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Pulso e autoridade: Flu quer que Paulo Autuori seja o "anti-Torres"

Paulo Autuori chega com a missão de liderar planejamento do futebol para o próximo ano - Marcos Brindicci/Reuters
Paulo Autuori chega com a missão de liderar planejamento do futebol para o próximo ano Imagem: Marcos Brindicci/Reuters

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/12/2017 04h00

A chegada de Paulo Autuori ao Fluminense representa mais do que a ampliação do diálogo com a base do clube e a definição das estratégias do departamento de futebol para a temporada, argumentos estes pontuados pelo clube no anúncio da contratação.

Para além do discurso oficial, existe a necessidade de uma figura que imponha respeito e tenha estofo para cobrar comissão técnica e jogadores, características não encontradas em Alexandre Torres, ex-gerente do Tricolor.

Fritado pelo próprio grupo de sustentação política do presidente Pedro Abad [Flu Sócio], Torres, aos poucos, tornou-se uma espécie de "auxiliar" de Abel Braga, deixando de lado algumas outras atribuições do cargo. Considerado um funcionário correto, faltou a ele, segundo avaliação da cúpula do clube, mais pulso firme em determinadas ocasiões.

Sua demissão foi cogitada ao longo do ano, mas a intervenção do gerente-geral Marcelo Teixeira foi decisiva para que Abad recuasse e mantivesse a estrutura intacta. A simpatia de Abel pelo filho do capitão do tri também pesou a seu favor.

Com Autuori no comando, contudo, o Fluminense tem a expectativa de dar mais peso à função, visto que o profissional é encarado como alguém com perfil mais combativo do que o de seu antecessor na cadeira. O nome agradou e foi sempre a primeira opção para o cargo, embora Ricardo Gomes também tenha surgido como uma alternativa no radar.

Com este problema resolvido, o Flu ganha uma força extra para as negociações em curso e também para o desenho do futebol tricolor para a próxima temporada. Nomes como Gustavo Scarpa, Wellington Silva e Henrique Dourado despertam interesse de rivais, mas o Flu está determinado a não ceder nas negociações.

A partir do ano que vem, o chamado comitê gestor do futebol contará com a participação mais ativa de Marcus Vinicius Freire, CEO do Flu. O grupo será formado por Abad, pelo vice de futebol Fabiano Camargo, por Autuori e Teixeira. As decisões estratégicas para o futebol do clube serão sempre debatidas por este colegiado.

O novo homem forte do Tricolor chega ao clube após passagem pelo Atlético-PR, clube no qual exerceu cargo semelhante e saiu por conta de desgastes com a direção. Com isso, Autuori fecha o ciclo com passagens em todos os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro.