Topo

Estreia de banco colado à arquibancada de S. Januário tem vaias e repressão

Princípio de confusão entre torcedores e a Polícia Militar em São Januário - Bruno Braz / UOL Esporte - Bruno Braz / UOL Esporte
Princípio de confusão entre torcedores e a Polícia Militar em São Januário
Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/03/2018 07h50

Uma das grandes novidades da estreia do Vasco na fase de grupos da Copa Libertadores foi a inauguração dos bancos de reservas na lateral do campo, colados à arquibancada de São Januário, deixando para trás uma tradição histórica do estádio de localizá-los atrás de um dos gols. O UOL Esporte esteve "in loco" no vidro de proteção durante o jogo, bem próximo aos treinadores, e presenciou protestos, forte esquema de segurança e repressão da Polícia Militar aos mais exaltados na derrota do time carioca para o Universidad de Chile por 1 a 0, na noite dessa quarta-feira.

Clique aqui para assistir aos melhores momentos da partida

Seguranças e policiais se misturam aos torcedores em grade de proteção - Bruno Braz / UOL Esporte - Bruno Braz / UOL Esporte
Seguranças e policiais se misturam aos torcedores em grade de proteção
Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

Antes de a bola rolar, o novo local – que foi uma imposição da Conmebol e da CBF – despertava a curiosidade do torcedor. Tão logo os times entraram em campo, tiveram início as interações com jogadores e comissões técnicas.

O técnico Zé Ricardo, aniversariante do dia, foi cortejado pelos vascaínos e retribuiu com sinais de agradecimento. O atacante Paulinho - que ficou no banco por conta da virose que acometeu elenco, comissão técnica, diretoria e funcionários - foi um dos mais festejados.

Torcedor acompanha jogo atrás do banco. Zé Ricardo, ao fundo, observa time - Bruno Braz / UOL Esporte - Bruno Braz / UOL Esporte
Torcedor acompanha jogo atrás do banco. Zé Ricardo, ao fundo, observa time
Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

A frente do vidro de proteção estavam seguranças particulares (stewarts) atentos a qualquer movimentação suspeita na arquibancada. Outros seguranças à paisana se comunicavam por rádios e a Polícia Militar entrava em ação nos momentos de emergência.

O primeiro momento neste sentido aconteceu ainda no primeiro tempo, por conta de torcedores que socavam o vidro seja por reclamação ou simplesmente por acompanhar o ritmo das músicas entoadas. Um dos vascaínos mais exaltados e com sinais de embriaguez não gostou de ser chamado a atenção por um stewart e iniciou uma discussão. A PM foi acionada e cerca de oito policiais foram em direção a ele e a um grupo de amigos. Uma das autoridades ameaçou: “Se você quiser a gente resolve isso de uma forma rápida”. O torcedor, então, se calou.

Vaias no segundo tempo

O clima, que parecia tranquilo tirando manifestações isoladas, mudou no segundo tempo. Após o gol da Universidad de Chile, intensificaram-se as vaias ao técnico Zé Ricardo. Muitos torcedores reclamavam de suas substituições e, em seguida, passaram a pegar no pé do jovem meia Evander.

Quando os protestos já aumentavam, a Polícia Militar novamente foi acionada e retirou os torcedores que estavam colados junto aos vidros de proteção. Além disso, reforçou a segurança do local colocando homens junto ao seguranças no cordão de isolamento do local.

Não houve, porém, arremesso de objetos mesmo com a exaltação dos vascaínos após o término da partida e a confirmação da derrota por 1 a 0.

A última vez que o Vasco havia mudado os bancos para a lateral do campo foi em 2006, por solicitação do então técnico Geninho, mas a mudança durou apenas três jogos. Na ocasião, eles ficaram localizados ao lado da social.