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Futebol está sem graça e precisa de mais Felipes Melos, diz ídolo do Santos

Paulo Almeida em jogo do Brasileiro 2002, vencido pelo Santos - Almeida Rocha/Folhapress
Paulo Almeida em jogo do Brasileiro 2002, vencido pelo Santos Imagem: Almeida Rocha/Folhapress

Marcello De Vico e Vanderlei Lima

Do UOL, em Santos e São Paulo

03/12/2017 04h00

“O futebol está muito sem graça”. A frase, certamente dita por muitos amantes do esporte, não fica restrita apenas a torcedores. Jogadores e profissionais que vivem (ou viveram) o dia a dia do futebol compartilham desta opinião cada vez mais comum nos tempos atuais. É o caso de Paulo Almeida, ex-volante já aposentado que brilhou com a camisa do Santos na década passada. Hoje com 36 anos, ele fez parte do grupo santista que faturou os Brasileiros de 2002 e 2004. Uma época, segundo ele, em que não havia frescura e os ‘medalhões’ ainda impunham respeito.

Em entrevista ao UOL Esporte, Paulo Almeida reprova o ‘mimimi’ de jogadores os quais classifica como ‘mimados’ – especialmente alguns que vêm da base – e vê o futebol carente de mais jogadores como o polêmico Felipe Melo. “Hoje o futebol está sem graça. Um jogador que é igual aos da nossa época é o Felipe Melo, e muita gente mete o pau nele, e eu acho que ele faz o certo. Todo mundo queria um Felipe Melo no seu clube, um cara que briga, que dá carrinho, que honra a camisa, então está faltando mais gente como ele no futebol”, diz.

Paulo Almeida - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução
“Hoje é difícil quem dá o sangue. A gente vê a maioria dos times assim: ‘perdeu, perdeu, ganhou, ganhou, empatou, empatou’. Na minha época a gente perdia jogo e para dormir dava trabalho, eu ficava falando: ‘o que eu fiz de errado, no que o time errou’, eu não dormia, e hoje não. Acabou o jogo, pega aquele fone de dois metros, bota na orelha e acabou, sai andando de boa. Então o Felipe Melo jogaria fácil no meu time, fácil. Já imaginou colocar no time Fábio Costa, Felipe Melo, André Luiz... Tudo no mesmo time [risos]? Tem que ter raça”, brinca.

A opinião dada por Paulo Almeida veio depois de ele ser questionado pela reportagem sobre a fase atual do Santos e se, no momento, faltava uma liderança ao time. Para ele, há a necessidade de mais cobrança entre os jogadores, algo que acontecia naturalmente em sua época. “A equipe do Santos tem muito bons jogadores, mas eu acho que eles precisam se cobrar mais. Eu estive em Salvador agora vendo o jogo [contra o Bahia, dia 16 de novembro], e eu vi um time muito apático. Fez o gol, tomou o empate, depois tomou a virada e, de cima, eu não vi ninguém se cobrando, ninguém falando nada com o outro, e eu pensando: ‘se fosse na minha época um já tinha dado um empurrão no outro, já tinha xingado, já tinha dado uma chacoalhada’”, diz.

Hoje os jogadores da base são muitos mimados, então quando vêm para o profissional, se você fala um A, o cara fica bicudo"

“Em campo não tem como você estar pedindo por favor, é outra linguagem. E eu vejo isso de uma forma geral, não só no Santos, mas na maioria dos clubes do Brasil. Hoje os jogadores da base são muitos mimados, então quando vêm para o profissional, se você fala um A, o cara fica bicudo, então é assim, você não pode cobrar. Pô, quando eu comecei, vai eu responder a um Rincón, a um Valdo, Dodô, Edmundo, Viola, Marcelinho Carioca... Eu peguei esse pessoal todo. e eu começando, então quando eles falavam, vixi, eu baixava a orelhinha e ficava quietinho. Hoje não, uma pessoa mais velha, um ídolo vai falar alguma coisa e o mais jovem já apela, então a pessoa fica com receio de falar para não criar problema”, opina Paulo Almeida.

