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Racha entre cartolas incomoda elenco do Cruzeiro: "Que não nos atrapalhe"

Thiago Neves, meia-atacante do Cruzeiro, quer o fim das polêmicas entre os cartolas - © Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Thiago Neves, meia-atacante do Cruzeiro, quer o fim das polêmicas entre os cartolas Imagem: © Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

28/11/2017 04h00

A inesperada ruptura da atual gestão com a futura diretoria do Cruzeiro começa a ter reflexos em campo. Não que isto atrapalhe diretamente a rotina dos atletas, mas chegou ao ponto de Thiago Neves, um dos porta-vozes do elenco, tornar pública a insatisfação com o caso.

O meia-atacante não é o único que espera que o caso seja apaziguado. Há mais atletas do plantel que estão incomodados com a discussão pública. Alguns jogadores cogitaram intervir para tentar dar um basta na situação, mas foram aconselhados a evitar os problemas nos bastidores.

Thiago Neves, portanto, teve a incumbência de solicitar o fim da queda de braço via imprensa. Em entrevista à Rádio Itatiaia, após o jogo contra o Vasco, no Mineirão, o craque se manifestou e pediu que os problemas fossem tratados de outra maneira.

"A gente fica fora. Procuramos não nos meter, pois atrapalha se entrarmos. Da diretoria anterior eu tenho um carinho muito grande pelo Klauss (Câmara, diretor de futebol), pelo Bruno (Vicintin, ex-vice-presidente de futebol), pelo Tinga (gerente de futebol). Não conheço quem vai chegar, mas a gente espera que seja o mesmo ambiente. Como falei há algum tempo, que não venham para nos atrapalhar, pois nosso ambiente é o melhor possível", afirmou.

O pedido do camisa 30 converge com o pensamento da maior parte do grupo de atletas. Embora não se pronunciem sobre o fato com frequência, todos esperam que a guerra entre as cúpulas seja cessada o mais rapidamente possível.

Bruno Vicintin, ex-vice de futebol do clube, e Itair Machado, seu substituto no cargo, são os protagonistas da briga pública. O antigo cartola alega ter recebido ameaças do futuro gestor. Itair, por sua vez, assegura que não fez isso. Ele, inclusive, prestou queixa-crime contra o seu antecessor e cobrou a apresentação de provas.

O curioso é que Gilvan de Pinho Tavares apoiou a candidatura de Wagner Pires de Sá, eleito em 2 de outubro passado no Conselho Deliberativo da instituição. Um mês depois, eles estiveram no mesmo ambiente para a eleição de Zezé Perrella para a presidência do Conselho. A dupla, porém, sequer se cumprimentou.

A crise se dá pelas escolhas de Wagner Pires de Sá. O economista optou pela saída de nomes importantes da antiga direção, como Bruno Vicintin, Klauss Câmara, Tinga e Guilherme Mendes. O fato causou mal-estar entre as partes e culminou em uma série de discussões públicas.

Para evitar que o racha reverbere na Toca da Raposa II, os jogadores decidiram solicitar uma trégua entre as partes. Thiago Neves foi o responsável por aparecer diante dos microfones para pedir um basta aos dirigentes.