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Fora dos planos, Giovanni afasta sondagens e pensa em seguir no Corinthians

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

01/02/2018 04h00

Fora da relação do Campeonato Paulista e publicamente colocado à disposição para transferências, o meia Giovanni Augusto ainda não digeriu totalmente a ideia de deixar o Corinthians. Sondado por outras equipes, ele ainda considera a hipótese de uma reviravolta. No caso, voltar aos planos de Fábio Carille.

Reforço mais caro da era Roberto de Andrade e adquirido por mais de R$ 14 milhões ao Atlético-MG, Giovanni soube há duas semanas que não estava entre os jogadores escolhidos para esse primeiro semestre. Desde então, o meia de 28 anos recebeu sondagens de Vitória, Chapecoense, Sport, Botafogo e Atlético-PR, entre outras equipes. Nenhuma das alternativas empolgou o jogador, que também tem um contrato difícil de ser assumido por uma equipe interessada.

Hoje, Giovanni Augusto tem um dos salários mais altos do elenco do Corinthians e recebe mensalmente R$ 350 mil. Depois de duas temporadas irregulares no Parque São Jorge, ele ficou distante do radar das principais equipes do futebol brasileiro. Já alguns dos clubes que demonstraram interesse em sua contratação, de modo geral, avaliam que os rendimentos do jogador estão fora do patamar a ser atingido. Por isso, uma ida ao exterior passou a ser levada em conta, mas as ligas mais fortes da Europa já tiveram as janelas de transferências encerradas na última quarta.

Diante dos valores investidos para adquirir Giovanni Augusto há dois anos, o Corinthians também não se mostra disposto a simplesmente realizar um empréstimo. Para equipes interessadas, o gerente de futebol Alessandro Nunes argumentou que a ideia inicial da atual diretoria é recuperar parte do que foi investido na compra do meia, que ainda tem duas temporadas de contrato e, dessa maneira, custaria mais de R$ 10 milhões ao clube entre salários e encargos.

Um fato em especial, na condução do processo feita pelo Corinthians, causou incômodo em Giovanni Augusto e outros jogadores na mesma situação. Embora estivesse fora dos planos de Carille desde o fim do Brasileirão, ele só foi informado em meados de janeiro, depois de realizar toda a pré-temporada com o atual treinador. A essa altura, com o mercado interno em sua reta final, encontrar uma nova equipe para jogar se tornou mais difícil. A situação ocorreu exatamente da mesma forma com o volante Cristian em 2017, e ele só saiu em setembro para o Grêmio. Durante o período, os salários dele foram pagos pelos corintianos.

Com a vida organizada em São Paulo e um bom salário, então, Giovanni Augusto achou prudente esperar um pouco mais para definir o futuro. No ano passado, vale lembrar, o Corinthians tentou realizar uma troca por empréstimo com o Internacional, que topou enviar Valdívia. Na hora H, porém, foi Giovanni quem barrou a oportunidade e pediu mais uma chance no Parque São Jorge. Com muitas lesões e desempenho irregular, alternou boas partidas, quase sempre fora de casa, com outras nem tanto, geralmente em Itaquera. O melhor momento veio na reta final, com gol da vitória sobre o Atlético-PR.

Para convencer Carille de que deve ter chances, Giovanni Augusto tem fortíssima concorrência, mesmo apto a atuar em duas funções diferentes no atual sistema 4-1-4-1. Pela meia, há Rodriguinho, Jadson, Maycon, Camacho e Mateus Vital como alternativas. Pelas pontas, são sete opções: Romero, Clayson, Júnior Dutra, Marquinhos Gabriel, Lucca, Emerson Sheik e Pedrinho.

O Corinthians, vale lembrar, ainda tem duas vagas disponíveis no Paulistão e pode inscrever atletas até 23 de fevereiro. A ideia para uma dessas posições é adquirir um novo centroavante nas próximas três semanas. Para a última vaga, a atual diretoria fala em oportunidades de mercado ou necessidades que possam aparecer no percurso. Além de Giovanni, estão fora dos planos o goleiro Matheus Vidotto, os laterais Léo Príncipe e Moisés e os volantes Fellipe Bastos e Warian.