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Lágrimas após partida e falta de ritmo quase mudaram planos do Atlético-PR

Bastidores: liderança do grupo atleticano, Paulo André desabafou em Caxias - GIULIANO GOMES/ESTADÃO CONTEÚDO
Bastidores: liderança do grupo atleticano, Paulo André desabafou em Caxias Imagem: GIULIANO GOMES/ESTADÃO CONTEÚDO

Napoleão de Almeida*

Colaboração para o UOL

08/02/2018 09h59

Final de partida em Caxias do Sul e, depois de um sufoco com os donos da casa pressionando, o Atlético Paranaense segurou o Caxias e avançou no jogo único da Copa do Brasil. Nos vestiários, um dos líderes do grupo, o zagueiro Paulo André, deixou a emoção correr em lágrimas, com a cabeça coberta por uma toalha.

O alívio da classificação em um jogo decisivo na primeira atuação do elenco principal no ano tirou do jogador um peso tão grande que ele não segurou a emoção. Não havia espaço para erros: pela primeira vez em campo por não atuar no Estadual, no qual atua com o elenco de aspirantes, o time de Fernando Diniz fez um jogo competitivo contra o então líder do Campeonato Gaúcho. A classificação valeu R$ 1 milhão, mas poderia ter custado todo o início de trabalho.

Na quinta-feira seguinte ao jogo, há uma semana, diretoria e as comissões técnicas se sentaram para rediscutir o planejamento de manter apenas o elenco aspirante no Estadual. Antes do duelo com o Caxias, o Atlético de Diniz fez apenas um jogo treino, 2 a 2 com o Operário, equipe que foi campeã brasileira da Série D em 2017, mas que está na segunda divisão do Paraná e, portanto, também não está atuando em competições ainda.

A diretoria queria mesclar elencos. Fernando Diniz, por uma decisão técnica, sustentou a ideia de se manter os elencos separados. Uma determinação da Federação Paranaense, votada em arbitral, agravou o cenário: só é possível que cada clube inscreva 30 jogadores para a competição, com direito a cinco substituições. Quando a ideia foi formada, de que o elenco principal não participaria do Estadual, algumas peças que hoje estão com Diniz estavam apenas sob o comando de Tiago Nunes, como Matheus Rossetto, Bruno Guimarães e Ribamar.

Então não havia como inscrever uma quantidade de jogadores do grupo principal apenas para dar rodagem sem que outros ficassem de fora. Ainda assim, a diretoria segurou 10 vagas, o que pode ser indício de que os grupos, cada vez mais mesclados no CT do Caju, com o entrosamento entre Diniz e Nunes, possam se reforçar também em linha contrária.

Uma das grandes dificuldades do Atlético com essa estratégia tem sido marcar amistosos. Praticamente não há clubes que não estejam em atividade competitiva regular. A solução mais imediata está sendo promover jogos-treino entre as duas equipes do próprio clube. Líder do Paranaense com 10 pontos, o time B, de Tiago Nunes, pode garantir a classificação para as finais da Taça Dionísio Filho, o primeiro turno, já neste sábado, se bater o Cascavel. A boa campanha também diminuiu a pressão sobre a equipe de Fernando Diniz, que só voltará a campo oficialmente em 20 ou 21 de fevereiro, na Arena da Baixada, contra o Tubarão-SC, pela Copa do Brasil.

*Colaborou Dassler Marques