Topo

Duelo bilionário! Rivais de Manchester faturam quase um Brasileirão inteiro

Clive Brunskill/Getty Images
Imagem: Clive Brunskill/Getty Images

Caio Carrieri

Colaboração para o UOL, em Manchester (ING)

08/12/2017 04h00

Líder e vice-líder do Campeonato Inglês, Manchester City e Manchester United se enfrentam no próximo domingo no jogo mais aguardado da temporada na Inglaterra até o momento. Separados por oito pontos na dianteira da tabela (43 a 35) após 15 rodadas, os protagonistas do clássico de Manchester também encabeçam a lista de maiores receitas na liga de futebol nacional mais valiosa do mundo.

Dono da maior renda entre todos os clubes no mercado global, o United bateu recorde na última temporada e arrecadou 581,2 milhões de libras (R$ 2,6 bilhões na cotação atual). A arrecadação do City, também a maior em todos os tempos do clube, chegou a 473,2 milhões de libras (R$ 2,1 bilhões). A soma dos valores (R$ 4,7 bilhões) fica muito próxima ao que todos os 20 clubes do Campeonato Brasileiro faturaram em 2016: R$ 4,8 bilhões.

No Brasil, Flamengo (R$ 510 milhões) e Corinthians (R$ 485 milhões) estiveram no topo da lista.

Na Premier League, um novo contrato de TV, vigente desde o ano passado e com duração de três temporadas por R$ 22,8 bilhões, impulsionou ainda mais as cifras dos clubes – o aumento foi de 71% em relação ao acordo anterior.

A distribuição desta fortuna é muito mais equilibrada do que a realidade brasileira, em que os clubes negociam individualmente. No Reino Unido, 50% são repassados de maneira igualitária para os 20 clubes, 25% são alocados proporcionalmente à posição final da equipe, e os outros 25% variam de acordo com a quantidade partidas televisionadas de cada agremiação. Os torcedores ingleses só conseguem assistir aos jogos na TV fechada – não há televisionamento para o público em geral.

Embora os direitos de transmissão sejam extremamente vantajosos na Premier League, os clubes de Manchester aproveitam o alcance global de suas marcas e exploram esse poder com patrocínios e parcerias comerciais. Os cofres dos Red Devils receberam R$ 1,2 bilhão desta fonte (46% do total), enquanto R$ 860 milhões (33%) teve origem da televisão. No lado azul da cidade, R$ 966 milhões (46%) chegaram de patrocinadores, e R$ 903 milhões (43%) por exposição na TV.

Em que pese os títulos do Manchester United da Liga Europa e da Copa da Liga no primeiro ano de José Mourinho em Old Trafford, Josep Guardiola, mesmo sem nenhuma taça, comandou o City na Liga dos Campeões e terminou o Campeonato Inglês três posições acima do rival (terceiro contra sexto), fatores determinantes para valores de TV mais robustos.

A liderança no faturamento impulsiona os oponentes de Manchester no mercado de transferências. Da Premier League, o City foi quem mais gastou na última janela, no meio do ano: cerca de R$ 1 bilhão investidos em Ederson, Kyle Walker, Benjamin Mendy, Bernardo Silva, Danilo e Douglas Luiz (emprestado ao Girona-ESP).

O United, por sua vez, fez a contratação mais cara do mercado britânico pela segunda temporada consecutiva. Pagou R$ 333 milhões ao Everton pelo centroavante belga Romelu Lukaku. No ano anterior, tinha desembolsado R$ 386 milhões para tirar da Juventus o meio-campista francês Paul Pogba, então jogador mais caro da história – posto que passou a ser de Neymar, em agosto passado, quando o Paris Saint-Germain despejou R$ 821 milhões nos cofres do Barcelona.