Ex-jogador Paulo Almeida e a esposa - Arquivo pessoal/Paulo Almeida - Arquivo pessoal/Paulo Almeida
Imagem: Arquivo pessoal/Paulo Almeida
Fã de Felipe Melo, o ex-volante destacou outro jogador da posição que admira e que, inclusive, ocupa um lugar que foi seu durante anos. “Hoje o Santos tem um jogador parecido [com Felipe Melo] que é o Alisson. Ele tem uma pegada forte, que chega junto. Eu prefiro jogadores assim, que dão sangue mesmo. O futebol hoje, para mim, virou negócio, então muitas vezes o jogador que tem muito mais qualidade fica de fora porque quem está jogando tem empresário bom, de nome. Infelizmente a gente vê isso aí e eu fico pensando: você olha hoje para os times do Brasil e você não vê tantos grandes jogadores como tinha antes nos times”, acrescenta.

Ele já deu cartão amarelo para o juiz... Em final de Libertadores

Um ano depois de conquistar o Campeonato Brasileiro em 2002, o Santos de Paulo Almeida chegou bem perto de faturar a Libertadores. Parou apenas na final, diante do Boca Juniors, após derrotas na La Bombonera (2 a 0) e no Morumbi (3 a 1). No segundo jogo da final, o volante santista ficou marcado por um lance, no mínimo, inusitado: a aplicação de um cartão ao juiz. O amarelo a Jorge Larrionda foi mostrado após a marcação de um pênalti cometido por Fábio Costa, já nos acréscimos da partida e com o Boca Juniors a segundos de levantar a taça.

O Larrionda pegou o cartão, deu um tapinha no meu rosto e sorriu, levou na esportiva"

“Foi muito engraçado. Foi com um árbitro muito experiente que era o Jorge Larrionda, o uruguaio, apitou duas Copas 2006 e 2010, e ele levou o lance na esportiva. Foi uma atitude minha que não foi pensada. No lance do pênalti do Fabio Costa, ele tirou o cartão do bolso para aplicar para o Fabio Costa, e quem pegou o cartão dele, na realidade, não foi eu, foi o Fabiano. O Fabiano pegou dele e me deu o cartão amarelo, e na hora de eu entregar o cartão amarelo para o árbitro eu fiz aquele gesto, como se eu tivesse mostrando o cartão para ele. Já era 48 minutos do segundo tempo, se eu tomasse o vermelho não ia fazer diferença, mas o Larrionda pegou o cartão, deu um tapinha no meu rosto e sorriu, levou na esportiva, mas foi um lance que ficou marcado. Ficou marcado para a vida toda. Aonde eu vou o pessoal sempre fala. E depois eu não tive mais a oportunidade de encontrar o Larrionda”, recorda Paulo Almeida.

Já morou embaixo do placar da Vila e dividiu quarto com ídolo

Vila Belmiro (Santos) - Casa do Santos é quase centenária. Criada em 1916, estádio já passou por diversas reformas. Nos últimos anos, a lateral do campo e o um dos setores atrás do gol ganharam camarotes. - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução
Natural de Itarantim, na Bahia, Paulo Almeida passou pelo Cruzeiro antes de chegar ao Santos, ainda com 15 para 16 anos. E de lá não saiu por um bom tempo. Na base, chegou a morar no alojamento do clube, embaixo do placar da Vila Belmiro. “Eu morava ali debaixo da arquibancada, embaixo do placar eletrônico da Vila Belmiro, o nosso alojamento era ali. A comida do refeitório era boa, inclusive às vezes o time profissional almoçava lá também. Era a época de Argel, Claudiomiro, Narciso...”, lembra o ex-volante que, além de ter conquistado títulos e ficar marcado na história do Santos, teve a chance de jogar e ainda dividir quarto com seu grande ídolo: o colombiano Freddy Rincón, que passou pelo Santos em entre 2000 e 2001.

