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Profissionalização, hostel no Engenhão e craque: oposição quer mudar Bota

Marcelo Guimarães quer criar um hostel no Nilton Santos para receber botafoguenses - Divulgação
Marcelo Guimarães quer criar um hostel no Nilton Santos para receber botafoguenses Imagem: Divulgação

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/11/2017 04h00

A missão de comandar o Botafogo não assusta Marcelo Guimarães. Único candidato da oposição na eleição deste sábado, ele planeja voltar ao clube após ter sido diretor executivo de marketing entre 2009 e 2012. A principal proposta para vencer o pleito e comandar pelo próximo triênio é a profissionalização.

Se a atual diretoria tem orgulho em ostentar o rótulo de ‘amador’, Marcelo Guimarães vê a prática como cargo político e prejudicial ao clube. Além da profissionalização, o candidato da oposição tem propostas ousadas para o Botafogo. As mais chamativas são a construção de um hostel no Nilton Santos com o objetivo de receber alvinegros de longe do Rio.

Por fim, mas não menos importante, Marcelo promete um craque ao time. Segundo ele, o Botafogo precisa de um jogador vencedor e que sirva de exemplo para os demais atletas e jovens das categorias de base que cheguem aos profissionais. “Com todo respeito, mas essa referência não pode ser o Bruno Silva”, disse.

Veja a entrevista completa:

UOL Esporte: Qual sua avaliação do mandado de Carlos Eduardo Pereira?
Marcelo Guimarães: Tem uma máxima que foi colocada no início do mandato que eu discordo. O presidente atual diz que pegou o Botafogo no pior momento da história, o que eu discordo. Evoco os que têm mais de 40 anos para lembrar o que era o clube nas décadas de 80 e 90. Não tinha sede, não tinha campo, o presidente despachava debaixo da piscina com goteira. O Edson Santana, um dos maiores vitoriosos da história, disse que chegou e não tinha bola para treinar. Foi campeão em 1989 presidido pelo seu Emil Pinheiro, que tem muita história no clube, mas era um contraventor, pagava as pessoas em dinheiro. Bebeto estreou na segunda divisão com uniformes comprados em uma loja na Rua da Alfândega (centro da cidade). Aí o atual presidente assume com uma arena olímpica, Caio Martins, Várzea das Moças, Puma como fornecedora de uniformes, remo campeão, base gerando jogadores em escala, sede social... E vem me dizer que era o pior momento da história. Obviamente estava muito bagunçado, especialmente os dois últimos anos da gestão do Maurício [Assumpção]. O último ano é inacreditável. Mas essa premissa não é verdadeira. Por outro lado, de fato, tomou decisões que foram importantes. Respeito orçamentário, no início.

UOL Esporte: Só no início?
Marcelo Guimarães: É porque ela se distorceu. Por duas razões. Esse respeito orçamentário foi imposto pela capacidade de gerar receita. Não gera receita, como vai ter orçamento? Só tem receita em escala com a “Caixa”. Estádio, só quando o jogo enche. Tem duas placas dentro do estádio inteiro. Fora de dia de jogo, quase não acontece nada. Incapacidade de gerar receita e que, de certa maneira, mascarou a crise financeira que vai chegar em 2018, foi a antecipação dos R$ 40 milhões do contrato com a TV.

UOL Esporte: Mas o que você acha que teve de positivo?
Marcelo Guimarães: Temos que manter o que teve de bom, como remo, categoria de base bem estruturada, a credibilidade que conquistaram com à família Moreira Salles, que tornou possível a compra do CT. O time, em especial no último ano e meio, foi muito competitivo, mas faltou uma coisa. O espírito de campeão. Não me refiro ao Jair, uma revelação que muito nos orgulha, mas um jogador para ser referência. Se avaliar, um jogava num time do Nordeste, outro estava no banco do São Paulo... Juntou e deu liga. Um meia de criação e um 9. O Montillo, até um garoto sabe que não daria certo, pois não joga em bom nível desde o Cruzeiro. R$ 560 mil por mês ao rapaz. Aí o presidente critica a contratação do Seedorf, que também acho que deveria ter sido melhor planejada, mas que ganhava R$ 700 mil. Ora, criticar o Seedorf pelos R$ 700 mil e achar que vale pagar R$ 560 no Montillo? É a cara do futebol atual.

UOL Esporte: Quais são as principais propostas?
Marcelo Guimarães: Se eu tivesse que escolher uma única proposta, eu diria que é a profissionalização das atividades-meio. Isso não é nada abstrato. Usa-se essa expressão profissionalismo como uma panaceia. Como se fosse algo que não pudesse tocar. O clube é feito de atividades-meio e atividades-fim. Atividade-fim do Botafogo, o objetivo do Botafogo, é praticar esporte em alto nível, atender bem torcida e associado, zelar pelas tradições. Atividade-meio é marketing, finanças, administrativo, comercial, gestão de pessoas. Isso são atividades corporativas e devem ser exercidas por pessoas de mercado, despolitizadas. É o motor do carro. Está errado o modelo.

