Topo

Modesto promete "esquadrão imbatível" e diz: oposição encarece R. Oliveira

Modesto Roma afirma interesse em Robinho, mas avisa que não será "refém" - Divulgação/Santos FC
Modesto Roma afirma interesse em Robinho, mas avisa que não será "refém" Imagem: Divulgação/Santos FC

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

07/12/2017 04h00

O atual presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, aos 64 anos, filho do ex-presidente Modesto Roma, tenta a reeleição no próximo sábado. Além de seu mandato, iniciado em janeiro de 2015, ele foi presente em três gestões anteriores no clube (de seu pai e nas de Milton e Marcelo Teixeira). Para continuar no poder, ele conta com o apoio político de santistas ilustres, entre eles o do ex-lateral esquerdo Léo e o ex-volante Clodoaldo.

Após José Carlos Peres, o UOL Esporte segue, nesta quinta-feira, a sequência de entrevistas com os quatro candidatos à presidência do Santos, que responderão aos mesmos 15 questionamentos propostos pela reportagem.

Entre os seus principais planos, Modesto Roma alega que seu próximo mandato será marcado por uma equipe mais competitiva. O dirigente fala em montar um “esquadrão imbatível” e um “time de dar inveja” nos rivais. No entanto, ele alega que não será refém de ídolos do clube em negociações, como no caso da possível volta de Robinho. Modesto ainda acusou os seus concorrentes na eleição a encarecerem a renovação de Ricardo Oliveira. Veja a entrevista na integra:

UOL Esporte: Por que deseja ser presidente do clube e quais são seus projetos a curto prazo?
Modesto
: Quando assumi o Santos em 2015, o clube estava quebrado. Muitas dívidas se acumulando, tanto na esfera judicial, quanto fiscal, bancária e com fornecedores. Os salários dos jogadores e funcionários chegavam há quase um ano de atraso. Jogadores saindo em virtude desses compromissos não cumpridos pelos gestores passados. Em resumo, o clube estava um caos. Nós conseguimos reverter a situação em cerca de três meses quitando todos esses atrasos. E mais do que isso: conseguimos obter resultados expressivos, com dois títulos estaduais, uma final de Copa do Brasil, a volta às primeiras posições do Campeonato Brasileiro e também o retorno à Libertadores da América por dois anos seguidos. Conseguimos tudo isso ao mesmo tempo em que botamos a casa em ordem. Estancamos uma crise sem precedentes no Santos e, agora, temos o dever de realizar os maiores sonhos da torcida alvinegra. Queremos dar uma nova e moderna arena para o torcedor, queremos ser o primeiro time brasileiro tetracampeão da América e queremos também a nossa terceira estrela na camisa, a do tricampeonato mundial. Nós podemos sonhar com isso porque agora temos condições de realizar, formando um grande time que honre a tradição santista. Vamos ao mercado qualificar ainda mais nosso elenco. Esses são nossos projetos, gigantes, como o Santos merece.

UOL Esporte: O Santos vive uma crise financeira que resultou em atrasos salariais nos últimos três anos. Há um plano emergencial caso vença a eleição?
Modesto:
Os salários do Santos estão em dia. Quem afirmar o contrário está a serviço de interesses eleitoreiros. Houvera atrasos nos últimos anos em todos os clubes, não só no Santos. Atrasos pontuais. Nossas contas estão equilibradas. Finalmente colocamos a casa em ordem depois de muita batalha. A dívida do clube está bem equilibrada e não faz peso no caixa em curto prazo. O Santos aderiu ao PROFUT, o que equalizou as dívidas tributárias. Isso nos possibilitou recuperar e manter a Certidão Negativa de Débitos, o que nos permitiu firmar parceria com a Caixa para o patrocínio máster do nosso uniforme, e nos habilita as Leis de Incentivo ao Esporte federal, estadual e municipal. Vamos manter a política de austeridade financeira, com responsabilidade nas decisões. Essa foi a receita que nós seguimos para conseguir tirar o Santos da situação caótica em que o encontramos. Foi desta maneira que conseguimos acumular bons resultados financeiros e bater o recorde de faturamento na história do clube (R$ 295,8 milhões, em 2016). Foi desta maneira que conseguimos aumentar nossa receita em 74% no mesmo ano. Renegociamos dívidas e passamos a pagá-las em dia. Deixamos a casa em ordem. Agora é hora de deixar ela brilhando, com uma administração consciente. Prova do nosso sucesso gerencial é nosso time de futebol. Temos uma das menores folhas de pagamento do futebol brasileiro e o melhor custo benefício do mercado. Conquistamos mais investindo menos. Isso mostra que nosso futebol acerta mais que erra e investe com responsabilidade os recursos do clube. Agora é investirmos e qualificarmos o elenco e mantermos os salários em dia, como temos feito, para buscarmos mais glórias ao Santos FC.