“Eu gostava muito do estilo do Rincón. Eram dois atletas da minha posição que eu admirava muito: o Rincón e o argentino Fernando Redondo, outro volante que jogava demais. E depois eu acabei jogando com meu ídolo, que era o Rincón, e a gente acabou fazendo dupla juntos”, diz. “Eu sempre falei que ele era meu ídolo, e foi a realização de um sonho. Ele é muito gente boa. No início ele até queria comprar o meu passe do Santos, mas o pessoal não quis me vender. Depois eu concentrava com ele, era eu e ele no quarto, e aprendi muito com ele”, conta Paulo Almeida, que se aposentou dos gramados em 2015, pelo Vitória da Conquista-BA.

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Geração Meninos da Vila 2002 em uma palavra? “Não dá”

É difícil uma palavra para definir. No começo desta geração, dos meninos da Vila, todos estavam desconfiados, preocupados, é normal, mas a gente acabou surpreendendo todo mundo. Primeiro: o Santos não teve ‘aquele’ time por que a gente sabia da dificuldade financeira do Santos na época, e o presidente Marcelo Teixeira, na época, falou para o nosso treinador Leão: ‘é esse time aí que vai jogar’. Veio mais outra peça, o Maurinho, que não era de lá, e veio o Alberto, centroavante, e o resto eram todos que já estavam lá. E é difícil definir numa palavra. O Santos não revelou só um jogador, foram vários jogadores e praticamente todos foram jogar na Europa, a maioria esteve na seleção brasileira. E se você for ver a geração Neymar, quem foi para a seleção brasileira? Só o Neymar... O Ganso foi, mas não ficou. E a da minha geração foram Diego, Robinho, Elano, Renato, Alex, eu, Léo... A maioria teve a passagem na seleção. Então, igual esse time do Santos de 2002 vai ser difícil montar um igual, vai demorar muito tempo.

Título brasileiro em 2002: “a gente entrou para se manter na 1ª”

O time do Santos campeão brasileiro em 2002 - Folha Imagem - Folha Imagem
Imagem: Folha Imagem
Inesquecível. Por mais que eu tenha passado por outros clubes, ninguém fala, por exemplo, Paulo Almeida do Corinthians, falam Paulo Almeida do Santos, ninguém lembra se eu joguei em outro clube, então com certeza foi inesquecível. E a gente entrou num campeonato para se manter na primeira divisão, a primeira ideia era essa. E foi passando o tempo e a gente escutou de muita gente que o nosso time não ganharia título, que a gente ia ganhar alguns jogos, mas título não, e é assim: hoje é muito bom jogar no Santos, é muito tranquilo, já de algum tempo, mas em 2002 o Santos vinha de 18 anos sem ganhar quase nada, e a pressão era enorme na garotada, torcida com faixa de cabeça para baixo... Você entrava na Vila para jogar e era uma pressão dobrada. Em cinco, dez minutos, se a gente não estivesse ganhando já começavam as cornetagens. Mas a gente amadureceu bastante naquele ano, e a gente também teve um treinador bastante experiente que nos ajudou, que foi o Leão. Com certeza foi um ano inesquecível para nós jogadores e um dos títulos mais marcantes para a torcida do Santos e para o clube também. Está lá até hoje, ali na sede social, na própria Vila Belmiro, no elevador, as caricaturas pintadas do time do Pelé, que ganhou tudo, e a nossa do outro lado. Então não tem tantos outros jogadores que passaram ali na Vila, mas é a nossa que está lá junto com aquele time do Pelé, Coutinho, Pepe, então a gente marcou história, sim, e a gente fica feliz com isso.