UOL Esporte: Os amadores estão lá, mas tem uma estrutura profissional por de trás deles...
Marcelo Guimarães: Tem uma estrutura profissional, melhor ou pior em determinados departamentos, que nem posso avaliar agora. A do marketing eu sei que é boa porque conheço os meninos que trabalham lá. Apesar do voluntário que está lá, o marketing consegue desempenhar um bom trabalho. Não concordo com quem diz que o marketing dessa gestão foi uma porcaria, mas credito aos meninos que estão lá e amadureceram de um tempo para cá. Mas o que quero dizer é que o voluntário nessas áreas atrapalha. Quando eu falo em ter um executivo de marketing do mercado, contratado para trabalhar com rigores, através de headhunter [recrutador de grandes talentos], vai trazer uma pessoa que tem uma bagagem de network, de conhecimento do mercado. Quero um craque. Alguém capaz de no dia seguinte montar estrutura para ser recebido por empresas. Completamente diferente do que ocorre. Não tenho nada contra ele [Márcio Padilha], ele que briga comigo nas redes sociais. Ele até parece dedicado e é um bom produtor na área dele, mas não dá para comparar ele com um executivo de marketing. É outro nível e ele sabe disso. O clube sabe disso, mas não tem coragem de romper com o modelo. São cargos políticos. É a política tradicional.

UOL Esporte: Você, então, acabaria com as vice-presidências?
Marcelo Guimarães: Manteria apenas as que são obrigatórias pelo estatuto do clube. As que não fossem obrigados, tiraria tudo. Posso botar qualquer um, mas que não vai atuar. Porque eu vou ter um CEO pendurado em mim e vamos montar uma estrutura profissional a partir dele. Um cronograma de implantação, mas esse é o processo. Além do vice-geral, a punica obrigatória, se não me engano é a financeira. Nem precisa nomear as demais. Pode extinguir e manter sem ser ocupada. Pegar um CEO de primeira. Aí perguntam onde vou pegar o dinheiro para isso. Eles pagaram R$ 250 mil ao Canales por sete meses. Com esse dinheiro eu contratava o estafe todo e que geraria mais dinheiro. Canales não gerou nada.

UOL Esporte: E as demais propostas?
Marcelo Guimarães: A profissionalização é a principal e que impactará nas outras. Precisamos monetizar o nosso estádio, que não gera receita em escala fora de dia de jogo. Eles conseguiram a proeza de ter a única arena olímpica que não é ponto turístico. Qualquer lugar do mundo que você vá e tem uma arena, ela está na rota do turismo. A nossa não. Não foram capazes de enxergar que precisavam reunir um legado da Olimpíada. Estiveram lá durante o evento e não conseguiram nada. Nada mais óbvio que ter uma amostra do ídolo Nilton Santos. O clube tem matérias sensacionais dele. Alguns expostos e outros guardados, mas que são fantásticos. Além disso quero criar um hostel. É uma hospedagem simples e que pode se ploriferar

UOL Esporte: E como funcionaria esse hostel?
Marcelo Guimarães: Não é um empreendimento permanente. Funciona a partir de um quadro móvel. Divisório de dry wall, beliches e banheiros compartilhados. Instlações muito simples e temos espaço à vontade no Engenhão. Teremos todo mês uma semana de ativação para o botafoguense. Um calendário que terá pelada com ex-ídolos, visita a sede, experiências no estádio. Atraindo grupos de botafoguenses para habitar esse espaço por uma semana. Além disso, evidentemente, véspera de jogos. É um espaço que começa pequeno, com cerca de 40 pessoas, e depois pode crescer. Com o tempo vamos avaliar o perfil do visitante, as demandas. De repente tem família buscando espaço exclusivo. Se tiver em escala, podemos fazer um quarto para essas pessoas. Meu sonho, aí já não é projeto, é pegar os camarotes do setor leste e transformá-los em quarto de hotel. Mas isso é um sonho.

UOL Esporte: Algum projeto para tornar os esportes olímpicos autossustentáveis?
Marcelo Guimarães: O remo nos orgulha muito. Temos o melhor remo do Brasil. A atual gestão só quer saber de aparecer e divulgar a marca do Mais Botafogo [grupo político] quando o remo ganha. Precisa pensar maior. Demoramos dezenas de anos para conquistar essa hegemonia. Por que não transmitir pela internet as principais provas? É fácil fazer isso. Precisa popularizar o esporte, fortalecer junto a torcida e, consequentemente, ao mercado. Isso pode, em breve, gerar receita. Precisa pegar esses campeões e torna-los, o tanto quanto possível, em ídolos. Com visibilidade, para trazer retorno ao clube.