UOL Esporte: É a favor do Comitê de Gestão? Pensa em uma possível nova reformulação estatutária para acabar com o formato? Quem serão os sete integrantes do Comitê?
Modesto:
Precisa dar mais agilidade e mais qualidade à gestão. Então precisamos mudar o Comitê de Gestão para Comitê de Administração. Veja, quando um grupo de nove pessoas precisa aprovar compra de jogador, prego, papel e tudo mais no clube não tem como ter agilidade. Queremos sim formar um Conselho de Administração que vai definir as políticas de atuação do clube em seus setores. Não é um conselho que vai decidir gestão. Quem fará isso serão os profissionais contratados para tanto. Esse conselho vai definir políticas de ações e será dirigido pelo presidente do clube. O regime precisa ser presidencialista. O associado precisa fulanizar a culpa e os méritos. Não dá pra ser um clubinho para os envolvidos dizerem que não têm responsabilidade sobre uma decisão porque votou diferente. É se esconder atrás das costas dos outros. Isso nunca fiz, e nunca concordei. Em três anos não mudamos isso porque depende do Conselho Deliberativo. As circunstâncias eleitorais de composição do egrégio, que contou com 3 chapas representadas, além dos membros efetivos, fizeram com que nosso Estatuto não tivesse nenhuma modificação, ao contrário de nossa vontade à época do pleito anterior. Essa divisão dos conselheiros eleitos em três chapas representadas no conselho inviabilizou a mudança, pois apesar de todas as chapas de 2014 terem defendido as mudanças estatutárias, membros de outras chapas conseguiram a maioria na Comissão do Estatuto e não aprovaram qualquer mudança. Valeu mais os interesses políticos individuais do que a vontade do associado do clube, que elegeram conselheiros das três chapas com esse intuito. Por isso, convocamos o associado a optar massivamente por nossa gestão, uma vez que se fizemos a maioria plena do Conselho não existirão composições quaisquer que inviabilizem as mudanças que urgem para podemos gerir o clube de maneira mais ágil, do modo que o mercado obriga. Os sete membros do nosso Comitê para o próximo triênio serão divulgados após vencermos o pleito.

UOL Esporte: Como vê a relação entre o clube e a CBF, o que pensa? Pretende modificar algo? Incumbir alguém para se aproximar da entidade?
Modesto:
O Santos FC nunca foi tão respeitado em todas as entidades do desporto como é hoje em dia. Na CBF não é diferente. Nossa gestão tem as portas abertas na FPF, na CBF, na Conmebol e na FIFA. Queremos manter essa boa relação que possuímos. Somos ouvidos sempre, com respeito, seja na concordância com as atitudes dessas federações ou na discordância. Aliás, já discordamos muitas vezes e conseguimos resultados importantes, não apenas para o Santos, mas para todo o futebol brasileiro. Queremos manter esses laços e estreita-los ainda mais. Nunca com as pessoas que representam as entidades, mas com as próprias federações.

UOL Esporte: Sobre a Vila Belmiro, quais são seus projetos para o estádio? Pensa na reforma para ampliação? Reestruturação completa em formato das novas arenas?
Modesto:
A Vila Belmiro sempre será nosso alçapão, respeitado por nós e temido pelos adversários. Temos sim um projeto de nova arena e esse projeto prevê a modernização de Urbano Caldeira, o Caldeirão do Santos. Agora que conseguimos colocar o clube nos trilhos, podemos sonhar com coisas grandiosas. Nossa gestão apresentou um projeto de nova arena multiuso em Santos que está, de fato, ao nosso alcance. Temos um parceiro estrangeiro renomado neste tipo de construção, temos parceria com a Associação Atlética dos Portuários e o Santos não vai precisar colocar dinheiro no estádio. Também já estamos negociando com o Governo Federal sobre a área em que pretendemos construir essa arena e que pertence à União. Posso afirmar que mantemos contato com o Ministério das Cidades, com o apoio do deputado federal Marcelo Squassoni, e oferecemos em troca outra área similar em Guarujá para construção de casas populares. Entende como esse grande sonho está ao nosso alcance? Não podemos virar as costas para esta grande chance. Vamos trabalhar nisso com afinco e dedicação extrema.

