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Problemas de saúde da mãe aproximam Paulo Autuori do Fluminense

Paulo Autuori, com Fabiano Soares: volta ao Rio pela mãe e por nova demissão de treinador - Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo
Paulo Autuori, com Fabiano Soares: volta ao Rio pela mãe e por nova demissão de treinador Imagem: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo

Léo Burlá e Napoleão de Almeida

Do UOL, no Rio e em SP

07/12/2017 15h10

Cotado para assumir a gerência de futebol do Fluminense, o ex-gerente geral do Atlético Paranaense, Paulo Autuori, pode aproveitar o convite para viver mais próximo da mãe, que enfrenta problemas de saúde. Reservado, Autuori não gosta de abordar o tema.

A família de Autuori é carioca e reside no Rio de Janeiro. O ex-treinador campeão da Libertadores por Cruzeiro e São Paulo e brasileiro pelo Botafogo tem duas filhas, ambas residentes no Rio, e uma das razões de deixar Curitiba foi para ficar mais perto da família, em especial da mãe.

No Atlético, Autuori exerceu uma função diferente da tradicional de “gerente de futebol”. Ele era um coordenador geral entre as categorias de futebol do clube, da idade mais baixa da base até o profissional, implementando uma filosofia de jogo única para todas as equipes, enquanto coordenava equipes multidisciplinares – como psicólogos e preparadores físicos – afim de padronizar o trabalho.

Não era o responsável por contratações, ainda que tenha indicado várias. O Atlético tem um departamento de inteligência do futebol (o DIF) que procura e oferece nomes no mercado. Autuori participava de avaliações sobre os nomes propostos, mas não negociava com os jogadores, função mais conhecida de gerentes de futebol, como Alexandre Torres, demitido do Flu nessa semana. As exceções foram o técnico Eduardo Baptista, o meia Lucho González e o atacante Grafite, os dois últimos ex-jogadores de Autuori em outros clubes.

Além dos problemas da mãe e do desejo de ficar mais perto dela, Autuori também não concordava com a demissão de Fabiano Soares, técnico que dirigiu o Atlético por 26 jogos nesta temporada. Ele foi convidado a voltar ao cargo de treinador, mas recusou e preferiu se desligar do clube. Agora, recebeu o convite do Fluminense para trabalhar na nova função.

Proposta gera críticas à diretoria tricolor

Com problemas financeiros abertos à opinião pública, a diretoria do Fluminense tem recebido críticas pela ideia de trazer Autuori e, com isso, gastar cerca de R$ 900 mil por mês entre a comissão técnica de Abel Braga e o possível novo gerente. O UOL Esporte apurou os valores. As críticas vêm especialmente dos opositores do presidente Pedro Abad, eleito no ano passado e com mandato até 2019.

Se aceitar o cargo, Autuori fechará o circuito dos quatro grandes clubes do Rio. Foi campeão brasileiro pelo Botafogo como treinador em 1995, dirigiu o Flamengo entre 1997 e 98 e treinou o Vasco em 2013.