Allione renasce e pode ser opção improvável a "meias de luxo" no Palmeiras
Moisés tem a camisa 10 e é adorado pela torcida, Guerra veio com o status de melhor jogador da Libertadores em 2016, Lucas Lima chega cercado de expectativas e o Palmeiras ainda pode fechar com Gustavo Scarpa, do Fluminense, que tem reunião importante nesta quinta-feira (13) para encaminhar seu futuro. Mas em meio a todos esses nomes de luxo que podem exercer a função de armador, uma opção bem mais improvável pode surpreender na temporada: Allione.
O argentino de 23 anos passou o ano de 2017 emprestado ao Bahia e teve uma das melhores temporadas da carreira, especialmente após "renascer" na reta final do ano sob o comando de Paulo César Carpegiani. Ele acumulou 13 assistências e foi o líder do time baiano em passes para gol, mesmo sem ser titular em toda a temporada.
O desempenho chamou atenção do novo técnico palmeirense, Roger Machado, que pediu a reintegração do jogador no ano que vem e vai observá-lo na pré-temporada. Reforço para o Palmeiras de Ricardo Gareca em 2014, ele ficou estigmatizado no clube alviverde pela expulsão contra o Grêmio, nas quartas de final da Copa do Brasil de 2016, que virou a maré de uma partida na qual o time paulista era melhor. Mais de um ano depois, ele terá a chance de se provar novamente no clube alviverde, com quem tem contrato até julho de 2019.
Concorrência pesada na função favorita
O bom ano de Allione começou com o título da Copa do Nordeste sob o comando de Guto Ferreira. Após a saída do treinador para comandar o Internacional na Série B, o argentino teve alguns momentos irregulares e problemas físicos, e chegou a frequentar o banco de reservas em algumas partidas com Jorginho e Preto Casagrande. Mas Carpegiani, que chegou no início de outubro, deu a Allione o que ele mais queria: a liberdade de ser o armador centralizado do time.
Sem a obrigação de recompor pelo lado do campo no momento defensivo e com passe livre para buscar espaços e se movimentar, o meia teve suas melhores atuações pelo time tricolor. Ele próprio chegou a admitir que preferia atuar assim, solto como camisa 10 e participando mais do jogo, do que aberto na ponta, posição na qual quase sempre foi escalado em seus três anos de Palmeiras e no início pelo Bahia.
O problema maior para Allione é justamente o congestionamento que o setor de armação alviverde pode apresentar em 2018. Além dos já citados Moisés, Guerra, Lucas Lima e possivelmente Scarpa, o Palmeiras tem mais atletas que podem fazer a função por dentro, como Dudu, Raphael Veiga e Hyoran - os dois últimos ainda têm chance de deixar o clube e podem ser envolvidos em trocas, respectivamente, por Weverton e Scarpa.
Além disso, na visão da nova comissão técnica palmeirense, o argentino pode render bem nas duas funções - tanto aberto quanto centralizado. A avaliação é que ele não tem dificuldades para fazer o lado do campo, apesar de preferir jogar como camisa 10. Para conseguir superar a concorrência e repetir no Palmeiras o que conseguiu no Bahia, o desafio deve ser muito maior. Resta a Allione impressionar Roger Machado ao vivo quando os treinos começarem em janeiro.
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