Levantar a taça aos 21 anos e ‘puxar orelha’ de Robinho

Com 21 anos eu levantei, como capitão, a taça do Brasileiro de 2002, e eu acredito que, até hoje, eu sou o capitão mais jovem a erguer a taça de campeão brasileiro. Mas para mim liderar aquela garotada foi tranquilo, por quê? Na base eu já era capitão também, então a maioria ali já estava acostumada com os meus gritos. O Robinho dava um pouquinho de trabalho, só um pouquinho [risos]. Quando eu tinha que puxar a orelha eu puxava, sim, mas na maioria das vezes não precisava. Agora, eu tinha esse sonho de levantar a taça de campeão, mas eu sabia que ia ser muito difícil. Mas na medida que foram passando os jogos e a gente foi ganhando jogos importantes... Eu só vou te dar um exemplo: a gente olhava para o São Paulo, via o meio-campo com Maldonado, Fabio Simplício, Ricardinho e Kaká; aí ia para o ataque: Reinaldo e Luiz Fabiano, Rogério Ceni no gol, os caras todos experientes, todos rodados, aí a gente ia para o Rio de Janeiro e tinha um ataque com Romário, Roni e Magno Alves no Fluminense; o próprio Corinthians com Vampeta, Fabinho, Renato, Gil, Deivid e Guilherme, então era difícil você imaginar que a gente com um time tão jovem poderia chegar. Mas quando a gente se classificou e ficamos entre os oito melhores foi que a gente viu que teria a oportunidade de ganhar e ser campeão brasileiro.

Por que o Santos não levou a Libertadores de 2003?

A diferença é que aquele time de 2011 foi mesclado, tinha, muitos jogadores experientes: Edu Dracena, Léo, Elano, e jogadores jovens. E o nosso elenco em 2003 era praticamente o mesmo time jovem campeão brasileiro de 2002, de uma primeira Libertadores, então a gente não tinha essa experiência de estar na final da Libertadores e justamente contra um Boca Juniors que já tinha ganhado em 2000, 2001, um Boca formidável, experiente e acostumado a ganhar a Libertadores; em três anos tinha ganhado duas Libertadores, era um Boca totalmente experiente. Então faltou para gente essa maturidade, essa experiência, no jogo na La Bombonera. A gente tomou dois gols bobos que, se é um time mais experiente, não tomaria.

Ainda ligado ao Santos, mas nem tanto...

Os meus filhos torcem para o Santos. Ligado, sim, eu sempre acompanho os jogos do Santos, mas já faz bastante tempo que eu não vou a Santos. Inclusive o meu filho, o Matias, que nasceu em Santos, me cobra: ‘Pai, quando é que o senhor vai me levar lá’? Meus amigos de Santos me ligam perguntando quando eu vou lá. Eu estive agora no jogo em Salvador, Bahia e Santos, e eu pude rever Elano, Renato, Ricardo Oliveira, o roupeiro, o massagista, são todos da minha época, então a felicidade foi grande de estar revendo-os, e assim como o meu filho eles me cobraram: ‘você tem que ir a Santos, você tem que estar mais perto da gente, não pode ficar tão afastado’, mas eu também estou cuidando de outras áreas da minha vida, quem sabe um pouco mais para frente eu estarei mais ligado ao Santos diretamente, vamos ver.

Paulo Almeida treinador? Quem sabe...

Paulo Almeida, ex-volante do Santos - Arquivo pessoal/Paulo Almeida - Arquivo pessoal/Paulo Almeida
Imagem: Arquivo pessoal/Paulo Almeida
Essa ideia eu tenho amadurecido, de futuramente fazer os cursos que precisam ser feitos para poder ingressar na carreira de treinador, mas é uma coisa que ainda está amadurecendo. Agora mesmo no jogo do Santos contra o Bahia, em Salvador, eu brinquei com o Elano e com o presidente Modesto Roma, eu falei: ‘Eu vou ser o auxiliar do Elano, porque o Elano é muito bonzinho, então ele passa a mão na cabeça e eu dou bronca [risos]. Eu vou para ser o auxiliar dele’, mas agora mesmo eu não penso, não, mas futuramente quem sabe. Hoje eu vivo no meio do mato cuidando dos gados, da terra, e também sou o presidente da Liga de futebol da minha cidade, Itarantim-BA, eu ajudo a organizar alguns campeonatos e temos alguns projetos sociais da igreja da qual eu sou membro.

