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Vasco convoca conselho que pode reformar estatuto e abrir plano 'popular'

Diretoria de Alexandre Campello poderá promover profundas mudanças no Vasco - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco
Diretoria de Alexandre Campello poderá promover profundas mudanças no Vasco Imagem: Paulo Fernandes / Flickr do Vasco

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

20/02/2018 16h32

O Vasco deu um primeiro importante passo que poderá modificar futuramente a política do clube e diminuir os transtornos que tomaram conta da última eleição. O presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, convocou uma reunião extraordinária para a próxima segunda-feira (26) onde os assuntos que serão abordados serão a formação de uma comissão para uma possível reforma do estatuto bem como a revisão de taxas e contribuições sociais. Em português mais claro, o Cruzmaltino poderá trazer novidades em relação ao plano de sócios.

Convocação do Conselho Deliberativo pelo presidente Roberto Monteiro - Divulgação - Divulgação
Convocação do Conselho Deliberativo pelo presidente Roberto Monteiro
Imagem: Divulgação

Na semana passada, os membros da oposição, encabeçados pelo ex-candidato Julio Brant, protocolaram uma carta na secretaria do clube solicitando a reabertura da categoria “sócio-geral”, plano mais barato que dava direito a voto e que havia sido suspenso pelo ex-presidente Eurico Miranda. A situação ainda não confirma oficialmente que este tema será colocado em discussão, mas são grandes as chances de que isto aconteça.

Há um consenso de que a reabertura da categoria poderá impulsionar uma adesão no quadro de sócios, que está bem abaixo do desejado.

No que se refere à reforma do estatuto, os principais temas que serão abordados são a possibilidade de eleição direta - sem a necessidade de se decidir o presidente entre os conselheiros posteriormente aos votos dos sócios, posse do novo mandatário em dezembro - para que não ocorra um período de vacância como aconteceu neste ano - entre outros temas. 

Monteiro colocou tema como “prioridade” em posse

No evento de posse da nova diretoria, Roberto Monteiro declarou ao UOL Esporte que a mudança para a eleição direta era uma prioridade da gestão de Alexandre Campello:

“Existe da nossa parte um entendimento de que isso é prioritário. Já conversamos com as forças políticas do Vasco sobre essa agenda. Obviamente que nós vamos apresentar e cada um é responsável por suas posições que serão públicas. Neste sentido, vamos fazer algo com muita transparência e serenidade. O objetivo é aproveitar o momento que há um canal de diálogo no poder do clube no Conselho dos Beneméritos (Eurico Miranda é o presidente desta pasta) e essa transição pode facilitar um entendimento”.

Roberto Monteiro é o novo presidente do Conselho Deliberativo do Vasco - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco - Paulo Fernandes / Flickr do Vasco
Roberto Monteiro é o presidente do Conselho Deliberativo do Vasco
Imagem: Paulo Fernandes / Flickr do Vasco

Coincidentemente, o mesmo Roberto Monteiro foi quem apresentou essa proposta em meados de 2013, ainda na gestão Roberto Dinamite. Na época, porém, a reforma não foi aprovada.

“Não tinha correlação de forças naquela época para votar. Contaminou um ambiente político e eleitoral, as forças políticas entenderam não aceitar a reforma naquela momento para não dar vitória para A ou B, mas hoje acho que, se trabalhar um ambiente de diálogo, principalmente com aqueles que têm grande parcela de votos dentro do colégio eleitoral, que são os membros natos do conselho, poderemos fazer entender que é um novo momento do Vasco e que isso é importante”, disse Monteiro.

Apesar do otimismo, o dirigente novamente deverá encontrar dificuldades, uma vez que o Conselho Deliberativo do Vasco está rachado por conta de toda a confusão da eleição vascaína.

“Sabemos que hoje há uma divisão entre os conselheiros eleitos, mas se conseguirmos um diálogo onde se mostre que isso pode beneficiar o Vasco, o clube só terá a ganhar e irá se modernizar na medida em que se modernizam suas peças de regulamento”, avaliou.

Para realizar a reforma estatutária, faz-se necessário primeiramente criar uma comissão. Ela precisa documentar a proposta e levar ao Conselho Deliberativo para votação onde é obrigatório um quórum alto de presença. Aprovada, convoca-se uma Assembleia Geral extraordinária.