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Ele fez parte do adeus de Kaká e foi indicado para o Fortaleza de Ceni

Fernando Timbó em ação pelo Orlando City - Divulgação
Fernando Timbó em ação pelo Orlando City Imagem: Divulgação

Lucas Pastore

Do UOL, em São Paulo

28/12/2017 04h00

A última temporada de Kaká como jogador profissional de futebol teve um zagueiro brasileiro entre suas testemunhas. Trata-se de Fernando Timbó, reforço do Paysandu para 2018 que estava no Orlando City desde dezembro de 2016. O defensor chegou a tentar usar a amizade com o ex-meia para cavar uma vaga no Fortaleza de Rogério Ceni antes de acertar com o clube paraense.

Hoje com 27 anos de idade, Timbó chegou ao Orlando City após passagem pelo Ottawa Fury, do Canadá. No clube, encontrou Kaká, que já defendia as cores da equipe da Flórida desde 2014.

"Antes de chegar, eu não o conhecia. Chegando lá, fiquei primeiro meio sem jeito, mas tive a sorte de conhecer não só o jogador, mas a pessoa. É uma pessoa que ajuda todo mundo o tempo todo. Me ajudou muito, até com o fisioterapeuta dele. Fiquei surpreso", contou Timbó, em entrevista ao UOL Esporte.

Em sua última temporada no Orlando City, Kaká disputou 23 partidas, sendo titular em 18 deles, e marcou seis gols. O nível de atuação que o meia ainda apresentava, mesmo aos 35 anos de idade, deixou Timbó surpreso com a aposentadoria.

"Me surpreendi. Ele não comentava muito sobre isso. Ele tinha proposta, estava pensando em talvez voltar para o Brasil por causa da família. Falei com ele na semana passada. Torcia para ele continuar", disse Timbó.

"Acho que ele ainda podia continuar, nos treinamentos ele sempre foi muito bem. Mas como ele decidiu, fico contente por ele", completou.

Depois de passar cerca de um ano convivendo com Kaká, Timbó ganhou uma referência. De acordo com o zagueiro, a mentalidade profissional do ex-meia será a principal lição que o jogador levará para o Paysandu.

"A mentalidade dele, ser o mais profissional possível. Já era assim quando eu o via na TV. Quando consegui ver ele de perto, virou um espelho para mim. Era sempre um dos primeiros a chegar no treino e ficava fazendo trabalho específico depois", afirmou.

Agora, Timbó não acredita que Kaká vá continuar no futebol como treinador, e sim como dirigente. Assim, torce para que seus caminhos voltem a se cruzar no esporte.

"Espero que possa voltar a trabalhar de novo com ele, vejo ele mais como dirigente. Se um dia voltar a ter o prazer de trabalhar de novo com ele, vou ficar muito feliz", declarou.

Fernando Timbó em ação pelo Orlando City - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Contato com Ceni

De olho em um retorno para o futebol brasileiro em 2018, Timbó, que começou sua carreira no Coritiba, recorreu à ajuda de Kaká. O astro construiu amizade com Rogério Ceni, hoje técnico do Fortaleza, durante suas passagens pelo São Paulo, e ficou de procurar o ex-goleiro para indicar o defensor.

"Na verdade, quando falei que estava voltando, ele falou que gostaria de ajudar. Ele ficou de conversar com o Ceni, mas eles já estavam acertando com outros zagueiros. Como eu falei, ele sempre tenta ajudar", elogiou.

Sem possibilidade de fechar com o Fortaleza, Timbó foi indicado por Marquinhos Santos, técnico do Paysandu. Os dois trabalharam juntos no Coritiba, o que facilitou o acerto.

"Já estou vendo o apoio da torcida. É gigante. Estou muito animado, motivado. Aprendi muita coisa nos Estados Unidos, a cuidar do corpo, evitar lesões, trabalhar sério. Agora, foi um momento bom para estar voltando", cravou o defensor.

Entre as coisas que Timbó aprendeu nos Estados Unidos está a saída de bola por baixo. Durante partida do Orlando City, o zagueiro chegou a tomar a bola de Joe Cole, inglês que fez sucesso com a camisa do Chelsea na última década, para na sequência colocar a bola entre suas pernas.

"Por onde eu passei lá, em todos os clubes pediram para sair jogando. Pedem que, mesmo que aperte o zagueiro, procure o volante. Aqui no Brasil, quando o zagueiro é apertado, tem uma mentalidade diferente", comparou.

A saída de bola faz parte do cartão de visitas que o defensor deixa para a torcida do Paysandu.

"Sou um jogador que pode ser considerado forte, que marca junto, forte e que sai jogando. Como eu venho da lateral esquerda, tento passe antes de buscar a bola longa. Também vontade e determinação. Esse vai ser um ano de superação, de mostrar que consigo estar no patamar do futebol brasileiro. Não tem lugar melhor para fazer isso do que no Paysandu", concluiu.