UOL Esporte: O Santos seguirá mandando jogos em São Paulo? Qual o projeto sobre o Pacaembu?
Modesto:
Nossa gestão abraçou o Pacaembu, nossa casa em São Paulo. Somos a administração que, proporcionalmente, mais mandou jogos no Pacaembu. Nos últimos três anos, o Santos jogou 17,5% das partidas como mandante neste estádio. Queremos manter a frequência de jogos na Capital. Mas não vamos fazer o que prometem meus adversários de assumir a gestão do Pacaembu. Ela dá prejuízo, pois é uma praça que só pode ter jogos de futebol. O mercado de arenas esportivas hoje requer um outro modelo, multiuso. A legislação não permite nenhuma obra no Pacaembu e nem nenhum show. Mas, vamos continuar alugando o estádio para nossas partidas com mando em São Paulo. E mais. Afirmo desde 2014 que o Santos tem que ir onde seu torcedor está. Temos ideia de mandarmos jogos no ABC, em São José dos Campos, São José do Rio Preto, e em outras localidades e vamos fazer isso, assim que tivermos nesses locais estádios conservados e em condições de receber nossa equipe de futebol.

UOL Esporte: Pensa em fazer muitas mudanças no elenco, comissão técnica e com relação aos dirigentes? Qual o técnico que pretende contratar? E qual o dirigente que ficará ligado ao futebol? Cargo que hoje é de Dagoberto Santos?
Modesto:
Nós conseguimos manter um elenco competitivo e com baixo custo, se compararmos com outros grandes clubes que investiram pesado. Nosso custo-benefício é ótimo. É o melhor entre as grandes equipes do Brasil. Ficamos em terceiro do Brasileirão e há 11 times da Série A que são mais caros que o nosso. Isso é fruto de uma boa gestão. Nesta temporada, o elenco se manteve forte, apesar das baixas que tivemos por conta de lesões. Eu acho que o elenco do Santos precisa de reposição e fortalecimento. Para os objetivos que temos em 2018, isso é importante. Queremos montar um elenco vitorioso, um esquadrão imbatível para quitar a maior dívida do clube, que é com sua torcida: o trimundial. Vamos perseguir esse sonho, com responsabilidade e foco. Sabemos que temos uma grande equipe, uma base formada. Mas vamos qualificá-la e tornar um time de dar inveja aos outros clubes. Vamos procurar reforços que se enquadrem na filosofia de trabalho do Santos, que sempre foi o futebol coletivo e ofensivo, marcado por gols e por dar espetáculo com resultado. Vamos buscar no mercado atletas com identidade com o Santos e com este estilo de atuar. Isso é primordial. E é isso que planejamos. Mas também passa primeiro pela formação da comissão técnica. Que seguirá o mesmo perfil. Não farei anúncios antes da eleição porque não usarei isso como plataforma eleitoral. De nenhum nome, seja de reforço, técnico ou dirigente.

UOL Esporte: O Santos teve um rápido crescimento em seu quadro associativo em 2016. Você pode explicar essa polêmica e suspeita de fraude?

