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Torcedores do Flu presos em operação policial fizeram reunião com elenco

Lucas Merçon/Fluminense
Imagem: Lucas Merçon/Fluminense

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/12/2017 04h00

Clube que se orgulha de sua fidalguia, o Fluminense estendeu o tapete vermelho de seu centro de treinamento aos três torcedores presos em decorrência da "Operação Limpidus", que investiga a relação dos clubes com o fornecimento de ingressos a torcidas organizadas.

Manuel de Oliveira Menezes, presidente da Young Flu; Luiz Carlos Torres Júnior, o Fila, vice-presidente da Young Flu; e Ricardo Alexandre Alves, o Pará, presidente da Força Flu, foram alguns dos presentes em recente reunião com o capitão Henrique, o atacante Henrique Dourado, e o gerente Alexandre Torres, em 10 de outubro deste ano.

Na ocasião, o presidente Pedro Abad acertou o repasse de 200 ingressos para algumas facções. O trato durou até o fim do Campeonato Brasileiro, e as autoridades crêem que os beneficiados revendiam os bilhetes e embolsavam o dinheiro, o que caracterizaria co-participação do Flu em crime de cambismo, ação que é criminalizada pelo Estatuto do Torcedor.

Em vídeo publicado nos canais do Flu, Abad justificou sua ida à Cidade da Polícia e admitiu que fez acordo para o repasse de tíquetes para algumas torcidas. O mandatário disse que a medida foi tomada para angariar apoio na arquibancada e justificou questões econômicas para tomar a atitude.

"Os líderes das torcidas organizadas me informaram que estava difícil levar os membros para o estádio por causa da sequencia de jogos e do preço dos ingressos. E solicitaram uma carga pequena de ingressos para que seus membros pudessem entrar e fazer efetivamente a festa da torcida", disse o cartola.

A oposição do Tricolor acompanha o caso com atenção e vê um possível dano ao sócio-torcedor, que paga os ingressos e estaria sendo lesado pela distribuição gratuita de cortesias que são revendidas. Abad jurou que a medida tinha data para terminar:

"Esse acordo perduraria até o fim do Campeonato Brasileiro, quando nos retornaríamos à nossa política de não ceder qualquer tipo de ingresso e de ajuda aos torcedores de torcidas organizadas. Porque nossos torcedores são iguais, e não tem porque ajudar a um e não ajudar a outro".

Ao franquear esse acesso a uma mínima parcela da torcida, o Fluminense desrespeitou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público. Pelo acordado, os clubes do Rio ficaram proibidos de dar ingressos às torcidas.

Alheio ao clima quente das Laranjeiras, o técnico Abel Braga comanda neste sábado o último treino do ano. No domingo, a equipe visita o Atlético-GO, às 17h, no Estádio Olímpico.