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Andrés terá Conselho dividido no retorno ao Corinthians e traça estratégia

Andrés Sanchez voltou ao comando do Corinthians depois de seis anos - MARCELO D. SANTS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Andrés Sanchez voltou ao comando do Corinthians depois de seis anos Imagem: MARCELO D. SANTS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Dassler Marques e Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

04/02/2018 04h00

Andrés Sanchez voltou ao comando do Corinthians depois de seis anos após uma vitória nas urnas, mas não terá vida fácil. No novo mandato, o dirigente precisará conviver com uma oposição mais fortalecida, em um cenário bem distinto do registrado nos últimos anos.

A própria vitória de Andrés mostra isso. No pleito, o candidato vencedor, que deixou o Parque São Jorge sob protestos e escondido no banco de trás de um carro, teve apenas um terço dos votos e ainda viu muitas chapinhas de oposição garantirem uma vaga no Conselho Deliberativo.

No próximo triênio, Andrés terá de pela frente um conselho dividido, composto por sócios ligados aos candidatos oposicionistas derrotados no pleito. Do total de oito chapinhas eleitas, apenas três apoiavam o candidato vencedor - isso representa 75 conselheiros dos 200.

O mandatário ainda poderá encontrar apoio com membros de uma chapinha cujo nome era ligado a Paulo Garcia. Nas outras, Andrés terá de lidar com a resistência: duas se dizem independentes, enquanto dois grupos acabaram eleitos apoiando Antonio Roque Citadini e Felipe Ezabella.

Diante do cenário desfavorável, Andrés disse que a ideia a partir de agora é tentar unir os sócios corintianos. "É saber das exigências que fazem o corintiano e tentar cumprir da melhor maneira possível, com atenção e respeito a todos. Vamos tentar pacificar o clube", afirmou minutos depois da eleição.

Para isso, Andrés contará, provavelmente, com a figura do ex-diretor de futebol Edu Ferreira, que era cotado a voltar ao cargo. Agora, o dirigente deve trabalhar no clube com uma função política, na tentativa de acalmar os ânimos.

Vale lembrar que os 200 novos conselheiros se juntarão a outros 100 vitalícios. Juntos, eles são responsáveis, por exemplo, pela aprovação das contas do clube. O grupo também tem poder de destituição do presidente por meio de um processo de impeachment - o antecessor de Andrés, Roberto de Andrade, correu esse risco no ano passado, mas acabou salvo pelo conselho.

Em relação ao futebol, Andrés também começa a colocar os planos em prática. Depois do triunfo, o mandatário confirmou que Duílio Monteiro Alves será o novo diretor de futebol. Luís Paulo Rosemberg, por sua vez, deve assumir o marketing do clube. Ambos estiveram com Andrés no primeiro mandato.

Andrés deixa o clube escondido

A eleição corintiana foi encerrada pontualmente às 17h. Andrés foi declarado vencedor minutos depois, mas nem pôde comemorar. Enquanto concedia uma entrevista coletiva, o dirigente foi pressionado por um grupo de torcedores que entraram no clube.

Acuado, Andrés teve de se esconder num banheiro no ginásio que recebeu a votação. Em seguida, foi levado, sob a escolta de seguranças, para um prédio da sede social. Às 19h, com o clima menos hostil, o presidente eleito deixou o Parque São Jorge deitado no bando de trás de um carro, com um boné à frente do rosto.

Chapinhas eleitas

Pró-Andrés Sanchez

22 - Preto no Branco - 412 votos
15 - Tradição Corinthiana - 169 votos
10 - Renovação e Transparência - 232 votos

Pró-Paulo Garcia

11 - Fiéis Escudeiros - 274 votos

Pró-Citadini

77 - São Jorge - 161 votos

Pró-Ezabella

82 - Corinthians Supremo - 162 votos

Independente, com integrantes pró-Tuma

21 - Inteligência Corinthiana - 184 votos

Independente, com integrantes pró-Paulo Garcia

25 - Mosqueteiros - 179 votos