Modesto: Os números de sócios novos tiveram uma retomada em nossa gestão após uma queda na gestão anterior. Sempre que o Santos vai bem no Brasileiro, conquista vaga na Libertadores ou consegue conquistas relevantes há um crescimento de associações. O fato é que ocorreu uma queda nas associações em 2016, que por si só já desmente sua pergunta e mesmo a denúncia feita por um repórter que está respondendo uma queixa-crime movida por nossa gestão. Em 2015, tivemos 8.047 novas associações. Em 2016 houveram 7.684. Se houvesse crescimento das associações visando eleição esse número seria outro, bem maior, em 2016. Esses números provam como é infundada a denúncia. Além disso, o Santos se classificou para a Libertadores entre novembro e dezembro de 2016. Por isso, houveram cerca de 2 mil novos sócios apenas nesse período de dois meses. Essa história de novos sócios infelizmente é choro de quem acha que já perdeu. É preciso lembrar que eu defendo que os sócios deveriam votar com três anos de associação, como previa o estatuto da época do Marcelo Teixeira. Sempre fui contra que sócios com um ano no quadro votassem. Quem foi a favor é o hoje candidato a vice da chapa 1, que era vice-presidente do Conselho quando houve a mudança, e outros opositores que hoje são candidatos e eram conselheiros em 2011, quando mudaram o antigo estatuto para o atual. Por isso as mudanças estatutárias são importantes e estamos trabalhando para eleger um Conselho 100% de nossa chapa para finalmente conseguir arrumar essas distorções. Vale ressaltar que nossa gestão tem trabalhado muito novas associações, principalmente após o advento da Redegol ao fim do contrato da CSU, já em 2017. Já recuperamos mais de 7 mil sócios que estavam inadimplentes e conquistamos outros 7 mil novos sócios somente nos primeiros meses de operação da parceria com a Redegol no Sócio Rei. Queremos aumentar nosso quadro associativo, sem vender ilusão eleitoreira aos santistas.

UOL Esporte: O que pretende fazer para melhorar o marketing do Santos?
Modesto:
Nestes primeiros três anos de gestão, estivemos ocupamos com a recuperação da imagem do clube no mercado do marketing esportivo. Nossa credibilidade foi arranhada pelo descaso da administração anterior, que optava por vender a imagem de atletas em detrimento da do clube. Encontramos muitas dificuldades, mas conseguimos atrair de volta grandes empresas parceiras (Caixa, SEMP, Umbro, Kappa, Algar, Bioleve, Brahma, Flexform e Volvo) e valorizamos a marca do Santos em mais de R$ 403 milhões. Agora, com a credibilidade reconquistada, com o Santos honrando seus compromissos e sendo parceiro de fato de seus patrocinadores, nossa meta é aprofundar as ações para expandir ainda mais a exposição do Santos. Para começar, vamos dividir o Marketing em setores comandados por especialistas em cada área para atingir metas específicas com mais velocidade. Vamos investir mais em marketing para aferirmos receitas alternativas ao clube. Administrar é definir prioridades. Agora, que a crise financeira e institucional do Santos está equacionada isso será possível.

UOL Esporte: Retorno de Robinho. É a favor ou contra? Trará outros jogadores de nome para a temporada? Se possível cite alguns nomes que interessam...
Modesto:
Não vamos citar nomes de nenhum reforço para não parecer ação eleitoreira. Robinho é um ídolo do clube. É um Menino da Vila e sempre penso que lugar de Menino da Vila é aqui. Mas não seremos reféns de nenhum atleta. Nem mesmo dos Meninos da Vila. Se ele se encaixar na nossa filosofia de trabalho e salarial pode ser uma opção boa para o time vencedor que iremos montar. Mas será discutido isso no momento apropriado. Não temos nada debatido com o atleta e seus representantes. Não vamos iludir o associado nem com vinda, e nem com não vinda. Toda janela de transferências esse retorno é notícia, fruto do elo que o une ao clube. Mas os interesses do Santos, em nossa gestão, sempre prevalecerão aos interesses particulares. Robinho é importante como símbolo do sucesso de nossas categorias de base.

UOL Esporte: Quais são suas propostas para as categorias de base? O que precisa mudar?
Modesto:
Nosso Futebol de Base é a usina de craques do Peixe. Hoje metade do time profissional é de Meninos da Vila. É uma tradição desde a década de 50. Afinal, Pepe, Pelé, Coutinho e outras lendas foram Meninos da Vila. O segredo da base do Santos é ter ídolos de outrora lapidando os ídolos do amanhã. Ter na base gente como Abel, Juary, Lima, João Paulo, Marcelo Passos, entre outros é o que garante que os raios sempre caiam na Vila Belmiro. Quem sempre defendia essa tese era o saudoso Zito. É claro que essa filosofia será mantida sempre. Ela é impessoal. Não se personaliza em uma pessoa, mas em uma ideia. Portanto não é o cargo ou alguém que faz a máquina girar, mas sim o jeito que a máquina gira. E a base do Santos nunca parou de girar. Que o digam Rodrygo, Yuri Alberto, Lucas Veríssimo, Gustavo Henrique, Daniel Guedes, Alison, Artur Gomes, entre outros. Vamos manter essa filosofia e esse trabalho.