UOL Esporte: O que será feito na sede de General Severiano?
Marcelo Guimarães: Vou desativar o CT João Saldanha e vamos reverter para os sócios. Academia será destinada aos sócios, que terão ainda um espaço de beleza, uma sala de vídeo para jogarem games, uma área de carteado. Quer dizer, um espaço de convivência que não temos hoje no clube. Se chover, o sócio não tem o que fazer na sede. Além disso, vamos fazer três projetos e colocar em votação para o sócio escolher. Meu favorito é fazer um society em meio campo e na outra metade duas quadras de tênis.

UOL Esporte: Projetos para a categoria de base
Marcelo Guimarães: Integração total. Temos uma base espalhada. Várzea das Moças, Caio Martins e Engenhão. Vamos aderir entusiasmadamente ao novo CT. Só estrutura, porém, não basta. O Botafogo talvez seja o clube que mais tem estrutura no Rio. General Severiano, Engenhão, Caio Martins, Marechal Hermes, Várzea das Moças, CT, Mourisco... Só isso não basta é preciso gestão. Outra coisa que anda esquecida é o futsal, tão importante na formação de jogadores. Temos uma parceria com o Helênico, mas que é pouco falada. Posso estar sendo injusto, mas não vejo um trabalho em andamento. Preciso valorizar mais o futsal.

UOL Esporte: E para o Nilton Santos?
Marcelo Guimarães: Não é possível que na área que o estádio tem, o Botafogo não consiga fazer um local para receber os sócios do clube lá. Minha ideia é aonde tem o campo anexo [atual local de treino até CT ficar pronto] fazer uma área em volta do campo sintético que lá tem. Colocar uns chuveiros, umas espreguiçadeiras e algumas churrasqueiras. Uma coisa pequena, simples de fazer. O espaço já existe.

UOL Esporte: O plano de sócito-torcedor decolou recentemente
Marcelo Guimarães: O que penso para o sócio-torcedor é uma plataforma que ele possa votar digitalmente. Onde quer que more no Brasil, terá direito a votar sem sair de casa. Metade da nossa torcida está fora do Rio, então precisamos nos modernizar. Olha que atrativo. O cara de Macapá poderá aderir e participar. Todo segundo mandato é um desastre. Eles fizeram uma inversão, uma pegadinha, mas é segundo mandato. Foi assim com o Bebeto, Maurício... Quero dar desconto progressivo. Precisa ter mais entrega ao sócio torcedor. E quero criar uma área de preços realmente populares, mas no varejo. Sem precisar fidelizar. Um casal que se associa na área popular hoje paga R$ 20 reais cada. R$ 40 reais são nove quilos de frango. Quem pode se associar e classe média. Estou falando do pessoal que quer ir ao estádio e não consegue porque está muito caro. Quero cobrar R$ 5 para ir no jogo. Vai lá, paga e entra. Um dos problemas do futebol brasileiro é esse. Elitizou a plateia. Tem pouca gente no estádio porque está caro. Quero deixar uma cota para essa população de baixíssima renda. Um setor sempre cheio e cheio de gente que não consegue mais ir aos jogos pelo preço. Auxiliar de pedreiro, porteiro, o boy. Não vai porque não tem condição de virar sócio torcedor. Ele morre de vontade de ir ao jogo.

UOL Esporte: Como será a estrutura do futebol?
Marcelo Guimarães: Vou manter a figura do vice nesse caso. Acho importante dar uma conotação alvinegra as nossas atividades fim. É importante a presença do Cacá [Azevedo. Vice de futebol] por mais que tenha conhecimento técnico sobre o processo, é preciso despejar sobre esportes, que é nossa vocação, uma conotação alvinegra. É possível que contrate um profissional que nem torça para o time, mas que esteja acompanhado de um vice. O perfil que vejo para esse profissional executivo do futebol é que tenha um histórico de campeão. Trazer um cara desses. O Botafogo carece disso. O clube tem estrutura razoável, nos falta receita e conhecimento do mercado. Não é possível contratar cinco argentinos que não deram certo. Perdemos o Emerson Santos, nossa maior joia dos últimos anos por nada. Destruimos o Luis Henrique, fez dois gols e quiseram fazer dele a nova estrela. Acabaram com ele. O Bruno Silva hoje é um dos principais jogadores do elenco. Ele tem dois títulos catarinenses e uma copa do interior de São Paulo. Essa é a nossa referência. Um garoto chega e não tem esse cara, referência. Nos falta isso. Falta um camisa 10, fomos desclassificados pelo Flamengo sem fazer um gol.

