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Dirigente por três meses em 2002, Raí deixou SP por amadorismo do Brasil

Raí será apresentado oficialmente nesta sexta-feira, no CT da Barra Funda - Zanone Fraissat/Folhapress
Raí será apresentado oficialmente nesta sexta-feira, no CT da Barra Funda Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

08/12/2017 04h00

O São Paulo vai apresentar, nesta sexta-feira (8), Raí como seu novo diretor executivo de futebol. Essa não será, porém, a primeira experiência do ex-jogador como dirigente no Tricolor. Em 2002, ele foi coordenador de futebol da diretoria do clube, mas a passagem durou apenas três meses e não agradou muito o campeão mundial de 1992. Na avaliação do ídolo, o modelo de gestão brasileiro ainda era muito amador.

"Por acreditar na necessidade da profissionalização do futebol brasileiro e querer contribuir para esta mudança, aceitei este desafio. Achava que junto ao São Paulo Futebol Clube, poderia mudar esta realidade. Entretanto, o futebol brasileiro ainda insiste em um modelo amador, fazendo com que me sentisse impotente e sem autonomia diante do sistema", comunicou o astro, na época.

Desde a sua campanha para a presidência, Marcelo Portugal Gouvêa havia apontado o nome de Raí para assumir um cargo diretivo. O ex-jogador aceitou a oferta e trabalhou justamente ao lado do então diretor de futebol Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco - hoje presidente tricolor. Na ocasião, o cargo de Raí havia sido criado especialmente para o ídolo, que deveria ajudar na política de ligação entre a base e o profissional.

Raí sugeriu ideias como a diminuição da interferência de empresários - ele gostaria de incentivar os atletas da base a ter carreiras gerenciadas pelos pais. Na época, o próprio Leco se mostrou um pouco receoso com tal sugestão. Aos poucos, o ex-jogador passou a se sentir um pouco alheio ao processo e pediu demissão.

Tempos depois, o próprio ex-atleta mostrou que talvez não estivesse pronto para assumir um cargo no São Paulo naquela época. Em 2005, por exemplo, ele chegou até a cogitar a possibilidade de trabalhar em outro clube, como o Botafogo, de Ribeirão Preto, para ganhar experiência. "Seria melhor começar em um time de menor expressão e não de cara no São Paulo", disse o ídolo na ocasião.

O ídolo também aproveitou o tempo longe dos gramados para estudar e melhorar o seu currículo. No ano passado, em Paris, por exemplo, ele participou do Mestrado Executivo da Uefa para jogadores internacionais (MIP). Além disso, neste período, consolidou o seu trabalho no terceiro setor com a Fundação Gol de Letra. Neste ano, a convite de Leco, assumiu uma vaga no Conselho de Administração do clube. Desta maneira, voltou a participar do dia a dia e da tomada de decisões no Morumbi.  

Agora em seu novo cargo, Raí vai contar com o apoio do diretor adjunto, Fernando Bracalli Chapecó, para as questões administrativas, e do advogado Alexandre Pássaro, para as negociações de contratações de jogadores. Na última temporada, quando o então diretor executivo de futebol, Marco Aurélio Cunha, licenciava-se do cargo, Pássaro já colaborou com tal função.