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Jogadores do PSG defendem Neymar de vaias: "Gesto um pouco ingrato"

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris (França)

17/01/2018 21h42

Apesar da goleada por 8 a 0 contra o Dijon, o Paris Saint-Germain teve um episódio para se lamentar no fim do jogo válido pelo Campeonato Francês: as vaias direcionadas a Neymar pelo brasileiro ter cobrado o pênalti que poderia fazer de Edinson Cavani o maior artilheiro da história do clube.

Na zona mista após o fim do jogo, o lateral Thomas Meunier usou os 4 gols e as 2 assistências de Neymar para defendê-lo das vaias. "Esse gesto é uma pena e um pouco ingrato. Como eu disse antes ele fez quatro gols e deu duas assistências e Cavani é da casa, já faz alguns anos que está aqui e sempre tem uma atitude correta com o clube e os torcedores, além de ser um excelente jogador. Ele é muito querido."

Mesmo admitindo que daria a bola para Cavani cobrar o pênalti, o belga afirmou que o camisa 10 apenas cumpriu o combinado. "Neymar poderia ter dado a bola, seria um gesto de fair play, mas no papel é Neymar quem deve bater os pênaltis e tem essa responsabilidade. Não tem polêmica a ser feita com isso. Eu diria que é normal o que aconteceu."

O espanhol Yuri Berchiche mostrou-se compreensivo com os torcedores. "O que penso é claro. A torcida paga um ingresso caro e tem o direito de se posicionar como quiser. Claro que não estamos felizes por isso e o ideal é o cenário de paz com os dois. Mas isso é questão de tempo. Os dois jogadores são importantes para nós e isso que importa no momento."

Em relação ao fato de Neymar não ter saudado os torcedores após o fim da partida, Meunier minimizou o gesto do astro. "Ele estava sorridente. Mas ele é alguém que teve uma atitude impulsiva e sentiu rancor no momento. São coisas que acontecem. E por outro lado, ele tem razão, ele fez muito pela equipe hoje é os torcedores vaiarem, ele não assimilou tão bem. Eu acho que a maioria dos jogadores teria a mesma reação."

O brasileiro foi vaiado por ter batido o pênalti que deu ao PSG o seu oitavo gol na partida. Edinson Cavani, que sofreu a infração dentro da área, teve seu nome gritado pela torcida organizada do PSG para fazer a cobrança. Caso fizesse o gol, o uruguaio poderia se tornar o maior artilheiro da história do clube parisiense de forma isolada.

Autor do terceiro gol da noite, Cavani entrou para a história do PSG com a cabeçada no contrapé de Reynet. O centroavante uruguaio anotou seu 156º gol com a camisa do time parisiense e igualou Zlatan Ibrahimovic no topo da lista de artilheiros do clube. Cavani atingiu a marca em sua 226ª partida, enquanto o sueco alcançou tal número em 180 jogos.

Depois do jogo, Neymar mostrou clara irritação mesmo após ser eleito o melhor jogador da partida. O camisa 10 foi o único atleta da equipe francesa que não participou da clássica comemoração de agradecimento aos torcedores. Foi a primeira vez que astro brasileiro foi direto para o vestiário.