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Conmebol rompe vínculos que ainda tinha com empresa que pagou propina

O economista paraguaio Alejandro Domínguez é o atual presidente da Conmebol - Henry Romero/Reuters
O economista paraguaio Alejandro Domínguez é o atual presidente da Conmebol Imagem: Henry Romero/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/11/2017 23h37

A Conmebol já havia rescindido parte do contrato que tinha com a Datisa em 2015, mas, nesta quinta-feira (9), rompeu de vez todos os vínculos que ainda ligavam a empresa uruguaia às edições da Copa América de 2019 e 2023.

“A Conmebol enviou notificação à Datisa sobre sua decisão de rescindir o contrato de aquisição das próximas edições da Copa América, que havia sido firmado em 2013, devido aos atos de corrupção que sacudiram o futebol internacional em maio de 2015 e dos quais a Conmebol foi vítima”, diz a nota oficial publicada pela entidade.

Vale ressaltar que o relatório elaborado na investigação aponta que a Datisa foi criada apenas quatro dias antes de ser contratada pela Conmebol para a realização de diversas edições da Copa América, como a de 2016, que comemorou os 100 anos de história do torneio e foi sediada pelos Estados Unidos.

O texto ainda ressalta que a decisão ocorre em um momento em que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos concluiu esta etapa da investigação, na qual vários membros da diretoria da Datisa foram considerados culpados por corrupção no repasse de direitos de transmissão e patrocínios.

“Desde que assumi como presidente, a nova Conmebol vem tomando uma série de ações legais para romper vínculos velhos e começar uma nova era de comercialização aberta, profissional e capaz de valorizar o futebol sul-americano”, declarou o presidente Alejandro Domínguez.

O mandatário ainda acrescenta que a Conmebol passou mais de um ano exigindo que a Datisa devolvesse os direitos de patrocínio e transmissão que foram adquiridos no processo corruptivo.

Relembre o caso

As investigações conduzidas nos Estados Unidos mostraram que o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, e um grupo de dirigentes das Américas teriam concordado em dividir 110 milhões de dólares (na época, R$ 350 milhões) em propinas pela exclusividade dos direitos de transmissão das edições de 2015, 2019 e 2023 da Copa América e da Copa América Centenário, de 2016.

Dentre os sócios da Datisa, estavam nomes cmoo José Hawilla, dono da Traffic, e os argentinos Alejandro Burzaco, Hugo Jinkis e Mariano Jinkis. Todos são sócios de empresas de marketing esportivo e, em condições normais, seriam concorrentes da empresa pelos direitos.