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Felipão explica fiasco de Luxemburgo na China e revela boicote no Chelsea

Liu Dawei/Xinhua
Imagem: Liu Dawei/Xinhua

Do UOL, em São Paulo

20/12/2017 11h50

Depois de uma passagem vitoriosa de três anos pelo futebol da China, Luiz Felipe Scolari comentou o insucesso do compatriota Vanderlei Luxemburgo no mesmo mercado. As declarações foram proferidas no programa "Bola da Vez", exibido pela ESPN na última terça-feira. Na mesma atração, Felipão também detalhou o delicado clima de bastidores que o fez deixar o comando do Chelsea em 2009.

Insucesso de Luxemburgo na China

Na China, Scolari ganhou três títulos nacionais com o Guangzhou Evergrande, além de outros troféus locais. Por outro lado, Luxemburgo não conseguiu prosperar à frente do Tianjin Quanjian na segunda divisão do mesmo país.

"Eu fui para uma equipe bem organizada, bem montada, de Série A. O Vanderlei estava na segunda divisão. Ele montou o time de uma forma, por alguma ou outra razão não deu certo. A relação com os chineses, a integração com os jogadores de fora. O meu time sempre teve essa integração, com o Paulinho, o Alan, o (Ricardo) Goulart. A integração era muito grande com os chineses", comentou Scolari no "Bola da Vez". 

"Tinha lá, pelo que eu sei, um problema de relacionamento entre os chineses e os estrangeiros (no Tianjin). E o Vanderlei saiu, veio o (Fabio) Cannavaro. O Cannavaro ajeitou algumas situações, e o time subiu para a primeira divisão e conseguiu agora ser o terceiro colocado do campeonato", acrescentou o treinador brasileiro.

Quem derrubou Felipão no Chelsea?

O rumor de que Didier Drogba havia sido o antagonista que complicou o trabalho de Scolari no Chelsea foi confirmado pelo treinador no programa da ESPN. Felipão disse que "arranjou um inimigo" ao negar que o marfinense se recuperasse de uma cirurgia no joelho num conhecido balneário francês, durante o verão.

Quando Drogba finalmente se recuperou, Felipão teve que lidar com outro problema, pois o francês Nicolas Anelka não quis ser deslocado para a ponta do ataque para que o marfinense voltasse ao time. "Bom, um vai ter que sobrar", disse Scolari numa reunião com os jogadores à época. A partir dali o clima teria ficado insustentável.

"Me chamaram (da direção do clube), fazer o que? Então foi interrompido. Não sei se tivesse seguido o que iria acontecer, mas foi interrompido. Ali, sim, eu fiquei chateado. Ah, mas você não falava o inglês perfeitamente. Mas eu me fazia entender, a gente se entendia. Passou. Agora vamos ver se surge algum time em termos de Inglaterra, quem sabe", afirmou.

Pelo time de Londres, Felipão teve um aproveitamento de 62%, com 19 vitórias, 10 empates e 7 derrotas, com apenas trinta e seis partidas disputadas.

Mágoa com Tite e recuperação após o 7 a 1

No programa da ESPN, Scolari também falou sobre a mágoa com Tite. Os treinadores gaúchos chegaram a nutrir uma relação de amizade, que se desfez a partir de alguns episódios quando ambos eram adversários em 2010, à frente de Palmeiras e Corinthians, respectivamente. 

Felipão citou a ingratidão do colega, ajudado por Scolari no início de carreira. A relação se deteriorou em 2010 especificamente após uma derrota do Palmeiras para o Fluminense, que prejudicou o Corinthians na luta pelo título brasileiro. Na biografia de Tite (“Tite”, da jornalista Camila Mattoso), o irmão do técnico aventou a possibilidade de entrega de jogo por parte dos palmeirenses. 

Adiante, quando Felipão assumiu a seleção brasileira, Tite teria ignorado solicitações de conversa a respeito de jogadores do Corinthians que interessavam à equipe nacional.

Scolari também falou no programa da ESPN a respeito da derrota para a Alemanha na semifinal da Copa de 2014. O treinador disse que se refez da histórica goleada sofrida dentro de casa, com a ajuda da família. Felipão assegura que virou a página rapidamente, assim como fizera na vitória na Copa de 2002.