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Lesões, empréstimos e até prisão: ex-promessa do Flu não decola na Europa

Divulgação / Site oficial do Chelsea
Imagem: Divulgação / Site oficial do Chelsea

Guilherme Dorini

Colaboração para o UOL, em Londres (Inglaterra)

05/02/2018 04h00

Ser contratado aos 19 anos por um grande clube europeu parece significar um sucesso imediato na carreira de um jogador de futebol, mas nem sempre é assim. Wallace Oliveira, jovem promessa do Fluminense, se transferiu para o Chelsea há cinco anos, em 2013, mas nunca foi aproveitado pelos ingleses. Rodou o mundo sendo emprestado, mas sofreu com lesões e até um caso com a polícia holandesa antes de voltar a ser encostado em Londres.

Wallace chegou ao Chelsea graças ao negócio envolvendo o brasileiro naturalizado português Deco – seu contrato vai até junho de 2019. Quando o meio-campista desembarcou nas Laranjeiras, os dois clubes fizeram um acordo, e os ingleses adquiriram 40% do passe de três jovens jogadores do Fluminense. Por conta das presenças regulares nas seleções de base - titular do sub-14 até o sub-19 -, Wallace foi um dos escolhidos.

O brasileiro, no entanto, passou mais seis meses no Rio de Janeiro antes de se transferir em definitivo para Londres. Ao chegar no Chelsea, participou da pré-temporada na Ásia, ganhou elogios e teve boa relação com José Mourinho, então técnico dos Blues. Mas acabou sem espaço no elenco e emprestado pela primeira vez.

Jovens recém-chegados ao futebol europeu, normalmente, são emprestados para equipes menores para ganharem experiência, mas com Wallace foi diferente. O lateral direito despertou interesse da Inter de Milão e seguiu para a Itália. Por lá, porém, teve a concorrência do também brasileiro Jonathan e pouco atuou: foram quatro partidas em uma temporada inteira, sendo apenas uma como titular, válida pela Copa Itália. Jogou apenas 130 minutos.

De lá, foi emprestado para o Vitesse, da Holanda, clube em que o Chelsea possui uma parceria para empréstimos de jogadores. E foi lá que viveu seu melhor momento – apesar de passar por uma situação nada agradável. Wallace foi titular por quase toda a temporada, foram 23 partidas e um gol anotado na campanha que rendeu o quinto lugar no Campeonato Holandês.

Porém, em abril de 2015, já no fim da temporada, um incidente atrapalhou o bom momento que o lateral direito vivia. Wallace foi preso pela polícia no centro de Arnhem, pequena cidade holandesa – a notícia foi divulgada em diversos jornais ingleses na época.

O brasileiro foi detido na madrugada de uma sexta-feira por volta das 4h da manhã e liberado, sem nenhum tipo de acusação ou multa, na tarde deste mesmo dia. Segundo a polícia, o lateral direito passou horas na delegacia por conta de uma suspeita de ofensa sexual. O Vitese o puniu com a maior multa possível para um atleta, embora não tenha divulgado o valor.

Wallace, então, não teve o contrato renovado na Holanda, e foi mais uma vez emprestado pelo Chelsea. Desta vez, para o modesto Carpi, do futebol italiano. Assim como na Inter de Milão, sua nova experiência na Itália não foi nada boa. Em seis meses, participou de apenas sete partidas antes de ser repassado para o Grêmio – sua última grande oportunidade.

No Sul, também não vingou. Apresentado em janeiro de 2016, Wallace chegou ao Grêmio com grande expectativa - tanto de sua parte como por parte do clube gaúcho. No entanto, teve problemas de adaptação e sofreu com as lesões.

Apesar de começar a temporada como titular, irritou a torcida com algumas falhas e não foi ajudado por seu corpo. Primeiro, teve um edema muscular na coxa esquerda, que o afastou por um mês. Depois, uma entorse no tornozelo direito. A soma desses fatores acabou o colocando na lista de dispensas para 2017.

Seu retorno ao Chelsea, no entanto, aconteceu apenas em junho do ano passado, quando já não trabalhava mais com o elenco principal desde o começo da temporada – atuou apenas em duas partidas da Primeira Liga, com a equipe reserva do Grêmio. Hoje, aos 23 anos, sequer é relacionado no site como um membro da equipe inglesa e seu futuro é incerto.