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Rival Cruzeiro inspirou "Time de Guerreiros" e até novo mascote do Flu

Guerreirinho é presença garantida em jogos e eventos oficiais do clube - NELSON PEREZ/FLUMINENSE FC.
Guerreirinho é presença garantida em jogos e eventos oficiais do clube Imagem: NELSON PEREZ/FLUMINENSE FC.

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

12/11/2017 04h00

De time "99% rebaixado" no Campeonato Brasileiro de 2009, o Fluminense deixou o Mineirão não apenas com uma heroica virada por 3 a 2 sobre o Cruzeiro na tarde de 1º de novembro daquele ano.

Mais do que a arrancada para escapar da degola, o Flu, a partir daquele dia, ganhou o rótulo de "Time de Guerreiros", marca até hoje explorada e lembrada pela torcida. Rival desta tarde, às 17h, no Mineirão, a equipe celeste foi indiretamente responsável pela "aposentadoria" do Cartolinha, antigo mascote do clube.

Como a imagem do símbolo anterior remetia a questões judiciais [como a permanência do Flu na Série A no Brasileiro de 2013], o clube aproveitou a brecha e não titubeou: saiu de campo a gravata, entrou a armadura. A identificação com o termo ficou tão forte entre os tricolores que até a nova camisa do Flu foi tratada comercialmente como a "nova armadura" do Tricolor. Advogados abriram um procedimento e conseguiram o registro da marca em favor do Fluminense.

O "Guerreirinho" tomou conta do posto a partir de 2016, mas o Flu teve todo o cuidado para que a saída de cena do velho símbolo fosse feita da forma mais discreta possível. Fato é que o mascote é presença constante em jogos, eventos e até batiza o projeto de escolinhas do clube.

"Não fui eu que idealizei, mas já existia uma trajetória em torno disso, participei do lançamento da ideia. O Cartolinha tinha valores de fidalguia quando foi criado, mas o Guerreirinho estava alinhado aos novos valores que a torcida comprou, um time que não desiste nunca em busca de seus objetivos. Essa sementinha de 2009 foi germinando dentro do clube até efetivamente ser apresentado oficialmente", contou Marcone Barbosa, ex-diretor de marketing do Fluminense e que atualmente ocupa o mesmo posto no Cruzeiro.

Aspectos comerciais à parte, aquele jogo contra o Cruzeiro é daqueles que o torcedor do Fluminense se recusa a esquecer. Gerente de futebol do Flu na campanha que culminou com a permanência na elite, Mario Bittencourt relembra o drama tricolor antes de a bola rolar.

"Se perdêssemos paro Cruzeiro, estaríamos sepultados. Aliás, se não vencêssemos o Cruzeiro, estaríamos mortos. No fim de primeiro tempo já estava 2 a 0 para eles. Mas foi uma virada histórica para e o início de um arrancada que culminou com nossa manutenção na Série A e com o vice campeonato da Copa Sul-Americana", lembrou o ex-dirigente.

Pouco mais de oito anos depois, o Tricolor volta ao mesmo palco, mas o jogo não tem a mesma importância nos destinos da equipe. Com 43 pontos conquistados, o time abriu sete para a zona da degola. Por outro lado, uma briga por vaga ao G-7 da Copa Libertadores não parece muito provável, já que os mesmos sete pontos separam o Flu do rival Fla.

CRUZEIRO X FLUMINENSE
Data: 12/11/2017 
Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG) 
Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO)
Auxiliares: Bruno Raphael Pires (GO) e Leone Carvalho Rocha (GO)
 
Cruzeiro
Fábio; Ezequiel (Galhardo), Léo, Digão e Diogo Barbosa; Lucas Silva, Lucas Romero, Bryan, Messidoro e Rafinha; Rafael Sóbis.
 
Fluminense 
Diego Cavalieri; Lucas, Renato Chaves, Henrique e Marlon; Wendel, Douglas e Gustavo Scarpa; Marcos Jr. Wellington Silva (Robinho) e Pedro Técnico: Abel Braga