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Sem Egidio, elenco do Palmeiras se reúne em entrevista e cobra apoio

Elenco se reuniu para pedir apoio aos torcedores nesta reta final de Brasileiro - José Edgar de Matos/UOL Esporte
Elenco se reuniu para pedir apoio aos torcedores nesta reta final de Brasileiro Imagem: José Edgar de Matos/UOL Esporte

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

10/11/2017 16h57

Um dia depois da multa recebida pelo lateral esquerdo Egidio, depois de xingar um torcedor no desembarque da última quinta-feira, o elenco do Palmeiras se reuniu de maneira inédita e compareceu na sala de entrevista coletiva ao lado do técnico-interino Alberto Valentim. Moisés, Dudu, Fernando Prass e Edu Dracena, além do treinador, foram os porta-vozes e cobraram apoio dos torcedores nesta reta final de Campeonato Brasileiro.

A ideia partiu do técnico Alberto Valentim, que, após a derrota por 3 a 1 para o Vitória, em Salvador, sugeriu a reunião para "fortalecer" a união do grupo para o fim da temporada. O caso de Egidio também foi lembrado brevemente - o lateral esquerdo acabou liberado do treino desta sexta-feira para resolver problemas particulares em Belo Horizonte e não enfrentará o Flamengo, no domingo.

"Sei que está todo mundo chateado. Existia até a chance de ser campeão, mas temos cinco finais para conseguir a nossa vaga no G-4. Precisamos de todo mundo que trabalha aqui e muito do nosso torcedor", afirmou Alberto Valentim.

"Estamos juntos para esses cinco jogos e o objetivo G-4. Aqui estão presentes os jogadores, eu representando a comissão técnica e o Cicero representando a diretoria. Não cabe todo mundo aqui, se não viria o pessoal de apoio, rouparia, fisiologia....O torcedor é o elemento fundamental e sempre foi, quero dizer que precisamos muito deles", afirmou.

Sobre o caso Egidio, o capitão Dudu comentou o assunto rapidamente e evitou qualquer confronto com a diretoria, que tratou de anunciar publicamente a multa para o lateral esquerdo horas depois do ocorrido no aeroporto. Alberto Valentim, por sua vez, limitou-se a dizer que o camisa 6 retorna às atividades com o elenco na próxima segunda-feira.

"A gente fica triste pela cobrança ser apenas em um jogador, como está sendo com o Egídio. A diretoria se posicionou sobre ele e nós temos que acatar", disse o camisa 7.

Pelo menos de acordo com a versão de quem falou nesta sexta-feira, o elenco se encontra muito incomodado com a falta de resultados nesta temporada e também com as cobranças consideradas excessivas. Clube que mais investiu para a temporada, o Palmeiras deve terminar o ano sem títulos - o prêmio de consolação vai ser a vaga na próxima edição da Copa Libertadores da América.

Edu Dracena, por exemplo, desabafou. "Algumas frases de gracinha de torcedores que talvez nem sejam do Palmeiras, mas querem tirar uma casquinha. Você acaba nem saindo na rua, deixa de levar o filho na escola por causa de cobranças. Você acaba deixando de viver algumas situações, e de repente as pessoas não entendem. Somos seres humanos, temos família. É difícil um familiar seu sair na rua ou ver na internet xingamentos e cobranças", destacou.

"Ninguém aqui é máquina. Está todo mundo triste, mas ao mesmo tempo confiante de que vamos conseguir nosso objetivo. Lógico que era ser campeão, mas ficou distante, e agora o segundo objetivo é classificar o clube para a Libertadores. São cinco jogos para a gente mudar essas opiniões de que o time não presta, não joga com raça, tem que vender esse ou aquele. Há uma semana, estávamos cinco pontos atrás do líder e em evolução, hoje esse questionamento", acrescentou o zagueiro.

Ao todo, 27 jogadores estiveram presentes na entrevista desta sexta-feira. Além de Egidio, os colombianos Yerry Mina e Miguel Borja também desfalcaram o movimento - a dupla se encontra com a seleção do país, que perdeu o amistoso desta sexta-feira para a Coreia do Sul por 2 a 1. O gerente de futebol Cicero Souza também acompanhou a entrevista desta sexta-feira, dia em que os jogadores e Alberto Valentim cobraram um apoio maior dos torcedores.