amparo na mãe e na avó, mas também em um tio que conhecia os atalhos do futebol. Ainda na base do Flamengo, o zagueiro Fernando teve de lidar com a morte do irmão e procurou ajudar o sobrinho quando este começou a se destacar nas peladas nos campinhos de Padre Miguel.Atualmente trabalhando como gestor de carreira de atletas, o ex-jogador não esconde a emoção por ver o jovem despontar no Fluminense, e lamenta a ausência do irmão, que não teve a chance de ver duas pessoas tão próximas realizando sonhos de infância.
"É o que esse caminho traz, não tem muito para onde correr. O 'prêmio' por essa atividade só tem essa 'recompensa'. Fisicamente, o Matheus é o meu irmão inteirinho. Mas ele sempre foi muito introvertido e teve uma chance maior por não cometer desvios. Ele sempre conversava comigo e eu dava um conselho, pedia paciência", disse Fernando, bicampeão carioca e campeão da Copa do Brasil pelo Rubro-negro, onde chegou a ser capitão.
Revelação da Taça das Favelas, torneio que reúne talentos de comunidades carentes do Rio, Matheus Alessandro esperou e foi recompensado. Levado para o Flu, se destacou na base e começou a subir degraus até ser aproveitado por Abel. Improvisado na lateral direita, o atacante saiu do banco para virar herói no Nilton Santos.
Apoiado pelos familiares, o camisa 28 sempre conta com a presença de pessoas queridas no estádio quando é relacionado para o jogo. No último sábado, o sofrimento do tio foi mesmo do sofá de casa.
"Estávamos apreensivos por ele entrar em uma posição que não é a dele. Eu já estava até desistindo e achando que ele não ia entrar, mas entrou e marcou. Almoçamos juntos e ganhei uma camisa dele de presente", disse Fernando.
Mais do que o início da afirmação do jovem da base tricolor, a vitória do Flu no Clássico Vovô representou um grande alívio para um grupo que vinha pressionado pela eliminação na Copa Sul-Americana. Com os três pontos, o time abriu sete pontos de distância para a zona da degola e ainda alimenta a esperança de terminar o ano com a vaga na Libertadores. Nesta quinta, o Fluminense encara o Coritiba, 21h, no Maracanã.
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