Topo

Revolta da pizza: torcida compra jantar dos atletas após derrota da Lusa

Pizzas dos atletas tiveram outro destino: viraram arma de protesto dos torcedores - Paulo Afonso/Cedida
Pizzas dos atletas tiveram outro destino: viraram arma de protesto dos torcedores Imagem: Paulo Afonso/Cedida

José Edgar de Matos*

Do UOL, em São Paulo (SP)

31/01/2018 17h58

“Acabou em pizza”. O velho clichê agora cabe para protestos no futebol, mais especificamente na Portuguesa. Revoltados com a derrota da última terça-feira para o Oeste (3 a 0), em pleno Estádio do Canindé, pelo Campeonato Paulista da Série A-2, torcedores interceptaram as pizzas que seriam destinadas à janta dos jogadores. O grupo fez uma vaquinha, juntou R$ 300 e comprou dos dois motoboys as dez “redondas” direcionadas para o elenco.

A história foi revelada pelo site Netlusa e contada ao UOL Esporte por Flávio Barreto, presidente da Leões da Fabulosa, torcida organizada do clube, e presente no momento em que as pizzas acabaram interceptadas. Nem tanto a fome, mas a indignação pelo resultado foi o que gerou a compra do jantar destinado aos atletas.

“A gente foi para o vestiário vaiar os jogadores e cobrar o próprio presidente [Alexandre Barros], mas não deixaram a gente entrar. Chegaram duas motos da pizzaria, e os motoqueiros estavam procurando um tal de Edu. A gente falou que não ‘tinha Edu p... nenhuma’ e mandamos o cara embora. Deixaram as pizzas com a gente”, afirmou Flávio Barreto, que sequer comeu um pedaço.

“A gente colocou as pizzas em um tabuleiro que vendem uns doces lá, mas a moça nem foi ontem [terça-feira]. Colocamos lá, mas eu mesmo não comi de tanta raiva. Cada pizza era R$ 30, e a gente vive fazendo vaquinha para comer pizza de R$ 10”, acrescentou o torcedor.

De acordo com Barreto, nem mesmo o protesto impediu os jogadores da Portuguesa de desfrutarem de uma boa pizza na noite da última terça-feira. “E ainda chamaram uma nova pizza pelo portão 7 e eles comeram. A gente ‘tomou’ as que foram pelo portão 3 ou 4”, relembrou.

A reportagem do UOL Esporte entrou em contato com o presidente Alexandre Barros, que não atendeu às ligações até o momento da publicação desta nota. A assessoria do clube, por outro lado, declarou que nenhum dirigente irá se pronunciar sobre a interceptação das pizzas dos jogadores.

* Colaborou Emanuel Colombari, do UOL, em São Paulo (SP)