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Insistência com 'homens de confiança' faz Jair ser vaiado no Botafogo

Jair Ventura durante o jogo contra o Fluminense; técnico foi chamado de "burro" - Divulgação/Botafogo
Jair Ventura durante o jogo contra o Fluminense; técnico foi chamado de "burro" Imagem: Divulgação/Botafogo

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

10/11/2017 04h00

Reconhecidamente o Botafogo não conta com um elenco farto. Mesmo assim, o clube tem tido resultados bastante satisfatórios nas últimas duas temporadas sob o comando do técnico Jair Ventura. Após 15 meses na frente do Alvinegro, o treinador escutou pela primeira vez gritos de "burro", tão comuns no futebol brasileiro.

Apesar da corneta, Jair segue com moral entre os torcedores, mas não da forma intocável de antes. Em praticamente todos os jogos o treinador faz as mesmas substituições. Entram Guilherme, Gilson e, agora, Vinicius Tanque. Vez ou outra um nome novo aparece nessa relação, algo incomum.

O problema é que esses 'homens de confiança' de Jair não agradam tanto parte da torcida. Guilherme oscila boas participações e jogadas um tanto quanto questionáveis. Gilson, por outro lado, é lateral esquerdo mas quase sempre é utilizado no meio de campo. Já Vinicius Tanque, de fato, conta com resistência das arquibancadas.

Convicto, Jair Ventura não se abalou com as vaias e xingamentos escutados na derrota para o Fluminense, no Nilton Santos. Na oportunidade, o Botafogo fez uma das piores partidas na temporada e a paciência já estava reduzida. Após fazer as mesmas substituições e deixar o meia da seleção chilena Léo Valencia no banco, a situação ficou ruim para o treinador.

"A torcida é o grande patrimônio de uma equipe, eu não tenho de pedir nada para eles. Têm todo o direito de me vaiarem, e se quiserem aplaudir quando a gente ganhar eles podem. Não tenho de pedir nada, sigo fazendo o meu trabalho. Realmente, nem sempre vou agradar a todos, e eu tenho minhas convicções. E com elas eu vou morrer. Vou acertar e errar com as minhas convicções", disse Jair Ventura.

Jair tem contrato com o Botafogo até o fim de 2018, mas está muito valorizado no mercado e tem multa rescisória de apenas R$ 860 mil. O fim do ano promete ser agitado para definir o futuro do treinador. As vaias atrapalharão o prosseguimento do trabalho? Por enquanto, o comandante segue focado no Alvinegro.