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Sevilla faz jogo duro e nega rescisão a Ganso, mas meia insiste por saída

AFP PHOTO / CRISTINA QUICLER
Imagem: AFP PHOTO / CRISTINA QUICLER

Marcus Alves

Colaboração para o UOL, de Lisboa (POR)

16/02/2018 04h00

Desde que foi removido da lista da Liga dos Campeões, Paulo Henrique Ganso esteve ausente em mais de um treino do Sevilla, inclusive, nesta semana, e pressiona por sua saída. Os espanhóis, no entanto, fazem jogo duro e, enfim, encaminharam resposta à proposta feita por seu agente, Giuseppe Dioguardi, o Pepinho, para rescisão imediata de seu contrato: ‘não’.

O time da Andaluzia pretende reaver parte do investimento de 9,5 milhões de euros (R$ 37 milhões) em sua contratação em 2016 e está atento aos passos do meia no mercado. Entre outros, São Paulo, Grêmio e Atlético-MG possuem interesse em seu futebol.

O trio aguarda por uma definição em torno do futuro de Ganso para avançar. A princípio, para livrá-lo do contrato que o prende até junho de 2021, o jogador de 28 anos sinalizou estar disposto a abrir mão de tudo que tem a receber por mais três temporadas e meia. Ao todo, segundo os seus cálculos, esse montante representaria uma economia aos cofres do clube de praticamente 12 milhões de euros (R$ 48,4 milhões), cifra sedutora para quem gastou tanto em reforços.

Mesmo com o diretor Óscar Arias se mostrando inicialmente favorável, as conversas foram travadas pelo presidente José Castro Carmona. O brasileiro, ainda assim, insiste por deixar Nervión.

O Sevilla conta com a chegada de uma eventual oferta vinda de países como Rússia, Estados Unidos ou mesmo China, cujas janelas de transferências ainda não se encerraram. Conforme apurado pelo UOL Esporte, uma das preocupações da equipe é ser ‘dobrada’ em um possível acordo e, tão logo rescinda contrato, veja o meio-campista assinar com outro time.

De acordo com o Blog do Perrone, o estafe de Ganso avalia que os interessados no mercado terão de oferecer um vínculo longo, preferencialmente de cinco anos, para que o jogador recupere o dinheiro que faturaria no Sevilla até o fim de seu atual compromisso.

Para comissão técnica, Ganso não cruzou os braços

Em entrevista coletiva nesta semana, o auxiliar do técnico Vincenzo Montella, Enzo Maresca, analisou a situação de Ganso e admitiu o seu desânimo.

“Digamos que, enquanto o mercado está aberto, você sempre sabe que o jogador fica... Não digo com vontade, mas tem a tentação de poder se transferir. Mas isso era até o dia 31, uma situação um pouco geral, porém, agora o mercado está fechado, então, quando o treinador acredite ser oportuno, voltará a convocá-lo ou não voltará, é uma decisão técnica a partir do trabalho de todos os dias”, afirmou Maresca.

“Logo, se ele cruzou os braços ou não, não creio que tenha cruzado. Essas são situações em que talvez esteja com a moral baixa, mas, pouco a pouco, com trabalho, tudo pode se recuperar”, completou.

O diálogo com Montella, contudo, é praticamente nulo. As mesmas dificuldades haviam sido enfrentadas com Jorge Sampaoli e posteriormente com o seu compatriota, Eduardo Berizzo, demitido no fim do ano passado.

Ao longo dos últimos meses, Ganso foi procurado pelo Orlando City, teve sondagem do Besiktas e outros e foi oferecido por empréstimo dentro do futebol espanhol. Em paralelo a isso, o seu nome ainda esteve na pauta dos vizinhos portugueses. Nenhuma dessas hipóteses prosperou, seja por falta de interesse dos clubes ou pela postura do atleta, que até então resistia em sair.

“É um jogador que não temos interesse. O que posso dizer é que conheço Ganso muito bem, como conheço todos os jogadores do futebol brasileiro. O Ganso fez parte daquela grande equipe do Santos, juntamente com o Neymar”, disse recentemente o técnico Jorge Jesus, do Sporting. “É criativo, tem força na bola parada, mas não conta com muita intensidade para o futebol europeu. Ainda assim, é um jogador de muita qualidade”, prosseguiu.

O ex-são-paulino fez apenas 11 jogos pelo Sevilla em 2017/18 e não atua desde a derrota para a Real Sociedad, em 20 de dezembro.