UOL Esporte: Qual a verdadeira dívida do Santos? Aumentou mesmo ou diminuiu? Qual o verdadeiro valor?
Modesto:
O verdadeiro valor da dívida do Santos pode ser conferida no site oficial do clube, que de forma transparente, divulga todos os nossos balanços que também são analisados pelo Conselho e por auditorias independentes. Inclusive consta o último balanço trimestral com superávit de R$ 29 milhões e parecer de auditoria externa sem ressalvas, após muitos anos. Após a divulgação deste balancete, já pagamos quase 80 milhões de dívidas ainda não contabilizadas. O que faz que a dívida do clube hoje seja de 200 milhões, que é bem menos de um ano de faturamento do Santos. Resumindo, é uma dívida administrável, bem diferente da que assumimos em 2015. Nesse triênio, equacionamos quase 300 milhões de dívidas herdadas. Agora, com o quadro estabilizado podemos pensar em investir no futebol, que é nossa atividade fim.

UOL Esporte: Opinião e motivos sobre o orçamento barrado na última reunião do Conselho Deliberativo?
Modesto:
Um absurdo como os meus adversários pensam em seus interesses em primeiro lugar em detrimento aos do clube. O orçamento foi feito para o Santos FC, independente quem seja seu gestor em 2018. Mas três dos meus concorrentes lideraram seus conselheiros aliados e votaram contra a aprovação dessa importante peça de gestão. Mas, nenhum deles teve coragem de subir ao púlpito e justificar os motivos da reprovação. O orçamento de 2018 era uma peça conservadora e técnica, e também respeitava fielmente o que determina o estatuto do clube e as novas regras da CBF e da APFUT, que regulam o futebol. Previa menos arrecadação que 2017. Previa menos venda de atletas. Previa um investimento 60% maior no futebol, já que previa também menor despesas financeiras em virtude de termos quitado as dívidas. Era um orçamento técnico e bem feito. Mas os conselheiros de oposição não pensaram no clube e resolveram vetar diante do momento político, liderados pelos meus concorrentes. Respeitamos a soberania do Conselho Deliberativo na matéria, mas é uma pena ver gente colocando seus interesses eleitorais à frente dos do clube. Não é esse tipo de gestor que o Santos precisa.

UOL Esporte: Ricardo Oliveira fica na sua gestão. E como enfim resolver o caso Damião/Doyen?
Modesto:
Ricardo Oliveira só depende dele. Já fizemos propostas ao atleta e estamos aguardando. Mas, um dos empresários do jogador, disse que o Peres e o Andres fizeram propostas mais vantajosas que a do clube. Com isso, tornam mais cara a renovação, abrindo concorrência do Santos com o próprio Santos. Um absurdo eleitoral que mostra bem quem pensa de fato no clube. Esse mesmo empresário já declarou que pelo atleta ele fica. Aguardemos sua posição. Quanto ao caso Damião e Doyen já foi resolvido. 100% solucionado. Equalizamos esse passivo superior a R$ 107 milhões. Mas vale lembrar que a Doyen não envolve apenas o Damião. Envolve Lucas Lima, Gabigol, Daniel Guedes e Felipe Anderson, alguns em vendas feitas no fim da gestão anterior sem aprovação do Conselho Deliberativo, desobedecendo o estatuto. Vale lembrar que a venda de parte desses atletas não foi analisada no Conselho a pedido do candidato em 2014 que hoje tenta de novo a presidência, Nabil Kahznadar, que retirou o tema da pauta, alegando que não haveria intenção de venda. Mentiu.

UOL Esporte: Relação com o Pelé. Alguma novidade, algum plano?
Modesto:
Temos uma amistosa relação com o Rei Pelé. Equacionamos os problemas da relação dele com o Santos herdados da gestão anterior. Foi tudo quitado e resolvido. Esperamos contar com a presença dele em ações do clube, como ele sempre fez. Pelé e Santos é um casamento que advogado nenhum separa.