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Por vídeo, Del Nero alega inocência em depoimento à Fifa

Sergio Moraes/Reuters
Imagem: Sergio Moraes/Reuters

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/01/2018 19h23

Por meio de videoconferência, o presidente afastado da CBF Marco Polo Del Nero alegou inocência das acusações de corrupção em depoimento prestado ao Comitê de Ética da Fifa. Ele foi interrogado durante cinco horas e meia, com os membros do comitê na Suíça e o cartola no Rio de Janeiro.

Del Nero é indiciado na Justiça dos EUA por corrupção por acusação de que levou propina em contratos da CBF e da Conmebol. Não foi julgado por não sair do país. Em julgamento de seu antecessor José Maria Marin, foram mostradas provas contra o cartola da CBF, incluindo delações e e.mails. 

Baseado nessas provas, a Fifa suspendeu Del Nero de todas as atividades do futebol em dezembro, em punição que terá duração de 90 dias. No meio tempo, corre o processo contra ele no qual já foi apresentada parte da defesa.

É uma exigência do Comitê de Ética da Fifa o depoimento pessoal do acusado ou sua situação poderia se complicar ainda mais. Só que Del Nero não pode deixar o país ou corre risco de ser preso e extraditado aos EUA. Assim, foi pedido que ele fizesse o depoimento por vídeo, com um advogado seu presente na Suíça.

Durante o testemunho, os membros do comitê questionaram Del Nero sobre as acusações de propina e apresentaram as evidências contidas no julgamento nos EUA. Não houve apresentação de nenhuma prova surpresa, ou extra.

Com isso, Del Nero seguiu a sua linha de defesa de negar recebimentos de pagamentos irregulares. Sua defesa alega que não há provas de que houve depósitos de empresas de direitos de televisão em seu favor, como alegam as delações dos ex-executivos dessas empresas.

Agora, o Comitê de Ética da Fifa terá de dar uma sentença sobre Del Nero, com condenação ou absolvição. Não há prazo para isso. Sua suspensão provisória vai até o meio de março e pode ser estendida por mais 90 dias. Se o cartola for banido do futebol, seus advogados podem recorrer ao CAS (tribunal do esporte).