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Organizada do PSG é quem vaia Neymar, e clima pesado atinge até amigos

Shaun Botterill/Getty Images
Imagem: Shaun Botterill/Getty Images

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris (FRA)

19/01/2018 09h42

No espaço reservado para os convidados de Neymar no Parque dos Príncipes, torcedores se aproximam. “Avisa para ele que aqui é coisa séria, que não venha com brincadeiras e que respeite o PSG”, diz o primeiro a perceber que o local era a área VIP dos convidados do camisa 10. A cena presenciada pelo UOL Esporte na vitória por 3 a 1 contra o Caen, dia 20 de dezembro, dá o tom do clima pesado que ainda ronda o jogador no estádio. As vaias na quarta-feira pioraram o cenário.

A cobrança do torcedor francês ao lado da tribuna de Neymar era por conta da viagem ao Brasil dias antes – jogador cuidou de problemas pessoais com autorização do clube. Mas também ainda é reflexo do atrito com Edinson Cavani, o maior ídolo da torcida do PSG.

No Parque dos Príncipes, Neymar tem o nome mais gritado no anúncio da escalação e sempre ouve um tradicional “oh” de torcedores maravilhados a cada drible ou ação diferenciada. O único ponto conflitante é mesmo a preferência por Cavani.

O uruguaio tem o rosto estampado na maior bandeira da torcida organizada no estádio. Qualquer movimento dentro de campo, mesmo que sendo uma falha, gera aplausos. Naturalmente, a cada pênalti, o grito “Cavani, Cavani” está presente.

“O que vaiamos foi o gesto de Neymar de não deixar o Cavani bater o pênalti. E não ele em si. Não há motivos para nos posicionarmos contra ele”, comentou à reportagem um torcedor organizado do PSG.

No PSG, Neymar ouviu dos jogadores brasileiros com experiência no clube que a cobrança da torcida organizada é pesada. Marquinhos contou episódio de ter o carro chutado e a família ameaçada após retornar de Barcelona com a derrota de 6 a 1 pela Liga dos Campeões do ano passado. Já o capitão Thiago Silva também comentou se reunir com torcedores para ouvir exigências de comprometimento.

Em Paris, a torcida organizada do clube não tem fama de perturbar jogadores constantemente. E os maiores gestos de apoio demonstrados foram as festas de embarque e desembarque do time à Marselha antes do clássico contra Olympique de Marseille, em outubro do ano passado.

O clássico francês é considerado sagrado para a organizada. No jogo em questão, Neymar fez um gol, mas foi expulso quando o time perdia por 2 a 1 nos minutos finais. Para “piorar” no último lance da partida, Cavani foi quem salvou o time com um gol de falta.