Euriquinho e Abad vão à delegacia, e facões são apreendidos no Engenhão
Uma operação da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática e do Ministério Público com o Juizado Especial do Torcedor está nas ruas na manhã desta sexta-feira (01) para cumprir mandados contra dirigentes de times e integrantes de torcidas organizadas do Rio de Janeiro. Batizada como "Limpidus", a ação pretende investigar a relação entre clubes e distribuição de ingressos.
Foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimentos Pedro Abad, presidente do Fluminense; Eurico Brandão, vice de futebol do Vasco; e Anderson Simões, vice-presidente de estádios do Botafogo. Na busca realizada no Nilton Santos, a Polícia Civil apreendeu dois facões na sala do dirigente alvinegro.
"Um estádio de futebol tem tantas ferramentas... esses facões podem ter sido qualquer coisa, inclusivo recolhido após serem abandonados. Preciso conversar com ele para entender melhor a situação", disse Carlos Eduardo Pereira, presidente do Botafogo.
Filho de Eurico Miranda, Euriquinho tentou se descolar de um eventul beneficiamento com o repasse de ingressos. À "Globonews", o dirigente desconversou:
"Eu estou aqui como testemunha. Não estou como envolvido no processo. Não tenho nenhum envolvimento. Vou ver se eu posso ajudar em alguma coisa. Espero que possa ajudar".
A alta cúpula tricolor já sabia que a polícia agiria. Por volta das 6h desta sexta-feira, Abad já estava na casa de Roberta Fernandes, diretora jurídica do clube, para alinhar a linha de argumentação. Em relação ao conhecimento prévio, o Flu, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que "ninguém no Fluminense sabia da operação da Polícia Civil e o presidente Pedro Abad esteve em sua casa até por volta das 8h30, quando saiu para encontrar com os advogados do clube e se apresentar na Cidade da Polícia para prestar os devidos esclarecimentos".
Por meio de vídeo, Abad garantiu que "os líderes das torcidas organizadas informaram que estava difícil levar os membros para o estádio por causa da sequencia de jogos e do preço dos ingressos". E que os mesmos "solicitaram uma carga pequena de ingressos para que seus membros pudessem entrar e fazer efetivamente a festa da torcida". O mandatário acrescentou que "a partir dessa solicitação, em setembro de 2017, cedemos 200 ingressos para serem divididos por todas as torcidas organizadas e para uso exclusivo de seus membros".
Além dos dirigentes levados à Cidade da Polícia, o presidente da Young Flu, Manuel de Oliveira Menezes, e o vice Luiz Carlos Torres Júnior foram presos. Além deles, Ricardo Alexandre Alves, presidente da Força Flu, também foi detido pelas autoridades.
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