Compra de CT, denúncia e até naming rights: Botafogo, enfim, vive eleição
Com ajuda dos irmãos Moreira Salles, o Botafogo realizou o sonho de comprar um centro de treinamento para integrar futebol profissional e categorias de base. Dias depois, o ex-presidente Maurício Assumpção foi processado pelo clube e teve de prestar depoimento na polícia. Por fim, nos bastidores de General Severiano o burburinho é de que o Alvinegro negocia com uma grande empresa a cessão de direitos dos nomes do Nilton Santos (Engenhão).
Seria coincidência se os três fatos não ocorressem dias antes da eleição que definirá o próximo presidente do Botafogo – ocorre no dia 25. Carlos Eduardo Pereira cumpriu a promessa e deu fim à reeleição no clube. Ele será o vice de Nelson Mufarrej, candidato da situação. Marcelo Guimarães será o representante da oposição e único adversário no pleito.
Compra de CT
Verdade seja dita, a compra do centro de treinamento do Botafogo já vinha sendo discutida e elaborada há muito tempo. O investimento dos irmãos Moreira Salles só foi possível pela confiança em alguns nomes do clube, em especial, o gerente geral da base Manoel Renha.
Alguns problemas burocráticos ocorreram durante o processo e a assinatura da compra só foi para o papél na semana passada, há poucos dias da eleição. Em carta publicada pelo próprio clube, os irmãos Moreira Salles, inclusive, tiveram essa preocupação e entraram no assunto.
“Como torcedores, queremos ajudar o clube a caminhar nesta direção. Com este movimento, não pretendemos tomar partido no processo eleitoral do clube, e sim endossar a política de valorização de jogadores formados em casa”, disseram os irmãos.
Denúncia de Assumpção
Desde que assumiu o Botafogo, em 2014, Carlos Eduardo Pereira e demais membros da diretoria prometeram fazer uma firme apuração da gestão de Maurício Assumpção. O assunto não prosperou nos últimos três anos, até o início do mês, quando o clube processou o ex-presidente (e o ex-diretor executivo Sérgio Landau) para esclarecer possível favorecimento à Odebrecht em 2013.
A atual diretoria do Botafogo acusa a dupla de favorecer a construtora, concessionária do Maracanã, no caso da interdição do Nilton Santos (Engenhão) em 2013. Na oportunidade, o “Maior do Mundo” precisava fechar com ao menos dois clubes para levar a concessão. O problema é que o Alvinegro facilitou o aluguel para os rivais e virou um problema para a construtora. Alguns dias depois, o clube de General Severiano viu sua casa ser interditada para obras.
Assumpção prestou depoimento na última quarta e desabafou sobre a influência da eleição no processo. “É possível, porque momento eleitoral de clube é sempre conturbado. Não tenho acompanhado a disputa, mas o que chega aos meus ouvidos é que a coisa está difícil, está acirrada. Parece que o Marcelo Guimarães está ganhando corpo na candidatura dele, né? Então aí leva-se o debate para outra coisa que não tem necessidade”, provocou Assumpção.
Naming Rights
Oficialmente não há nada de concreto, apenas o desejo do Botafogo de contar com o dinheiro de uma grande empresa, que daria o nome ao estádio Nilton Santos. Porém, nos bastidores de General Severiano há quem diga que a situação é real e já há uma negociação com uma grande empresa.
Essa modalidade de patrocínio era algo que o presidente Carlos Eduardo Pereira prometeu lutar, mas sempre disse ser algo difícil. Mesmo assim, o assunto voltou a tona há poucos dias e dividiu o clube. Alguns ficaram empolgados com a possibilidade, outros, mais desacreditados, desconfiam da informação.
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