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Empresário chinês que comprou Milan pode ser um charlatão, diz NY Times

Li Yonghong (à direita), proprietário do Milan desde abril de 2017 - Miguel Medina/AFP
Li Yonghong (à direita), proprietário do Milan desde abril de 2017 Imagem: Miguel Medina/AFP

Do UOL, em São Paulo

17/11/2017 20h55

O jornal americano The New York Times revelou em uma reportagem que Li Yonghong, empresário chinês que se tornou proprietário do Milan após uma transação de US$ 860 milhões (R$ 2,8 bilhões, em valores atuais), pode ser um charlatão que não tem, de fato, a fortuna que dizia ter.

Segundo a investigação do jornal, o império de mineração que Li afirmou possuir aos dirigentes do Milan, na verdade, não está registrado em seu nome. As minas, na cidade de Fuquan, na província chinesa de Guizhou, são propriedade da empresa Guangdong Lion, que já teve quatro donos diferentes nos últimos dois anos - nenhum deles é Li Yonghong.

Pelo menos duas vezes, a empresa mudou de dono em transações sem custo. O jornal não conseguiu entrar em contato com nenhum dos antigos ou atuais proprietários da Guangdong Lion, com exceção do dono original, Li Shangbing, que negou conhecer Li Yonghong.

Além disso, os escritórios da empresa, em um prédio em Guangzhou, estavam fechados, com uma nota de despejo na porta, mobília desarrumada, computadores sem disco rígido e latas de lixo infestadas por larvas, quando a reportagem visitou o local em agosto.

A história empresarial de Li Yonghong, segundo a publicação, é recheada de problemas com a lei. Em 2013, ele foi multado em US$ 90 mil por deixar de declarar um negócio de US$ 51 milhões em uma empresa imobiliária. Já em 2004, a empresa da família de Li, a Guangdong Green River, se juntou a outras duas empresas e aplicou um calote em mais de 5 mil investidores, no valor de US$ 68 milhões. O pai e o irmão de Li foram para a cadeia, mas ele foi inocentado.

Em declarações ao New York Times, um porta-voz do Milan defendeu a idoneidade de Li Yonghong e afirmou que o empresário chinês foi uma "vítima" em alguns dos casos e que "não conhecia bem as regras" em outros.

Atualmente, o Milan busca novos investidores ou um refinanciamento para pagar um empréstimo de US$ 354 milhões que Li contraiu junto a um fundo de cobertura para comprar o clube italiano. A data limite para o pagamento do empréstimo é outubro de 2018.