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Cruzeiro disponibiliza parte das receitas de vendas e sócio para pagar BMG

Wagner Pires de Sá, presidente do Cruzeiro, foi quem firmou acordo com o BMG - © Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Wagner Pires de Sá, presidente do Cruzeiro, foi quem firmou acordo com o BMG Imagem: © Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

14/02/2018 04h00

O Cruzeiro precisou recorrer ao Banco BMG para quitar o débito deixado pela antiga diretoria com o elenco. O clube abriu uma linha de crédito e deu algumas garantias de pagamento à instituição.

Parte das receitas que entrarem nos próximos meses, incluindo venda de atletas, sócio-torcedor, bilheteria avulsa e venda de uniformes, será repassada à instituição financeira. O contrato é sigiloso por se tratar de um documento bancário, mas pessoas ligadas às diretorias da Raposa e da companhia confirmam o fato ao UOL Esporte.

No compromisso, os mineiros se dispõem a repassar até 15% da receita líquida para quitar o valor - R$ 50 milhões, com juros considerados abaixo do mercado, mas não revelados. O percentual varia de forma inversamente proporcional à arrecadação do clube. Ou seja, quanto maior o lucro, menor o percentual destinado à quitação do empréstimo.

Como o Banco BMG não pode ter percentual de jogador por se tratar de um terceiro e o fato infringir uma norma da Fifa, o montante que será destinado se refere a qualquer receita da agremiação.

O Cruzeiro aposta em três fatos para pagar a dívida rapidamente à instituição: venda de atletas - Murilo e Arrascaeta são os mais cobiçados -, faturamento do sócio-torcedor e arrecadação com bilheteria.

Dono de 80% dos direitos de Murilo, o clube pretende vendê-lo por 8 milhões de euros (R$ 32,2 milhões). Em relação a Arrascaeta, a Raposa detém 30% de seus direitos. O pedido é de 15 milhões de euros (R$ 60,3 milhões). A ideia é negociá-los após a Copa do Mundo da Rússia e repassar um percentual do faturamento ao BMG.

Hoje, o Cruzeiro fatura R$ 2 milhões por mês com o Sócio do Futebol, programa de sócio-torcedor. Com o intuito de ao menos duplicar a receita com o projeto, os mineiros repassarão parte do faturamento à instituição financeira.

Outro aspecto que auxilia é a renda com bilheteria no Mineirão. Os números não são detalhados nos borderôs, pois há venda de entradas no cartão de crédito. E este valor é entregue diretamente ao clube.

Segundo Itair Machado, o prazo estabelecido para pagamento era de seis meses após o acerto do empréstimo. Mas a reportagem apurou que o montante pode ser devolvido no decorrer da gestão do presidente Wagner Pires de Sá. O mandato do economista se encerra em dezembro de 2020. No entanto, há um aumento progressivo dos juros no contrato.