Topo

Ex-parceiro de CR7, meia do Atlético-PR revela drama com o pai doente

Pablo ao lado de Cristiano Ronaldo: atleticano viveu drama familiar nos últimos meses - Arquivo pessoal
Pablo ao lado de Cristiano Ronaldo: atleticano viveu drama familiar nos últimos meses Imagem: Arquivo pessoal

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

14/11/2017 04h00

Foram meses de angústia. Filho único e xodó, o meia-atacante Pablo via seu rendimento cair de produção no Atlético Paranaense enquanto a cabeça se dividia entre o trabalho e a possibilidade de perder o pai. Cícero Aparecido Teixeira começou a passar mal com dores no peito. O quadro era de pneumonia, mas ninguém esperava o que viria a seguir.

Pablo seguia jogando, cada vez menos, e cada vez mais cobrado. Já não repetia as atuações que o fizeram artilheiro da equipe no Brasileirão 2016 com nove gols, muito menos a boa fase que o levou treinar ao lado de Cristiano Ronaldo no Real Madrid, assim como William José, ambos no Castilla.

Cícero foi internado e o quadro não era bom. A suspeita de pneumonia não se confirmou e ele precisou ser levado para a UTI, entre a vida e a morte. Os médicos investigavam, mas não concluíam o problema, até que descobriu-se o rompimento em uma válvula do coração. O filho do presidente do Atlético, Luiz Gustavo Emed, foi o cardiologista do pai de Pablo. Três meses na UTI e depois de várias cirurgias, incluindo outra no estômago, Cícero teve alta. Precisou fazer hemodiálise por um tempo, chegou a estar em coma induzido. Pablo voltou a jogar e, contra o Botafogo, deu a assistência para o gol de Guilherme.

Pablo CAP e pai - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Pablo (E) ao lado do pai, comemorando o aniversário dele em 2016
Imagem: Arquivo Pessoal

“O ano passado foi um ano muito bom em tudo pra mim, pessoal, profissional. Estava muito tranquilo para fazer o meu trabalho. Esse ano eu comecei muito bem na Libertadores, e depois aconteceu um problema grave com meu pai, a minha família, e eu me dediquei 100% pra ele, pra minha família, para estar come ele”, disse, na saída do jogo, “Eu tenho que agradecer muito ao clube, ao presidente, ao Paulo Autuori, ao Eduardo Baptista que esteve conosco, ao professor Fabiano Soares, que entenderam a minha situação e estiveram comigo, dando a maior força.”

Autuori e Baptista liberaram o jogador de um jogo em Recife contra o Sport no momento mais crítico da doença, para que ele acompanhasse uma das cirurgias. Por preferir se resguardar, Pablo era alvo de críticas, tanto pelo desempenho, quanto por não atuar regularmente. O clube o blindou e investiu no ser humano. “Graças a Deus meu pai está se recuperando, a cada dia melhor. E eu estou muito feliz em voltar a ser o Pablo da temporada passada, mais tranquilo, mais confiante. Tenho que agradecer a todos por estarem comigo. A todo o elenco, a toda a torcida pelas orações. Só tenho a agradecer.”

Amigo de WhatsApp de Cristiano Ronaldo e Marcelo

Em 2013 Pablo se destacou no Figueirense, onde atuou por empréstimo. Chamou a atenção dos olheiros do Real Madrid, fez as malas e partiu treinar na Ciudad Real Madrid, o CT dos Merengues. Lá, rapidamente fez amizade com Cristiano Ronaldo, Marcelo e William José, a colônia de língua portuguesa do clube. O contrato por empréstimo com opção de compra, porém não vingou.

Pablo deixou o Figueirense na virada do ano e, sem férias, sofreu com lesões musculares. Foram cinco meses em Madri, em que convivia no CT integrado com o time principal. Enquanto o Real Madrid joga a elite da Espanha, seu time B, o Castilla, atua na Série B, pela qual Pablo fez 4 jogos. Acabou retornando ao Brasil e depois indo ao Japão, defender o Cerezo Osaka, onde trabalhou com Paulo Autuori e Lucho González, dois atuais atleticanos. Daqueles dias, ficaram a experiência e os contatos com Marcelo, William José e Cristiano Ronaldo, com quem fala por WhatsApp e qualifica como ídolo. Diz admirar o “perfil reservado de Cristiano, um atleta exemplar que não é de sair e não gosta de divulgar, mas ajuda muita gente”, segundo o estafe de Pablo.