Topo

Argentino ganha "coleira de Pitbull" da torcida e se destaca no Vasco

Desábato vai aos poucos se entrosando com seus companheiros de Vasco - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco
Desábato vai aos poucos se entrosando com seus companheiros de Vasco Imagem: Paulo Fernandes / Flickr do Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/02/2018 04h00

Já tem se tornado uma tradição: o volante que se destaca com muitas roubadas de bola no Vasco passa a ouvir da arquibancada latidos, numa referência à raça canina Pitbull, que tem como característica a força. Foi assim com Guiñazu e, ano passado, Jean. Nesta temporada, o argentino Desábato desembarcou em São Januário vindo do Vélez Sarsfield (ARG) e tem absorvido tal reverência.

Ocorre, porém, que há uma diferença entre ele e seus outros dois antecessores: além de desarmar, Desábato tem se destacado pela qualidade no passe. Nesta Copa Libertadores, em três jogos, o volante lidera o quesito de toques certos na equipe de Zé Ricardo. São 131.

Há apenas dois meses no clube, o argentino ainda tem dificuldades com a língua, mas garante estar se adaptando. O jogador acredita que pode evoluir ainda mais com a camisa cruzmaltina.

“Fui muito bem recebido por todos no clube, tanto pelos companheiros, quanto pelo treinador. Isso fez com que eu me adaptasse rápido ao clube, ao estilo de jogo do futebol brasileiro, e pudesse desempenhar um bom futebol. Acredito que vou crescer ainda mais depois de uma sequência de partidas. Por ser argentino, achava que fosse demorar um tempo maior, mas por sorte já me sinto adaptado”, avaliou.

Companheiro de posição de Desábato, Wellington é outro que vibra com a chegada do volante. Anteriormente, a transição entre defesa e ataque ficava sobrecarregada a ele, e agora a função pode ser dividida.

“Muito importante. Fico feliz por ele (Desábato) ter se adaptado muito rapidamente ao que o Zé queria, ao sistema que jogamos. Ele é um volante que gosto de jogar, porque tem bom passe, sai para o jogo. Isso facilita para que eu possa respirar em determinado momento do jogo. A saída de bola não fica só para mim. Fico feliz”, disse Wellington.

Desábato ainda tem como fator a agregar ao Vasco sua experiência em Libertadores, já que disputou três nos tempos de Vélez Sarsfield. Ele também já teve a oportunidade de jogar na altitude, situação que o Cruzmaltino enfrentará na próxima quarta-feira, quando enfrentará o Jorge Wilstermann, em Sucre (BOL), a 2.800 metros acima do nível do mar.

“Chegar na fase de grupos da Libertadores é um objetivo nosso desde a pré-temporada. Estamos a um passo, a 90 minutos, de conseguir alcançar nossa meta, mas sabemos que vai ser duro. O Jorge Wilstermann é muito forte em seu campo e tem a questão da altitude. Eu já tive a sorte de jogar nessas condições com o Vélez. É um terreno difícil, complicado, mas vejo que a dificuldade maior está na cabeça. É preciso manter a calma”, disse.

Por ter goleado por 4 a 0 no jogo de ida em São Januário, o Vasco pode perder por até 3 a 0 para o Jorge Wilstermann que fica com a vaga assegurada na fase de grupos da Copa Libertadores.