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Bandeira acumula trocas e chega a último ano sem convicção por técnico

Eduardo Bandeira de Mello (e) apresenta mais um técnico: agora, é Carpegiani (d) - Gilvan de Souza/Flamengo
Eduardo Bandeira de Mello (e) apresenta mais um técnico: agora, é Carpegiani (d) Imagem: Gilvan de Souza/Flamengo

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/01/2018 04h00

O ano era 2013, primeira temporada à frente do Flamengo, e Eduardo Bandeira de Mello já teve de encarar uma situação que se tornaria rotina nos dois mandatos no comando do clube. Foram quatro técnicos em 12 meses, uma tendência para o futuro. Em 2018, pouca coisa mudou. No último ano de mandato, mais uma troca. E novamente pouca convicção na definição que agora ocorreu com Paulo César Carpegiani.

Minutos depois de confirmar a saída de Reinaldo Rueda, na noite da última terça-feira (8), o Flamengo anunciou o novo treinador. A rapidez, no entanto, não era sinônimo de certeza no que era feito. O clube cogitou buscar um novo nome e manter Carpegiani em sua função pensada originalmente, a de coordenador. No fim, ele foi alçado ao posto de técnico.

E já chegou em sua apresentação revelando que o Flamengo poderia buscar um nome mais jovem para assumir a equipe ao longe de 2018, o deixando livre como coordenador no que chamou de “um novo projeto”. Fato é que a gestão de Eduardo Bandeira de Mello chega ao último ano com o cenário do primeiro: trocas na beira do campo já no radar.

E nem sempre motivadas por erro de sua parte. A falta de convicção se mostra do outro lado da conversa. Mano Menezes em 2013, Muricy Ramalho em 2016 e Reinaldo Rueda em 2018 deixaram Bandeira de Mello “na mão". Cada um com seus motivos, mas os três interrompendo os planos.

Em 2013, Dorival Júnior e Jorginho ainda antecederam Jayme de Almeida, que fechou ano e ganhou a Copa do Brasil. Em 2014, Ney Franco e Vanderlei Luxemburgo assumiram a equipe.

Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira se revezaram em 2015. Para 2016, Muricy Ramalho assumiu com a missão de comandar mais um projeto. Por conta de problemas de saúde, deu lugar a Zé Ricardo, substituído em 2017 por Reinaldo Rueda.

O técnico colombiano, assim como Muricy e, anteriormente, Mano e Luxemburgo, tinha a missão de conduzir um projeto a longo prazo. Nada feito. E agora Carpegiani, sem muito tempo e já de olho em uma troca no comando, já chega para o desafio expondo a pouca convicção que atrapalhou a diretoria em outras oportunidades. Mais mudanças pela frente.

A gestão chega ao seu final sem conseguir colocar em prática algum ideal. Não houve um treinador que iniciasse e terminasse o ano de trabalho. E o mesmo se mostra improvável para 2018.

“Não quero que todos achem todo dia que estamos buscando técnico. Vamos com calma, observar, mas podemos ter uma oportunidade ao longo do ano”, explicou Bandeira de Mello. “Claro que existe a possibilidade encontrarmos alguém para estar à frente do Flamengo no decorrer de 2018”, finalizou um quase interino Carpegiani.