Passagem pelo Benfica e o maior arrependimento da carreira

O Benfica vinha de 12 anos sem ser campeão português e, graças a Deus, a gente conseguiu ser campeão lá também, e o meu maior arrependimento na bola hoje foi de quando eu estive no Benfica. Eu tinha um contrato de quatro anos e fiquei só dois. Ainda era novo e coloquei na cabeça que eu queria voltar para o Brasil, e acabei voltando. Eu deveria ter cumprido o meu contrato, coisa que se fosse hoje eu não faria, mas não tenho nenhuma frustração, nenhum arrependimento na carreira. Quando eu comecei a jogar, quando eu morava embaixo da arquibancada da Vila Belmiro, que eu sonhei... Graças a Deus ele foi bom demais e realizou todos os meus sonhos. O menino quando está na base de um clube ele sonha primeiro, sempre, em virar profissional no clube, e aí ir para a Europa e jogar na seleção brasileira, e graças a Deus todos os meus sonhos foram realizados. Eu joguei na Europa, joguei na seleção brasileira, fui campeão brasileiro, fui campeão português, então Deus me deu muito mais do que eu merecia.

Não pensou em voltar para o Santos: “já tinha uma história”

Na realidade, quando eu saí do Santos eu nunca pensei em voltar porque eu já tinha uma história no Santos, e eu não queria manchar essa história. A gente sabe que o futebol é muito dinâmico e eu sabia que, eu voltando para o Santos, não seria a mesma coisa que tinha sido de 2002 a 2004, que a gente fez tudo o que fez. Eu ia ser cobrado pelo atual e não pelo o que eu tinha feito. Futebol é muito dinâmico. Eu poderia ir muito bem como ir muito mal e mancharia a imagem que eu tenho no clube, por isso que eu nunca quis voltar para o Santos, para não manchar essa imagem que os torcedores têm de mim e que o clube tem de mim. E eu fui para o Corinthians, mas na verdade eu estava praticamente com tudo acertado para ir para o Palmeiras, mas acabei indo para o Corinthians. Não me arrependi, não. Os torcedores do Santos entenderam bem, eu não fui cobrado, era a minha profissão, não tem jeito, e eu fui para o Corinthians a pedido do treinador Geninho, ele já me conhecia. Ele que me colocou para jogar no Santos também, foi o primeiro a me dar a oportunidade de jogar no Santos. O Giba me subiu, mas a primeira oportunidade foi o Geninho.

Pós-Santos: “faltou trabalhar com visibilidade da carreira”

Faltou, sim. Hoje é tudo mais fácil: é Instagram, é WhatsApp, é Facebook, e naquela época não tinha tudo isso. Se fosse hoje, com certeza eu não teria rodado tanto em clubes de menor expressão como rodei, teria com certeza andado por outro centro, mas é como eu já falei: eu não me arrependo, foi do jeito que tinha que ser, não tem culpado, não tem nada.

Motivo da aposentadoria: futebol virou negócio

Eu resolvi que eu não queria jogar mais profissional, mas depois eu recebi algumas propostas inclusive aí de São Paulo, mas eu não quis voltar, não. Hoje o futebol virou negócio. O pessoal da minha época, a maioria que parou de jogar foi por isso. Eu estava vendo agora uma reportagem do Dagoberto, com quem eu joguei na seleção, e ele falando que não conseguia jogar mais aqui no Brasil. Ele está nos EUA, e infelizmente no Brasil virou negócio.