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Romero diz que respeita o Santos e se sente perseguido por ser paraguaio

Paraguaio Romero concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira e fez um desabafo - Rodrigo Gazzanel/Ag.Corinthians
Paraguaio Romero concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira e fez um desabafo Imagem: Rodrigo Gazzanel/Ag.Corinthians

Do UOL, em São Paulo

06/03/2018 17h21

O atacante Romero concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira para falar sobre a declaração feita no último domingo após o empate por 1 a 1 entre Corinthians e Santos. Depois de ter dito que o time da Vila era 'pequeno', o jogador paraguaio afirmou que respeita o clube rival. Além disso, o atleta se disse perseguido pela imprensa por ser de outro país.

"Já se falou muitas coisas, que desrespeitei ao clube, que disse merda, muitas coisas. Foi pela situação do jogo, empataram no último minuto, que se deu o empate no final e festejavam como vitória. Foi apenas sobre o jogo, jamais da história do Santos, deixo claro isso", disse o atacante, que falou por dez minutos seguidos.

"Não queria declarar da grandeza do Santos, seria um burro se não soubesse o que é o Santos, o que foi Pelé. Assim como me senti ofendido pelos jornalistas, generalizando, me equivoquei, mas não criticaram o que eu disse. Criticaram minha seleção, que não tem troféu como Santos. Quero esclarecer que me critiquem em campo, como sempre fizeram. Não vou permitir que se meta com meu país. Não estou falando hoje pelo que aconteceu, já queria falar que iria tratar com a imprensa, por isso queria falar com vocês. Foi por essa razão que fiquei um ano sem falar com a imprensa", completou.

Romero também citou uma crítica feita por um jornalista ao atacante vascaíno Andrés Rios. Segundo ele, na ocasião, o comentarista, que é ex-jogador, mencionou o Paraguai.

"Um jornalista na televisão estava criticando Andrés Rios, do Vasco. O jornalista disse 'esse argentino não joga nada, parece um paraguaio'. Eu pergunto, o que ele tem contra Paraguai? Queria saber. Pelo que sei, esse jornalista foi jogador e tem muitos fãs no Paraguai. Essas coisas eu acho que estão demais, precisam respeitar", destacou.

"Faz quatro anos que jogo aqui no Brasil e às vezes que vocês me criticam dentro de campo. Está perfeito, está certo, a crítica me encanta e sei escutar a crítica, mas quando falam de minha nacionalidade, de meu país, de onde eu nasci e minha família é, não vou permitir porque é extracampo, é outra coisa. Quero que vocês aqui somente me critiquem pelo que faço em campo, não pela nacionalidade. Esperei dois dias para ver o que diziam sobre meu país, queria ver que comentário fariam de meu país. Supostamente, porque não ofendi a ninguém, supostamente ofendi um clube, o Santos, e a maioria está insultando meu país, uma nação, é diferente", disse Romero.

O atacante de 25 anos, que defende o Corinthians desde junho de 2014, frisou ainda que outros estrangeiros que atuam no futebol brasileiro são perseguidos pela imprensa.

"O que passou faz quatro anos e sinto aqui e quero esclarecer que não só no Corinthians se vê essa situação e também com estrangeiros que vêm morar no Brasil. Creio que precisam ter mais respeito com todos jogadores que vêm atuar no Brasil", finalizou.