UOL Esporte: Situação de Jair Ventura?
Marcelo Guimarães: Ele é uma revelação espetacular. Ponderado, equilibrado, obviamente percebe a mão dele no time. As vezes erra, como todos nós. Normal. Quero saber o que ele quer. Evidentemente que quero conversar com ele. Mas sei que ele está numa situação de muita valorização. Teria que conversar com ele e ver o que ele quer. Sem dúvida tenho enorme simpatia e respeito pelo trabalho dele

UOL Esporte: Atual presidente criou uma rivalidade grande com o Flamengo. Como seria sua relação com os rivais? Teria problema em alugar o Nilton Santos para o Flamengo, por exemplo?
Marcelo Guimarães: O dirigente, uma figura pública do futebol, ele assume uma responsabilidade como pessoa jurídica. Tem que ter cuidado com a forma que se expressa. Respeito o Carlos Eduardo, o considero uma pessoa do bem, mas cometeu seríssimos equívocos nesse sentido. Quero negociar com todos aqueles que sejam capazes de contribuir com o objetivo de monetizar o estádio. Sem abrir um centímetro dos nossos direitos. O presidente, evidentemente, se sentiu recompensado de jogar para a torcida. Atingiu popularidade absurda. Mas correu o risco, não estou dizendo que o fez, de contribuir com uma violência incontrolável – quase chegou a esse ponto. O cara que é pacifico, fica chateado. O cara que é irritado, fica muito revoltado. Mas o cara que é maluco, destemperado, esse vai fazer m... Então é preciso responsabilidade. Além disso, passou o ano todo falando que time tal não jogaria no estádio. Ai depois vai em um programa de televisão e constrangido diz que é tudo uma questão de preço. O estádio vale por quantos jogos ele abriga, quantos jogos são transmitidos. Estádio ficou muito bonito customizado. É um outro momento. Nos dá orgulho, mas não podemos prescindir de alugar. Para ninguém. Quem quer que seja poderá alugar. A solução não é não alugar estádio para o Flamengo, mas colocar um departamento jurídico mais ágil e que não fique perdendo ações para o rival nos tribunais.

UOL Esporte: Qual futuro você vê para o Jefferson?
Marcelo Guimarães: Eles pegaram o Jefferson na seleção brasileira e estão devolvendo no banco de reservas. As razões estão clara. De cara fizeram uma promoção que chamaria de bizarra. Usaram a imagem do Jefferson, a grande campanha do Mais Botafogo na última campanha, criaram um site e fizeram uma vaquinha para pagar o salário do jogador. Foi um fracasso. Arrecadou o suficiente para pagar oito dias de salário do Jefferson. Depois teve a contusão, considerada rara no futebol. Gostaria de perguntar, se não seria o caso, dada a complexidade, de fazer a cirurgia com um médico especialista? Fizemos uma solução caseira e o Jefferson ficou afastado dos gramados por muito tempo, tendo que passar por nova cirurgia. Quando voltou o Gatito vivia grande fase e agora ele está no banco. Eu quero dizer uma coisa. Eu sou muito fã do Jefferson. É o melhor goleiro que vi jogar na história do Botafogo. Eu conto e muito com ele em 2018. Para mim ainda é o melhor do Brasil.

UOL Esporte: Por que não caracterizou Nilton Santos quando esteve na sua mão?
Marcelo Guimarães: É preciso entender o momento. Naquela oportunidade, o Maracanã estava fechado e o foco era rentabilizar recebendo todos os clubes. Haviam restrições muito sérias em relação a customização, além de não ser o mais indicado do ponto de vista comercial. Com a proximidade da Olimpíada era impossível fazer essas mudanças, já que teriam que ser retiradas para os Jogos. Na eleição de 2014, que participei, tinha proposta de fazer customização móvel em um primeiro momento já que teriam que ser sacadas antes das Olimpíadas. Para depois, sim, customizar de maneira definitiva.

UOL Esporte: Nilton Santos virou a casa do Botafogo. Isso pode atrapalhar possíveis negociações?
Marcelo Guimarães: o momento é outro. Foi um acerto da atual gestão, a pintura, a estética. Nos enche de orgulho. Essa diretoria tomou essa atitude bonita, mas decidiu afastar. Mesmo assim alguns jogos ocorreram lá. Não vejo problema, nem conflito. A oportunidade está aí. Maracanã é caro, nosso estádio é uma opção aos times e nos ajudem a monetizar o Engenhão.

UOL Esporte: Presidente é um cargo não remunerado. Como você se sustentará caso eleito?
Marcelo Guimarães: Sou sócio de algumas empresas e tenho me dedicado a essa empresa que montei há dois anos. A Vértice Marketing. Tenho sócios e eles estão sabendo da situação. De cara, tenho a diferença que vou contratar um CEO. Ele, evidentemente, tomará muitas decisões porque é a função dele. Estou em um momento da minha vida que posso realizar esse sonho. Vou ter a dedicação necessária para o Botafogo e que meus negócios evoluam.